<div dir="ltr"><div style="font-size:12.8px;text-align:center"><b><br></b></div><div style="font-size:12.8px"><div style="font-size:12.8px;text-align:center"><b>Falhas no incêndio no concelho da Sertã</b></div><div style="font-size:12.8px">Tivemos a oportunidade de constatar “in loco” o que abaixo descrevemos, e concluir que quatro meses após a tragédia de Pedrogão Grande, no essencial nada mudou. Não, seguramente não foi feito tudo o que podia ter sido feito fazer para proteger e socorrer. </div><div style="font-size:12.8px">1. O Posto de Comando não monitorizou as radiocomunicações dos cidadãos, nem CB (citizen band), nem PMR446, o que fez com que não tivessem acesso ao que vigias florestais e outros cidadãos relatavam em canal 2 PMR446, na frequência de 446.01875MHz, e os operacionais da APROSOC tal como previsto em toda a Europa comunitária e demais países do mundo em 27.065MHz, na Banda do Cidadão, mas que Portugal não cumpre, não monitoriza, não quer saber, e por isso deixa morrer e arder. Só assim se explica a ausência de resposta por esses canais. </div><div style="font-size:12.8px">2. Sem acesso à informação direta dos cidadãos, e sem equipas de reconhecimento e avaliação de situação em número suficiente, apesar de todo o louvável esforço dos bombeiros no local e seus elementos de comando e chefia, a informação não chegou em tempo útil, tendo por isso sido perdidas oportunidades de salvar algumas casas.</div><div style="font-size:12.8px">3. O incêndio chegou a estar dominado pelos Bombeiros durante a noite, contudo devido à escassez de Bombeiros e meios no terreno para combater, fazer e consolidar o rescaldo, bem como inexistência de militares para essa missão, com os primeiros raios de sol e sopros de vento da manhã de 2ª feira dia 16 o incêndio voltou a lavrar com grande intensidade, o que poderia ter sido possível evitar com a presença de militares no reforço da ação dos bombeiros. </div><div style="font-size:12.8px">4. Os serviços municipais de proteção civil, bem como os gabinetes municipais de proteção civil da região não possuem redes de radiocomunicações de proteção civil (REPC-Rede Estratégica de Proteção Civil, e Rede Municipal de Proteção Civil), dificultando assim a gestão das operações de proteção civil. </div><div style="font-size:12.8px">5. Uma vez mais, não foram empregues meios aéreos tripulados ou não tripulados para a observação privilegiada do teatro de operações (apesar de quase todas as forças de segurança e forças armadas disporem destes meios), fator decisivo para que muitas habitações não tivessem sido poupadas, porque o posto de comando de operações e meios no terreno desconheciam a realidade da extensão do incêndio, suas frentes, e novos focos de incêndio resultantes de projeções. </div><div style="font-size:12.8px">6. Não foram usados os telemóveis, telefones fixos, ou órgãos de comunicação social para fazer chegar à população avisos contendo a informação do risco expectável, as recomendações de autoproteção, ou mesmo as interdições, nada, as pessoas ficaram entregues a si próprias. </div><div style="font-size:12.8px">7. A localização do posto de comando não possibilitava a observação mais privilegiada de toda a zona afetada, e não houve sequer um posto avançado no cabeço junto ao Hotel da Montanha, local escolhido e bem pelos órgãos de comunicação social para a observação e captação de imagens nas primeiras horas. </div><div style="font-size:12.8px">8. Não se observaram redes alternativas de radiocomunicação preparadas para a eventualidade do SIRESP e telemóveis falharem. </div><div style="font-size:12.8px">9. Vários cabos de telecomunicações arderam, e muitas pessoas ficaram sem comunicações, mas nem por isso se adotaram formas alternativas e comunicar com a população. </div><div style="font-size:12.8px">10. Ouvimos o desespero legítimo de um comandante de Bombeiros dizer que também queria mais meios, mas tinha ali tudo o que conseguia disponibilizar. </div><div style="font-size:12.8px">11. Ouvimos e demos resposta a pedidos de socorro, e apelos feitos nas redes sociais, feitos em