<div dir="ltr">O problema do misterioso objeto espacial baptizado de Oumuamua (uma palavra havaiana que significa "um mensageiro de longe que chega primeiro" ) (formalmente designado 1I/'Oumuamua, anteriormente Cometa C/2017 U1 (PANSTARRS) e posteriormente Asteróide A/2017 U1) começou logo na trajectória
<span style="font-family:sans-serif;font-size:14px">hiperbólica</span> de aproximação ao Sol. Todos os cálculos apontaram para uma origem extra-Sistema Solar, não que seja caso único, mas contam-se pelos dedos os casos documentados até hoje. <span style="font-family:sans-serif;font-size:14px">A alta excentricidade do 'Oumuamua" </span><span style="font-family:sans-serif;font-size:14px">de 1,20, a mais alta do que a de qualquer objeto já observado no Sistema Solar,</span><span style="font-family:sans-serif;font-size:14px"> indicava que ele nunca esteve gravitacionalmente ligado ao Sistema Solar e é sem duvida um objeto interestelar devido também à sua alta velocidade de entrada.</span><div> <div>No entanto, o mais estranho era o que estava para vir, contrário a tudo o que é conhecido, o objecto ao se afastar do Sol e sem qualquer influencia gravitacional alem de Júpiter, este não perdeu velocidade mas antes ganhou aceleração numa trajectória para fora do sistema solar. Até hoje, e com os dados disponíveis, não foi possível explicar o seu estranho movimento. </div><div><br></div><div>"Por exemplo, num cometa, quanto mais longe do Sol, menor a aceleração e menor a velocidade. No caso do Oumuamua, aconteceu o contrário, aumentou a velocidade e a aceleração à medida que se afastava", nota Rui Agostinho. </div><div><br></div><div>João Costa (CT1FBF)<br> <br><br><span class="gmail-landscape" style="box-sizing:inherit;margin:0px;padding:0px;border:0px;outline:0px;vertical-align:baseline;font-size:16px;display:block;text-align:center;color:rgb(0,0,0);font-family:sans-serif"><img src="http://images.impresa.pt/visao/2017-11-21-dest_asteroide.jpg/original/mw-860" alt="" class="gmail-js-lazy-picture-loaded" style="box-sizing: inherit; margin: 0px; padding: 0px; border: 0px none; outline: 0px; vertical-align: bottom; font-weight: inherit; font-size: 12px; font-style: italic; width: 640px; height: auto;"></span><p class="gmail-caption" style="box-sizing:inherit;margin:0px 0px 4px;padding:0px;border:0px;outline:0px;vertical-align:baseline;font-variant-numeric:normal;font-variant-east-asian:normal;font-stretch:normal;font-size:14px;line-height:1.2em;font-family:"Open Sans",sans-serif">Conceção artística do Oumuamua</p><p class="gmail-credits" style="box-sizing:inherit;margin:0px;padding:0px;border:0px;outline:0px;vertical-align:baseline;font-variant-numeric:normal;font-variant-east-asian:normal;font-weight:700;font-stretch:normal;font-size:12px;line-height:16px;font-family:"Open Sans",sans-serif">European Southern Observatory/M. Kornmesser</p><p class="gmail-credits" style="box-sizing:inherit;margin:0px;padding:0px;border:0px;outline:0px;vertical-align:baseline;font-variant-numeric:normal;font-variant-east-asian:normal;font-weight:700;font-stretch:normal;font-size:12px;line-height:16px;font-family:"Open Sans",sans-serif"><br></p>Nave extraterrestre? O Investigador do Instituto de Astrofísica reconhece "interesse científico" na tese do astrónomo americano sobre o Oumuamua, um misterioso objeto espacial detetado em 2017. "Às vezes as teorias demoram muito tempo a serem comprovadas"<br><br>SARA SÁ, Jornalista da Visão<br><br>A referência a uma nave extraterrestre surge apenas duas vezes, ao longo de um artigo científico cheio de contas e cálculos complicados: na última linha da introdução e no penúltimo parágrafo do texto. No entanto, todo o bruá em torno do trabalho do astrónomo da Universidade de Harvard, Avi Loeb, publicado na revista científica Astrophysical Journal Letters, tem origem neste comentário lateral.<br><br>"A hipótese de se tratar de um objeto produzido por extraterrestres é meramente especulativa. E o autor sabe disso", sublinha o astrónomo do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, Rui Agostinho. Mas isto não retira valor ao artigo, defende o Diretor do Observatório Astronómico de Lisboa. "Está bem escrito, bem analisado e levanta questões pertinentes."<br><br>Publicado em novembro do ano passado, numa revista que se apresenta como uma publicação "expresso", destinada a divulgar "investigação relevante e original", o trabalho descreve o movimento do Oumuamua, um objeto detetado por telescópio do Havai, em 2017.<br><br>Até hoje, e com os dados disponíveis, não foi possível explicar o seu movimento. E é por isso que Avi Loeb se dedicou a estudá-lo, para tentar justificar o seu comportamento, contrário a tudo o que é conhecido. "Num objeto distante do Sol [neste caso, para lá da órbita de Júpiter] a força gravítica diminui com a distância à estrela. Por exemplo, num cometa, quanto mais longe do Sol, menor a aceleração e menor a velocidade. No caso do Oumuamua, acontece o contrário, aumenta a velocidade e a aceleração à medida que se afasta", nota Rui Agostinho.<br><br>Uma possível explicação para este fenómeno, avança o astrónomo de Harvard, é a pressão de radiação. Um tipo de força devida à radiação solar e que é tanto maior quanto maior a área de exposição à luz. Tudo está sujeito a esta força, até nós. Mas em objetos de grande massa relativamente à área de exposição o efeito é indetetável. No objeto agora descrito poderá, no entanto, existir um efeito de "vela", em que existe uma grande área superficial para uma espessura muito pequena.<br><br>"Pela órbita do objeto, verificamos que não está preso à órbita do Sol, está a ir-se embora", reforça Rui Agostinho. Por outro lado, não é nova a sugestão de se usar a pressão de radiação para fazer mover uma nave. "Esta ideia de se usar uma sonda com uma vela, para ser empurrada, já é velha", refere o astrónomo português.<br><br>Mas, como sublinha o professor de Física, "às vezes as teorias demoram muito tempo até serem comprovadas". E este mistério é bem provável que permaneça, quem sabe se para todo o sempre. "O objeto está a afastar-se, portanto é cada vez mais difícil recolher informação, nomeadamente sobre a sua trajetória inicial e as forças gravíticas a que está sujeito."<br><br>Parece que vamos ter de viver com a dúvida.</div></div></div>