ARLA/CLUSTER : "Cavaco,Governo e polícias sem comunicações seguras".Troca de mails entre CT1EWA e o Director do DN.

ARLA - Associação de Radioamadores do Litoral Alentejano cs1rla.arla gmail.com
Segunda-Feira, 21 de Agosto de 2006 - 16:12:11 WEST


Prezados Associados.

Devido á actualidade da questão damo-vos a conhecer a troca de mail
existentes entre o Paulo Santos-CT1EWA (Presidente da Direcção da
Associação de Radioamadores do Distrito de Leiria) e o Director do DN
referente á noticia saída nesse jornal, que o primeiro nos fez chegar.
Obviamente para se compreender todo o longo texto este deve ser lido
"debaixo para cima".

Pelo Mail Office da ARLA.
João Costa
CT1FBF
Vogal da Direcção


---------- Forwarded message ----------
From: CT1EWA <ct1ewa  sapo.pt>
Date: 18/08/2006 18:13
Subject: RE: segurança
To: "António José Teixeira (DN/de)" <ajoseteixeira  dn.pt>



Ex.mo Senhor

Não pretendo como deve entender entrar em discussões sobre um assunto que eu
acho muito infeliz e que reeitero e reafirmo para a qualidade do artigo, o
tipo de qualificação que na carta que enviei a V.Ex.a exprimi.

Nunca foi nem será minha intenção medir ou qualificar a integridade moral
das pessoas, muito menos ensinar aos outros a sua profissão porque de
jornalismo nada percebo.

Não posso ficar insencível a devassa dos radioamadores transcrita no artigo
e isso será perene pois nada o apaga.  Está escrito!

Também não me espanta que aos acusados não seja dada a palavra e negado o
direito de resposta.

Trataram-se de notícias de mau jornalismo, transmitidas pelos poderosos
meios de comunicação, sem qualquer tipo de investigação séria, o que
redundou na devassa do bom nome dos radioamadores e no ensino aos "fora da
lei", da forma e método de terem acesso às comunicações que supostamente
deveriam ser seguras das forças da ordem e segurança.

Ensinou-se a toda a gente, inclusivamente aqueles que apelidados de
rádio-amadores (uns jornalistas) e radioamadores (outros jornalistas), foram
conotados com o mundo do crime, os locais e os meios para adquirirem
equipamentos, bem como lhes foi facultada a ideia da possibilidade de
perante a aquisição dos meios, escutarem as forças da ordem, segurança e
socorro.

Esta mensagem serviu ao mundo do crime menos organizado, com menos posses e
nomeadamente, aos mais desatentos ou menos interessados das tecnologias
(Internet) local propício á aquisição de todo o tipo de equipamentos de
transmissões.

A falta de credibilidade destas notícias sobre os radioamadores é tão grave
que os próprios jornalistas, se tivessem investigado chegariam à conclusão
que alguns (sublinho alguns) jornalistas também utilizam equipamentos de
comunicações para escutar as forças da ordem, segurança e socorro e saber "
novidades" e a localização de situações passíveis de notícia.

Os autores da devassa pública dos radioamadores, inclusivamente falam na
facilidade com que os tais "radioamadores" escutam as frequências da aviação
civil. Se os artigos ou o artigo fosse um artigo sério, teriam investigado e
saberiam que os equipamentos para a aviação de VHF ou HF, são vendidos a
qualquer pessoa ou entidade, independentemente de ter uma licença que os
autorize a usá-los. Ficavam também a saber, que quem possui um ultraleve, um
avião ligeiro ou um jacto possui destes equipamentos e igualmente ficariam a
saber que dos ultraleves aos A380 há uma série de procedimentos que têm de
ser feitos com a torre de controle através desses equipamentos.

Num trabalho sério, os senhores jornalistas saberiam que aqueles que
apelidaram de terroristas, boicota dores da ordem pública, marginais e fora
da lei comunicam com alguma facilidade com o SPACE SHUTLLE ou com a ISS, eu
próprio tenho contactos efectuados e saberiam que tripulando a nave espacial
ou habitando a estação espacial estão radioamadores.

Nesta fase do ano, nesta época de incêndios, é do interesse de alguém ou de
alguns, anunciar de forma bombástica o lançamento do SIRESP – Sistema
Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal, dossier que há
alguns anos "salta e entra" na gaveta dos governantes conforme o momento a
"aflição". Dando cobro a esses interesses, alguns órgãos de informação,
atrevem-se a colocar em causa o patriotismo e a integridade, bem como a
utilidade pública do Serviço de Amador e Amador de Satélite português,
também chamado Radioamadorismo.

