RE: ARLA/CLUSTER Fenómeno interessante

Segunda-Feira, 13 de Março de 2006 - 22:48:37 WET

Alô Grande Mourato,

Fiquei muito satisfeito por alguém vir desta forma confirmar suspeitas que
tenho há vários anos e que são alvo até de uma certa brincadeira por parte
de colegas que fazem parte desta lista.
Os poucos que me levaram a sério sabem que há anos noto aquilo que defendo
serem reflexões provocadas por aeronaves, isto é, um súbito aumento de sinal
e respectivo retorno ao ponto inicial.
Este fenómeno permite-me receber por vezes estações com sinais superiores a
9 quando o seu normal é na ordem de 2 ou 3 apenas, como o caso do Pedro
Graça ( CT1ETM ). Tudo isto se passa com a antena vertical pois ainda não
tive tempo de testar a horizontal.
Note-se que este fenómeno ocorre por apenas alguns segundos e não provoca
qualquer distorção na voz. Outra característica é a sua assinatura, isto é,
a forma harmónica como o sinal sobe e desce e a perfeição da trajectória
esperada naquela duração característica.
Desde que comecei a dar nota deste fenómeno tenho tentado convencer os meus
interlocutores pois li há muitos anos sobre as experiências de colegas
Suíços e Alemães em microondas através da reflexão em aeronaves.
Aqui na minha zona o fenómeno só termina nas escassas horas em que não se
verificam voos no aeroporto da Portela de Sacavém, daí eu ter prestado
atenção, em alturas como o EURO 2004, onde a frequência do acontecimento se
deu em proporção ao aumento anunciado no tráfego de aviões.
O que teve lugar no passado dia 6 de Março foi muito diferente e durou cerca
de 10 minutos.
Relembro que o fenómeno que se viria a fixar nos 40º teve na meia hora
anterior várias manifestações menores noutras direcções. Daí vocês gozarem
com o facto de eu não ter a antena parada. Pudera, eram de tal forma as
direcções pouco habituais de onde recebia bons sinais do RV56 que de facto
dava para aquecer o rotor.
O aeroporto de Lisboa situa-se entre os 10º e os 30º e nessas direcções
apenas pude relatar aquele súbito aparecimento do R0 da Serra da Estrela que
infelizmente também durou muito pouco tempo.
O que me deixou perplexo é que também eu deixei simplesmente de vos escutar
de um momento para o outro.
Se não tivesse na mesma noite tido mais tarde acesso ao R0 e se o silêncio
fosse extensível às outras emissões eu acreditaria que teria sido um súbito
problema na minha instalação.
O que é facto é que ontem estava a receber bem o RV56 e de repente voltou a
desaparecer durante 30 minutos outra vez. A única diferença é que só o
recebia das duas direcções usuais e os sinais nunca subiram acima do que é
normal como no dia 6.
Infelizmente tirando os rápidos testes de ontem não tenho podido usar o
rádio pelo que ou eu me engano muito ou isto está para dar a cambalhota nos
2 metros.
João Costa como é que estamos de acontecimentos em USB ?
Faço aqui um veemente apelo a quem nos puder fazer o favor de divulgar por
esta via previsões ou acontecimentos fora do vulgar com a propagação nos 2
metros pois tem aqui público interessado.
E que tal um sistema de aviso via SMS sempre que algum de nós detectar
actividade ?

73's de CT1ETL - Miguel

-----Mensagem original-----
De: cluster-bounces  radio-amador.net
[mailto:cluster-bounces  radio-amador.net]Em nome de Carlos Mourato
Enviada: terça-feira, 7 de Março de 2006 23:38
Para: Cluster  radio-amador.net
Assunto: Fwd: ARLA/CLUSTER Fenómeno interessante

---------- Forwarded message ----------
From: Carlos Mourato <radiofarol  gmail.com>
Date: Mar 7, 2006 11:34 PM
Subject: Re: ARLA/CLUSTER Fenómeno interessante
To: Miguel Andrade <ct1etl  clix.pt>

