<div dir="ltr">Proposta de criação de unidade militar para emergências já foi entregue a Marcelo<div><br><img src="cid:ii_15f39cbb6545c823" alt="Imagem intercalada 1" width="720" height="461" style="margin-right: 0px;"><br>Vila de Rei recebeu em agosto elementos da Unidade Militar de Emergência espanhola, que serve de modelo à proposta de criar uma força conjunta das Forças Armadas em Portugal<br><br>Documento foi feito por membro da comissão técnica independente que analisou os incêndios de Pedrógão em junho passado.<br><br>Cerca de 2500 efetivos dos três ramos das Forças Armadas, capacidades conjuntas, orçamento próprio, comando centralizado na dependência direta do chefe do Estado--Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) e dispositivo descentralizado. É esta, em síntese, a proposta para criar uma Unidade Militar de Emergências de Portugal (UMEP) e que já foi entregue aos presidentes da República e do Parlamento e ao Governo, soube ontem o DN.<br><br>O documento, garantiram diferentes fontes ouvidas sob anonimato por não estarem autorizadas a falar do assunto, é assinado por um dos membros da Comissão Técnica Independente (CTI) que elaborou o relatório sobre os incêndios que assolaram Pedrógão Grande e a região centro no verão.<br><br>O relatório da CTI, que não inclui aquele documento proposto pelo tenente-general Frutuoso Pires Mateus, já abria a porta à criação da UMEP, tendo como exemplo a Unidade Militar de Emergências (UME) das Forças Armadas de Espanha que a CTI visitou há algumas semanas - e que foi criada após a morte de 11 cidadãos espanhóis num incêndio florestal em Guadalajara.<br><br>&quot;O exemplo espanhol, embora com outra escala, permite ampliar o papel das Forças Armadas como agente de proteção civil em Portugal&quot;, assinala o relatório da CTI. No capítulo das &quot;Problemáticas e Recomendações&quot;, a Comissão alerta ainda que o Regimento de Apoio Militar de Emergência (RAME) do Exército, &quot;na situação atual, não tem condições nem capacidade para ser verdadeiramente útil em operações de emergência&quot;.<br><br>O general Pires Mateus, que foi responsável pelo projeto e construção dos paióis de Tancos, argumenta na sua proposta que a UMEP &quot;deverá corresponder a um desígnio do Estado português&quot;, disse uma das fontes. Na base desse entendimento está a certeza de que Portugal passaria a ter uma unidade militar com capacidades conjuntas, treinada, disciplinada, preparada e dotada de elevado grau de operacionalidade para complementar a ação das forças e serviços civis - tanto em matéria de fogos florestais como outros tipos de emergências (catástrofes ou apoio a outros países, como a UME fez este verão em Portugal).<br><br>O documento do general, que outra fonte disse ter sido apresentado sob a forma de &quot;proposta de resolução&quot;, sustenta por isso que tanto o Presidente da República como o Parlamento e o Governo devem dar particular &quot;prioridade e importância&quot; a essa unidade - a levantar com &quot;adequados recursos nacionais&quot; e recorrendo a todos os fundos comunitários possíveis.<br><br>Na base desse apelo parece estar a noção das resistências suscitadas dentro da Marinha e da Força Aérea à criação dessa unidade no Exército - apesar de os respetivos meios navais e aéreos continuarem a ser operados pelos respetivos ramos, como se tem visto em várias reformas (como a do hospital militar único, por exemplo).<br><br>O próprio Conselho de Chefes militares deve igualmente &quot;atribuir a maior importância&quot; à UMEP, disponibilizando-lhe os meios já existentes no conjunto das Forças Armadas - o que implicaria desde logo a extinção do RAME, até porque este regimento cumpre missões que pouco ou nada têm a ver com situações de emergência, assinalaram as fontes.<br><br>De acordo com a proposta de Pires Mateus e à luz do que acontece na UME das Forças Armadas espanholas, os meios navais e aéreos ficariam sob controlo operacional da UMEP em certos períodos do ano - significando que nessas alturas não poderiam ser utilizados para quais outras missões. Essa restrição já não se colocaria nos restantes dias do ano.<br><br>O general sugere ainda instalar o comando da UMEP em Lisboa (no Regimento de Transportes) e batalhões de intervenção em Vila Real, Viseu, Leiria, Abrantes e Beja.</div><div><br></div><div>Fonte: Diário de Noticias</div></div>