Nós cidadãos comuns, temos noção do atraso estrutural e económico em que
Portugal mergulhou e consequentemente interligado a este facto,
tecnologicamente o país estagnou e está obsoleto.

O retrato do país poderá rever-se nas forças de segurança, no que dispõem
para trabalhar e em que condições.

Em Setúbal alguns agentes de uma força de segurança carenciada de meios,
resolveram adquirir equipamentos de transmissão para usarem em trabalho.
Estes equipamentos são de venda livre (pela lei) e encontram-se , entre
outros, em estabelecimentos que comercializam equipamentos para
radioamadores, motivo pelo qual se resolveu atacar os radioamadores.

Os jornalistas e os órgãos de comunicação em questão, culpam o
Radioamadorismo português pela devassa do espectro radioeléctrico (que não
sabem o que é) e ignoram que em termos tácticos e de radiocomunicações
seguras, nenhum sistema integrado é seguro, mais, do ponto de vista de
qualquer perito militar em telecomunicações, é um erro estratégico,
depositar numa qualquer rede (integrada) todos os meios das telecomunicações
seguras e governamentais.

Ignoraram que a na sua maioria os técnicos, engenheiros e peritos em
radiocomunicações tácticas, civis e militares, são radioamadores, assim
como, a generalidade dos amadores de rádio portugueses serviram ou servem
ainda nos vários ramos das Forças Armadas e de Segurança Portuguesas,
conforme a sua formação técnica e académica.

Num trabalho jornalístico sério, os portugueses teriam oportunidade de saber
que Portugal não está dotado de meios técnicos suficientes para as
Radiocomunicações Seguras, dependentes ainda na mente de alguns da mensagem
codificada, digital ou telegráfica e que no campo táctico lhe permitam
operar em absoluta segurança, face à evolução e oferta dos fabricantes
mundiais (designadamente do Japão e EUA) quanto à compra e emprego de
vulgares sistemas comerciais de recepção e transmissão de rádio, em todas as
faixas de frequência do espectro radioeléctrico.

O Estado português, em todos os seus domínios das Comunicações Seguras,
ainda não soube dotar-se de meios de radiocomunicações susceptíveis de
oferecerem por si, todas as condições de segurança, quer em transmissão quer
em comunicação, as denominadas Comunicações Seguras por via do TRANSEC e do
COMSEC.

Ignoram os média portugueses, a existência na indústria portuguesa de uma
única empresa que desenvolveu nos últimos 13 anos, o mais sofisticado meio
de radiocomunicações seguras, capaz de operar em todos os modos, e em todas
as faixas de frequências tácticas, mas para tal, é preciso:
1) Dar oportunidade à industria nacional,
2) Dotar a LPM dos meios e das políticas que mais podem favorecer os
desígnios nacionais e
3) O Estado e a Defesa adquirirem os meios adequados para que a segurança e
a operacionalidade das radiocomunicações seguras, estejam prévia e
devidamente salvaguardadas.

Esta capacidade técnica de uma empresa nacional, num trabalho jornalístico
decente, seria do conhecimento de todos os portugueses e era mais uma prova
da incapacidade do estado português em apostar no que é nacional e nas
empresas portuguesas.

Refutaria também  a mensagem que alguns órgãos de informação fizeram passar,
colocando o ónus da incapacidade estrutural do estado português nos ombros,
por exemplo, dos Amadores de Rádio portugueses, vulgar e popularmente
denominados de «radioamadores».

Há mais de 30 anos, que o Movimento Associativo do Radioamadorismo Português
vem denunciando junto  dos Ministérios da Administração Interna, da Defesa
Nacional e ainda das autoridades nacionais para as radiocomunicações, todas
estas situações de manifesta insegurança e incapacidade estrutural em que as
Comunicações Seguras e de Emergência estão mergulhadas - não existem meios
técnicos adequados e suficientes, nem sequer pessoas qualificadas.

Em 2004, antes do Euro2004 o Estado português assinou um protocolo com 15
Associações de Radioamadores Portugueses, propondo-se integrar os
radioamadores no voluntariado do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção
Civil.
Organizaram-se comissões de trabalho conjuntas, com o objectivo de entre
outros, criar um plano Nacional de Comunicações de Emergência por
Radioamadores, estabelecer o estatuto do Radioamador Voluntário do SNBPC.