 Olá Miguel

O que aconteceu é realmente estranho, visto que quando desapareceste, não
foi um desaparecimento linear mesmo que rápido. Na realidade a tua emissão
desapareceu como se tivesses desligado o equipamento... Assim mesmo
repentinamente. Eu até disse por brincadeira ao pessoal que tanto rodaste a
antena que acabaste por a desenroscar. Quanto aos fenomenos é um caso bem
interessante. À primeira vista, e visto que eu penso que o aeroporto fica a
40º da tua casa, poderia acontecer que fosse uma reflexão numa aeronave. As
aeronaves são excelentes reflectores de VHF e o repetidor chega bem ao
aeroporto. Mesmo aqui em Sines eu noto o efeito das reflexões nos aviões e
de que maneira. Todos os aviões que veem do sul, ao passarem numa zona comum
de reflexão, ( mais ou menos sobre a Arrábida) fazem com que as estações de
Lisboa, mesmo aquelas que cheguem fracas, sejam escutadas com um fading
violento e muito rapido, alguns Hz por segundo por vezes, e com sinais que
podem variar desde o nivel de ruido a fundo de escala.
Essa  poderia ser a explicação para esses fenómenos, que até aconteceram com
fading rapido e efeito doopler etc. Só que a essa hora creio não existir
qualquer movimento de aeronaves. Só se por acaso algum avião estaria a
circular numa pista com o fim de recolher à placa de estacionamento e assim
que saiu do lugar em que se encontrava deixaste de beneficiar da reflexão e
acabou-se o "cabaceiro" de Aldeia dos Chãos. No entanto continuo a dizer que
a tua emissão não se sumiu, mas sim terminou bruscamente como se tivesse
faltado a energia. Nem um aumento de ruido se notou. Pura e simplesmente
terminou ali. Uma das caractristicas de que estavas a comunicar por reflexão
foi o caso de estares a 90º de diferença de polarização. Normalmente,
durante uma reflexão, o mais provável é que aconteça um desvio na
polarização e é frequente acontecer o que estava a acontecer. Eu próprio já
fiz testes a longa distancia em 144.300 em SSB e a distancias de cerca de
2000 km por vezes o sinal com antenas a 90º de diferença de polarização
permitem sinais mais fortes do que ambas na mesma polarização. Quanto a
qualquer outro fenómeno relacionado com diferentes camadas de temperatura,
provocando uma refracção do sinal, acho pouco provavel visto que mesmo que
existissem condições de turbolencia nas camadas a baixa altitude, no ponto
onde hipotéticamente se poderia dar a refracção, poderia existir fading
rápido mas efeito doopler ou distorção de fase nunca aconteceria. Alem disso
o sinal não era simplesmente "desligado" como foi o caso. Pena que eu não
tenha te escutado em directo para verificar. Ainda tive para te ligar, mas
devido ao adiantado da hora optei por estar quieto.
Vou pensar nesse fenómeno e espero repetir a experiencia.