frequências de radioamadores, nomeadamente da zona de Seia, de Oliveira de Hospital, e outras, em muitos casos cercadas pelas chamas e que não tinham outra forma de comunicar, nenhum serviço de proteção civil os escutou, apesar de muitos deles terem equipamentos de radioamador, tal como a própria ANPC na sede, nos Comandos Distritais de Operações de Socorro, e em Viaturas de Comando e Comunicações, mas que em muitos casos nem sequer foram ligados. </div><div style="font-size:12.8px">12. Não foi mobilizado para o local qualquer dispositivo de emergência pré-hospitalar do INEM, forças armadas, ou mesmo de empresas de ambulâncias privadas com essa capacidade. Só mesmo por acaso o desfecho não foi mais trágico ainda. </div><div style="font-size:12.8px">13. Não foi sequer solicitado à Autoridade Nacional de Comunicações que monitorizasse os pedidos de socorro e outras informações relevantes através das bandas de uso livre usadas pelos cidadãos, nem aquela autoridade tomou aparentemente tal iniciativa. </div><div style="font-size:12.8px">Cumpre-nos fazer um elogio público aos Bombeiros que ali operaram no combate às chamas, bem como aos militares da Guarda Nacional Republicana. </div><div style="font-size:12.8px">Não auto elogiamos o nosso próprio trabalho neste Teatro de Operações, até porque o entendemos singelo. </div><div style="font-size:12.8px">Cumpre-nos igualmente lamentar a aparente falta de competência dos autarcas na gestão do nível local de proteção civil, em muitos casos próprio de um país de terceiro mundo, e do Governo central na falta de estratégia para o nível local da proteção civil, teimando manter a quebra na cadeia de comando do nível distrital para o nível municipal.  </div><div style="font-size:12.8px">Para nós, enquanto houver gente a pedir ajuda por um qualquer legal meio de comunicação, nas respetivas frequências de emergência, e outras em que seja expectável, e do outro lado ninguém responder, haverá para nós sempre alguém responsável pelo que a essas potenciais vítimas acontecer. </div><div style="font-size:12.8px">Desejamos com este contributo, contribuir tão somente para a identificação de aspetos a corrigir, no sentido de efetiva correção, porque a proteção civil não é o que somos, é o que fazemos. </div><div><br></div></div>-- <br><div class="gmail_signature"><div dir="ltr"><div><div dir="ltr"><div><div dir="ltr">Melhores Cumprimentos, <br><br><b>João Paulo Saraiva</b><font color="#999999"> <span style="color:rgb(68,68,68)">Amaral da  Encarnação</span> (CT1EBZ)<br></font><br>Telefone Móvel: <b>910 910 112</b><br>Largo Álvaro Pinheiro Rodrigues, nº 7 R/C B - 2790-471 Carnaxide - Oeiras - Portugal <br>NIF199162670 NIB 0010 0000 3275804 0001 32<br><br><p style="margin-top:5px;font-size:10px;color:rgb(99,99,99);font-family:arial,helvetica,verdana">AVISO LEGAL <br>A informação presente nesta mensagem, bem como em qualquer dos seus anexos é confidencial e destinada exclusivamente ao(s) destinatário(s). Qualquer utilização desta informação que não esteja de acordo com o seu objectivo, qualquer disseminação ou divulgação, total ou parcial, é proibida excepto se formalmente aprovada. A Internet não garante a integridade desta mensagem, a qual poderá ter sido interceptada, corrompida, perdida, atrasada ou acrescida de vírus. Assim, o remetente não se responsabiliza pela mensagem se modificada.</p><p style="margin-top:5px;font-size:10px;color:rgb(99,99,99);font-family:arial,helvetica,verdana">DISCLAIMER <br>The information in this e-mail and in any attachments is confidential and intended exclusively for the named adressee(s).Any use of this information not in accordance with its purpose, any dissemination or disclosure, either whole or partial, is prohibited except if formally approved. The Internet can not guarantee the integrity of this message, as it could be intercepted, corrupted, lost, destroyed, arrive late or incomplete or have viruses added to it. The Sender will not therefore be liable for the message if modified.</p></div></div></div></div></div></div>
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