Após o Euro 2004 o estado Português ignorou os seus compromissos e os
radioamadores e "fugiu" para bem longe destes.

O autor deste artigo, Presidente da Direcção da Associação de Radioamadores
do Distrito de Leiria, assinante do protocolo, desde Setembro de 2004 que
tudo tem feito para obter do estado, uma resposta às suas intenções no que
respeita ao protocolo.

Até à data o Ministério da Administração Interna continua a ignorar o(s)
seu(s) parceiros e nem uma palavra transmitiu sobre o assunto.

Após tão exaustivo documento, será bom referir então quem são os
radioamadores:
- radioamadores são homens e mulheres, cientistas, agricultores,
astronautas, reis, governantes, técnicos, operários fabris, juízes, leigos,
missionários, clérigos, médicos… enfim gente de todas as profissões,
estratos sociais, crenças e culturas, unidos pelo gosto de comunicar pelas
frequências de rádio e pela investigação científica e técnica das
comunicações.

Por isso os radioamadores foram e são os responsáveis pela evolução das
comunicações.

Os radioamadores há mais de 30 anos que têm a sua Internet, que possuem
sistemas de localização satélite, que fazem televisão, que comunicam via
satélite, que recebem sinais de satélites meteorológicos… isto quando
recentemente o estado português apresentou o sistema de localização por
satélite como uma grande inovação.

O radioamadorismo é regulado a nível mundial pela ITU – International
Telecommunication Union e em Portugal pela ANACOM.

Para se ser radioamador é necessário ter mais de 16 anos, ter aprovação num
exame de admissão efectuado na ANACOM e a progressão dentro da classe dos
radioamadores, que é sinónimo da capacidade técnica do radioamador, é
conseguida através de exames de avaliação técnica.

Resta referir que ao Radioamador não é vedada expressamente a escuta em
nenhuma frequência, é sim vedada a retransmissão do que acidentalmente pode
ter escutado numa conversa que não lhe era dirigida.

Finalizo senhor Director :

É preciso ter coragem Cultural e também Política, para se impedir que
qualquer pessoa, sem a menor qualificação técnica, possa adquirir
livremente, no promissor mercado da electrónica, quaisquer meios de
radiocomunicações, que possam colocar em risco a exploração das redes das
Radiocomunicações de manifesto interesse quer para a segurança do Estado,
quer de organismos públicos e privados, de pessoas e vidas humanas.

Os jornalistas autores das notícias não mentem, mas também não souberam
investigar e avaliar o assunto, não se informaram correctamente sobre o
mesmo junto de quem possa deter capacidade técnica bastante para apreciar
esta matéria e dizer a verdade ao público.

Prestaram um mau serviço ao país, denegriram os radioamadores Portugueses e
o radioamadorismo e deram um mau exemplo de jornalismo.

Esta é a minha opinião e de certeza a da maioria dos 6000 radioamadores
portugueses


CT1EWA
Paulo Nuno Santos

Presidente da Direcção da
Associação de Radioamadores do Distrito de Leiria










-----Mensagem original-----
De: António José Teixeira (DN/de) [mailto:ajoseteixeira  dn.pt]
Enviada: sexta-feira, 18 de Agosto de 2006 15:42
Para: ct1ewa  sapo.pt
Assunto: segurança



-----Original Message-----
From: António José Teixeira (DN/de)
Sent: sexta-feira, 18 de Agosto de 2006 13:38
To: 'ctlewa  sapo.pt'
Subject: RE:

Exmo. Senhor
Agradeço-lhe desde já a atenção que deu à nossa notícia.
Rejeito completamente as suas ilações sobre a motivação do nosso trabalho.
Em parte alguma se pode concluir que atentámos contra o bom nome dos
radioamadores. Pelo contrário, dissemos por exemplo: «...os radioamadores
que agem de boa-fé não querem ver beliscada a sua actividade». O único foco
do nosso trabalho - permita-me aconselhar-me uma segunda leitura - foi a
falta de segurança das comunicações das forças de segurança. É precisamente
disso que trata e apenas disso. Quanto aos radioamadores, em parte alguma do
texto se confundem genericamente como criminosos. Não faz qualquer sentido
dizer que os denominamos de «terroristas» e «boicotantes». Os radioamadores
são obviamente respeitáveis como tantas outras ocupações e, mais do que
isso, credores de inegáveis serviços prestados à comunidade.
Permita-me ainda que repudie com veemência os termos que dirigiu ao jornal e
à jornalista do DN. Não ficam bem a quem se preocupa - e bem - em defender o
bom nome dos seus congéneres. Por todos estes motivos, e independentemente
das formalidades não cumpridas pelo seu pedido, não posso publicar o texto
que recebi.
Os meus cumprimentos
António José Teixeira