73 from CT4RK

 On 3/7/06, Miguel Andrade <ct1etl  clix.pt> wrote:
>
> Caros amigos,
>
> Compete-me em primeiro lugar solicitar a compreensão dos colegas que me
> acompanharam ontem nas experiências via RV56 e pedir-lhes desculpas pela
> ausência súbita de contacto.
> Estou convencido que fui protagonista de um interessante acontecimento que
> convinha divulgar.
> A forma como de súbito fiquei sem acesso ao repetidor durante um câmbio
> longo que ninguém ouviu até ao fim é apenas o culminar de um conjunto de
> factos pouco vulgares na minha experiência.
> Para que tenham a noção das minhas condições de trabalho tenham o seguinte
> em mente, para além do que ficou escrito na minha mensagem de ontem :
>
> 1- A direcção mais favorável em termos de sinal do CQ0VSTC é sensivelmente
> a
> 145º do Norte magnético, pois tenho os obstáculos já descritos na mensagem
> anterior no verdadeiro azimute. Existe contudo uma reflexão forte que me
> permitia até agora recebê-lo sempre nos 98º. Nessa direcção até recebo o
> nosso RV56 com melhores sinais do que na mais próxima do que estaria
> correcto, ou seja, nos 145º que foram supra referidos.
>
> 2 - A antena Omnidireccional está na polarização certa ( vertical ) mas o
> sinal recebido é menor do que com a direccional de 11 elementos embora de
> polarização contrária ( horizontal ).
>
> 3 - Na ausência de qualquer tipo de propagação, actualmente não acedo ao
> CQ0VSTC com nenhuma das antenas utilizadas. Em certas alturas a antena
> vertical consegue contudo superar os sinais recebidos pela horizontal,
> nomeadamente quando os sinais recebidos pela direccional não se apresentam
> estáveis.
>
> Ontem pelas 0:20, tendo notado de novo sinais variáveis resolvi tentar
> actuar no repetidor.
> Felizmente encontrei apoio no Carlos Mourato ( CT4RK/M ).
> Logo nos primeiros minutos percebi que a reflexão nos 98º não era a única
> nem a mais forte.
> Com muita paciência para me aturarem lá forma aparecendo outras estações
> das
> quais se destacam nomeadamente os indicativos CT2HIV, CT2GQL, CT2JCS e
> CT2JHP.
> Há medida que a minha descoberta de novos pontos cardeais com resultados
> surpreendentes ia acontecendo   ia descendo em igual proporção a minha
> cortesia e civismo, pois nem todos os locais de onde provinham sinais
> fortes
> do repetidor me permitiam accioná-lo e responder a quem me dava a palavra.
> O fenómeno mais duradouro e onde cheguei a receber o sinal mais forte até
> hoje vindo do CQ0VSTC foi na direcção dos 40º.
> Aí aconteceu algo que me permitiu escutar sinais oscilantes entre 2 e
> 9+20,
> embora com bastante intermitência e oscilações constantes.
> Notei que por vezes a voz dos meus interlocutores me chegava com " efeitos
> especiais " durante alguns escassos segundos.
> Quando o João Lázaro me perguntou se tinha disponíveis os 80 metros ou se
> me
> poderia encontrar com ele no MSN, participei pela última vez no QSO. Os
> sinais haviam decaído bastante mas mesmo assim verificavam-se picos de
> 5/5.
> Aproveitei para fazer um cambio um pouco mais longo já que tinha
> comprovado
> o estranho fenómeno durante mais de 5 minutos anteriormente.
> Não sei até que ponto fui escutado pois após a normal pausa para «
> descanso » do repetidor ainda falei mais um bom bocado até terminar a
> minha
> intervenção.
> Quando passei a palavra de novo reparei que não estava a ser escutado pois
> o
> QSO prosseguia sem mim.
> Algures na minha longa intervenção tinha deixado de aceder ao repetidor.
> Por várias vezes me solicitaram depois e nunca mais consegui fazer-me
> escutar.
> Troquei várias vezes de antena e aumentei a potência até aos 200 W
> tentando
> dar resposta quando me era passada a palavra ou quando havia algum
> intervalo.
> Primeiro deixei de ouvir o repetidor na posição dos 40º.
> Depois caiu também a habitual reflexão dos 98º.
> E pouco depois nem nos 145º me chegavam sequer sussurros do repetidor.
> Ainda pude escutar o José António a dizer que a melhor posição em que me
> tinha escutado era na do início da sua intervenção. Por essa altura eu
> estava com a antena direccional apontada precisamente nesse azimute.
> Inverti
> as frequências de operação e chamei por ele na mesma frequência de emissão
> do repetidor mas sem sucesso.
> Quando perdi totalmente o contacto fiz várias chamadas com ambas as
> antenas
> em 145,450 MHz mas não estava lá ninguém para me responder.
> Tentei activar os repetidores do costume mas a única diferença que pude
> sentir foi uma muito ligeira perda de sinal em relação a alguns dos mais
> distantes e o desaparecimento total dos habitualmente mais difíceis.
> Por volta da 1:15 voltei a escutar pela primeira vez o R0 da Serra da
> Estrela e ao contrário do que é habitual consegui activá-lo com apenas 15
> W
> mas só com a direccional. Alguns minutos de diversão e também essa frente
> se
> perdeu em poucos minutos, sem que ninguém me tivesse dado resposta talvez
> devido ao adiantado da hora.
> como esta é também uma lista de discussão, deixo à vossa consideração os
> comentários que acharem por bem.
> Calculo que tenha sido um bom prenúncio do que vai acontecer em breve em
> VHF
> à imagem do que tem lugar todos os anos por esta altura.
> Só para terminar, queria alertar-vos para o facto de que, com a
> omnidireccional vertical, praticamente todos estes estranhos
> acontecimentos
> não foram comprováveis.
>
> 73's de CT1ETL - Miguel
>
>
>
> _______________________________________________
> Cluster mailing list
> Cluster  radio-amador.net
> http://radio-amador.net/cgi-bin/mailman/listinfo/cluster
>

--
BPL/PLC ......No thanks!!!
Best 73 from:
regards from:
CT4RK
Carlos Mourato
Sines - Portugal

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BPL/PLC ......No thanks!!!
Best 73 from:
regards from:
CT4RK
Carlos Mourato
Sines - Portugal
_______________________________________________
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