ARLA/CLUSTER A teoria da conspiração

Associação de Radioamadores do Litoral Alentejano arla clix.pt
Segunda-Feira, 13 de Março de 2006 - 00:31:53 WET


-----Mensagem original-----
De: ARAL [mailto:ct6arl.aral  sapo.pt]
Enviada: domingo, 12 de Março de 2006 11:17
Para: TRGM; REP-Porto; REP-OLIV.AZ; REP -TMAD; REP - Porto; REP; Núcleo de
Radioamadores do Isel; NRA; lart; LARS; GPDX; CRE; ARVM-LD; ARVM; ARR; ARPA;
ARN; ARM; ARLA; arcp; ARC; ARC; ARBA; ARAT; ARAMP; ARAM; ARAL - Associação
de Radioamadores do Distrito de Leiria; AMRAD
Assunto: A teoria da conspiração



Caros Colegas

Decorrido algum tempo após as reuniões da ANACOM com as Associações de
Radioamadores, observo com alguma preocupação, o mutismo dos dirigentes
associativos.
Este comportamento, vem na “linha” do silêncio com que se gere o passado e
fugaz relacionamento com o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil,
bem como o actual plano de repetidores de VHF/UHF.

Como é do conhecimento, em 2002, 2003 e 2004 o S.N.B.P.C. fez uma
aproximação aos Radioamadores, que “rescindiu” após o EURO2004.
Na sequência desta aproximação, desenvolveram-se conjuntamente várias
acções, cuja referência principal terá sido o Congresso das Comunicações de
Emergência por Radioamadores efectuado na Figueira da Foz e a assinatura de
um protocolo de cooperação, com a entrega de equipamentos às associações
participantes e sub-escreventes do protocolo.
Após o conhecimento generalizado “desta oferta”, surgiram em turbilhão um
sem número de pedidos de doação de equipamentos por parte de entidades e
radioamadores que na sua maioria, até à data da realização do Congresso e
sua conclusão, se abstiveram de participar nas actividades até aí
desenvolvidas.

Terminado que foi o Euro2004, o SNBPC optou por ignorar os protocolos e os
radioamadores. Não dei conta de qualquer movimento ou pretensão das
associações aderentes ao protocolo e dos reclamantes pós-protocolo, na
tentativa de forçar o S.N.B.P.C. a reatar o seu relacionamento com os
radioamadores e a cumprir e fazer cumprir o protocolo assinado na Figueira
da Foz.

É incompreensível este posicionamento dos radioamadores e associações!

Será no entanto conveniente referir e saudar, o excelente trabalho
desenvolvido por algumas associações de radioamadores, que localmente
promovem e executam actividades comuns com os Serviços Municipais e
Distritais da Protecção Civil.

O recente processo de licenciamento de repetidores é sintomático e na mesma
linha de acontecimentos.
 Surgiram pedidos sobre pedidos de licenciamento de repetidores, muitos de
entidades desconhecidas ou quase desconhecidas (um óptimo sinal), e de
outras que se ergueram e rejuvenesceram das cinzas.
Se olharmos para o mapa de distribuição dos repetidores de amador em VHF/UHF
de Portugal, sobressai facilmente a consequência deste processo:
- Repetidores em cima de repetidores
- Localidades com repetidores a duplicar, na mesma banda.

Mas, o mais extraordinário e grave é o facto de se ter feito um novo plano
de repetidores sem um prévio debate inter-associativo que certamente teria
originado a apresentação à entidade reguladora, de um projecto comum!

Quanto a mim existe um único culpado: nós, os radioamadores!

Em Portugal as associações continuam a querer demarcar os seus territórios e
de forma egoísta não se unem através de uma entidade sua representante, sede
de debate e discussão dos assuntos da classe, gerador de consensos e
maiorias, com objectivos  e fins comuns.

Mas passado é passado, há que não cometer os mesmos erros no futuro (isto é
lírico)!

Na derradeira reunião individuais com a ANACOM, todas as associações foram
confrontadas com algumas propostas para o novo regulamento das comunicações
por radioamadores, nomeadamente no que diz respeito às classes e
indicativos.

Excluindo um colega que voluntariamente se ofereceu para organizar encontros
inter-associativos de debate, não me apercebi de qualquer outra movimentação
sobre o assunto.

Será que a alteração à lei fundamental do serviço de amadores, não terá que
ter a participação dos radioamadores?

O que pretendem as Associações e os radioamadores obter com este alheamento
e falta de coesão?

O momento é grave, caricato e incompreensível, pois:

- A ANACOM, na pessoa do actual responsável pelas comunicações de amadores,
Eng.º Carlos Antunes e do Eng.º Alberto Dinis, presta-se ao diálogo (num
trabalho louvável de ambos) com as Associações e com os radioamadores.

- As Associações não dialogam, não se unem, evitam encontrar nas suas
diferenças equilíbrios, gerar consensos e definir rumos!

Em Portugal o radioamadorismo, institucionalmente, continua a ser um
projecto adiado.
É uma actividade desunida, permeável e frágil, sem resistência aos
interesses exteriores, sem um rumo definido, sem um interlocutor forte que
defenda e represente os interesses das associações de radioamadores e dos
radioamadores.

As consequências estão à vista e o futuro vislumbra-se sempre condicionado
ao feudalismo que impera a nível associativo.

Será que esta é uma teoria da conspiração, inventada e perpetrada por mim?

73’s
Paulo Santos
CT1EWA






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