-----Original Message-----
From: Sandra Pastor Cóias (DN/de) On Behalf Of Dnot (DN/de)
Sent: quinta-feira, 17 de Agosto de 2006 16:54
To: António José Teixeira (DN/de)
Subject: FW:



-----Original Message-----
From: Paulo Santos [mailto:ct1ewa  sapo.pt]
Sent: quarta-feira, 16 de Agosto de 2006 20:08
To: Dnot (DN/de); Provedor (DN/de); Leiria Delegação (DN/dp); Paula Carmo
(DN/de)
Subject:


Ex.mos Senhores



Ao abrigo da lei solicito a divulgação do documento anexo, resposta ao vosso
artigo de hoje: "Cavaco,Governo e polícias sem comunicações seguras".


Ex.mos Senhores:


Director do Diário de Notícias

Ex.ma Senhora jornalista Paula Carmo



Como radioamador e Presidente da Associação de Radioamadores do
Distrito de Leiria, ao abrigo da lei, solicito por este meio a
divulgação deste artigo (resposta) ao artigo publicado no vosso jornal
a 16 de Agosto de 2006, denominado "Cavaco, Governo e polícias sem
comunicações seguras".


Sem conseguir visualizar as motivações, os interesses e as intenções
deste artigo, leio-o com espanto pois foi redigido de forma tão
displicente e atentativa ao bom nome dos radioamadores, pessoas que
são apresentadas como foras da leis, possíveis terrorista,
destabilizadores da ordem pública e com ligações perigosas ao mundo do
crime.


Este artigo para além da fraca qualidade, e um péssimo exemplo de
jornalismo, releva um grande desconhecimento sobre a essência de tudo
aquilo de que pretende caracterizar, tratando de forma leve e
displicente o "cerne" da questão.


Permitam-me três pontos a comentar:


Os radioamadores
As forças de Segurança e as comunicações
A lei



1 - Os radioamadores são homens e mulheres, dos mais diversos estratos
sociais, unidos pelo gosto das comunicações, o que não é só escutar e
falar via frequências de rádio. Ser radioamador é investigar, estudar,
programar e realizar construções técnicas e científicas sobre as
muitas formas de comunicar.


Os radioamadores foram e são s responsáveis pela evolução das comunicações.

Qualquer tipo de evolução que exista nas comunicações os radioamadores
mais cedo ou mais tarde terão capacidade técnica para a possuir pois
provavelmente terá sido um deles a inventá-la.


Os radioamadores há mais de 30 anos que têm Internet, que possuem
sistemas de localização satélite, que fazem televisão, que comunicam
via satélite, que recebem sinais meteorológicos… isto quando
recentemente o estado português apresentou o sistema de localização
por satélite como uma grande inovação.


Os radioamadores portugueses não necessitam de nenhum choque
tecnológico, bem ao contrário de algumas actividades …incluindo nesta,
alguns jornalistas.


Estranhamente o DN e a autora do artigo sobre escutas, não sabem nem
referem que o recorde do mundo de escuta, já que falamos em escuta, é
de um radioamador português CT1DMK, ao conseguir receber os sinais de
rádio da sonda Voyager-1 da NASA, localizada a uma distância de 14.7
biliões de km da Terra.

Não mencionam também, que os astronautas profissionais são na sua
quase totalidade radioamadores e que aqueles que não o são durante o
treino que são submetidos, tiram a sua licença de amador.


Senhor Director e Senhora Paula Carmo, os radioamadores portugueses
não são fora da lei, possíveis terrorista, destabilizadores da ordem
pública e com ligações perigosas ao mundo do crime, nem boicotam
conforme o infeliz artigo dá a entender, acções da faz forças da
ordem, cito: "… a cancelar uma mega operação policial no Norte do
País, pois a sua actividade havia sido vigiada com o recurso a
radioamadores", são sim voluntários sempre disponíveis para ajudar as
autoridades (Alcafache, Açores, Guiné….)

Embora vos possa ser difícil entender isso, os radioamadores são
pessoas de carácter, são responsáveis e mais do que isso têm
capacidade técnica para comunicar e científica para construir e operar
equipamentos de comunicações dos mais avançados tecnicamente.


2. As forças da lei e as comunicações


As forças da lei e o estado português por mais que "blindem " os seus
sistemas de comunicações, assim como todos os estados no mundo, jamais
estarão imunes à escuta das mesmas nomeadamente pelos terroristas.

Países mais avançados tecnologicamente que Portugal, são perfeitamente
conhecedores desta realidade.

Isto porque as redes de terrorismo possuem os seus "cérebros" e não,
ao contrário do que este infeliz artigo faz entender, porque os
radioamadores são terroristas.

As comunicações evoluíram de tal forma que um simples sinal (ping)
emitido num sistema digital, numa frequência de rádio durante menos de
um segundo, transporta imensa comunicação.


Do mesmo modo que os radioamadores estão sempre comunicáveis com todo
o mundo, os terroristas também o estão, e numa imensidão de
frequências muito dificilmente será possível de apanhar grande parte
dessas comunicações.


Em Portugal o SIRESP vem de alguma forma retirar venurabilidade ao
sistema de comunicações.


È pena que V.Ex.as não saibam que Lisboa já tem o seu SIRESP a
funcionar (mais uma mensagem errada que transmitiram por leviandade)
desde o tempo do Dr.Santana Lopes na Presidência da Câmara Municipal
de Lisboa.

O SIRESP ou qualquer outro sistema de comunicações rádio, ao primeiro
abano de terra ou ventania mais forte deixará de funcionar, pois os
seus "sites" ficaram inoperativos., não sendo por isso um sistema
infalível


Sabe a Sr.ª. Paula Carmo e o Sr.Director quem terá a capacidade
técnica de colocar uma rede de comunicações de Emergência e Socorro a
funcionar?


Sabem quem estabeleceu e manteve uma rede de comunicações de
emergência em Nova Iorque durante o 11 de Setembro?

Sabem quem estabeleceu e manteve uma rede de comunicações após o "Katrina"?

Sabem quem estabeleceu e manteve uma rede de comunicações após o
maremoto na Ásia?


Foram aqueles aquém vocês apelam de terroristas e de boicotantes: os
radioamadores!


Seria de interesse que V.Ex.as, preocupados com a segurança,
investigassem o que se passou após o EURO 2004, no que diz respeito ao
protocolo que o Estado Português celebrou com as Associações de
Radioamadores, e que após este evento se demitiu completamente doas
suas responsabilidades.


Ou que investigassem sobre de que forma, com que meios ou quem, em
caso de calamidade ou catástrofe em Portugal tem a capacidade para
criar uma rede de comunicações no mais curto espaço de tempo?


3 A Lei


Em Portugal ou em qualquer outro ponto do mundo livre, é possível
adquirir equipamentos de rádio, que permitem escutar e emitir nas mais
diversas frequências de rádio.


Igualmente há uma lei que rege ao abrigo das recomendações da ITU,
pela qual os radioamadores Portugueses se regem.


Se neste artigo existisse vontade de bem informar os seus leitores a
senhora jornalista teria ido à página da ANACOM, ao endereço:
http://www.anacom.pt/template20.jsp?categoryId=2385&contentId=12524


Aí consultaria a lei vigente, conhecendo a lei de modo que de forma
responsável e séria, estivesse habilitada a informar sobre o que
levianamente escreveu:


Assim:

Artigo 1.ºConceitos

Para efeitos do presente diploma entende-se por:

a) Radiocomunicações: toda a transmissão, emissão ou recepção de
símbolos, sinais, escrita, imagens, sons ou informações de qualquer
natureza, por ondas radioeléctricas, incluindo os fenómenos físicos de
transferência de energia electromagnética por indução no espaço e a
transmissão por guia artificial, quando este não for concebido para
assegurar tal transmissão sem provocar radiação no espaço exterior aos
seus condutores;
b) Serviço de radiocomunicações: serviço que implica a transmissão, a
emissão ou recepção de ondas radioeléctricas com fins específicos de
telecomunicações;
c) Serviço de amador: serviço de radiocomunicações, que tem por
objectivo a instrução individual, a intercomunicação e o estudo
técnico efectuado por amadores, isto é, por pessoas devidamente
autorizadas que se interessam pela técnica radioeléctrica a título
unicamente pessoal e sem interesse pecuniário;
e) Amador: toda a pessoa titular de um certificado de amador nacional,
emitido nos termos deste Regulamento

Artigo 14. º
Situação de crise ou guerra

1- Em situação de crise ou de guerra, a pedido das entidades
competentes, pode o ICP requisitar as estações de amador para
comunicações de emergência.

2- Declarada a situação de crise ou guerra, e enquanto ela durar, pode
o ICP, a pedido das entidades competentes, suspender no todo ou em
parte a utilização das faixas de frequências atribuídas ao serviço de
amador.

Artigo 15.º
Outras situações de emergência

1- O titular de uma estação de amador pode utilizar a sua estação para
a transmissão de mensagens relativas à salvaguarda da vida humana, em
casos de ocorrência de acidentes graves e catástrofes naturais.

2- Durante as situações de emergência a transmissão das mensagens deve
ser efectuada nas faixas de frequências do serviço de amador previstas
para esse efeito e estabelecidas em portaria do membro do Governo
responsável pela área das comunicações.

3- Em caso de ocorrência de acidentes graves e catástrofes naturais, o
titular de uma estação de amador pode estabelecer ligação a estações
de outros serviços de radiocomunicações.

Artigo 17.º
Radiocomunicações interditas

É especialmente vedado aos amadores:

a) Utilizar códigos nas emissões, exceptuando-se os previstos no
Regulamento das Radiocomunicações da Convenção Internacional das
Telecomunicações ou outros aprovados pelo ICP;
b) Utilizar as estações de amador para fins ilícitos;
c) Transmitir mensagens de terceiros ou destinadas a terceiros, ainda
que obtidas por intercepção acidental, excepto quando a transmissão
diga respeito à segurança da vida humana ou outros casos de
emergência;
d) Retransmitir as emissões de estações de radiodifusão sonora ou de
outros serviços de radiocomunicações;
e) Emitir música e publicidade de qualquer natureza;
f) Interligar equipamentos de estações de amador com serviços de
telecomunicações de uso público;
g) Emitir indicativos de chamada ou sinais de identificação falsos ou
enganosos;
h) Interferir intencionalmente nas comunicações de outras estações de
amador e de outros serviços de radiocomunicações;
i) Transmitir falsos sinais de alarme ou notícias tendenciosas;
j) Utilizar nas comunicações palavras ou expressões ofensivas da moral
ou dos bons costumes.

Artigo 20. º
Interferências radioeléctricas

Sempre que uma estação de amador cause interferências na recepção de
serviços nacionais que funcionem noutras faixas de frequências, o ICP
determinará as providências necessárias para que a interferência seja
eliminada, depois de verificado que essa interferência não é devida a
qualquer deficiência quer das características do receptor, quer da sua
instalação, incluindo a respectiva antena.



Certamente que após a leitura da lei a Srº.Jornalista, fica a saber
que a entidade legisladora admite as comunicações por radioamadores,
em casos muito específicos, nas frequências de outras entidades.

Poderemos concluir que este artigo para além da sua fraca qualidade, é
ofensivo e provocatório ao bom-nome dos radioamadores, ao bom-nome dos
radioamadores portugueses e ao bom-nome do jornalismo português.

Se fosse um artigo de qualidade certamente a Senhora jornalista,
saberia que um mau rádio e uma boa antena, escutam tudo, e que ao
contrário do que escreveu " há quem chegue a gastar muito mais do que
isso (200 euros) para ter aparelhos com maior alcance e de fiabilidade
de som", uma boa antena nada custa, basta o arame do estendal da roupa
para escutar com bons sinais de rádio!

Certamente compreenderão que não é minha intenção "ensinar" um
jornalista a sê-lo, mas sim demonstrar a minha indignação por um mau
exemplo de jornalismo e pela forma como eu e os radioamadores somos
criteriosamente ofendidos e devassados publicamente por mau artigo
jornalístico.

Apenas uma verdade foi dita: "a segurança anda para trás, nós já
estamos à frente", mas não por nossa culpa.

… e acrescento: com jornalismo desta qualidade todos nós temos a perder.


Cumprimentos

CT1EWA

Paulo Nuno Santos



Presidente da Direcção da Associação de Radioamadores do Distrito de Leiria




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