<div dir="ltr"><div><img src="cid:ii_15c77d99e3ced6c6" alt="Imagem intercalada 1" width="300" height="175" style="margin-right: 0px;"><img src="cid:ii_15c77da6dfc57429" alt="Imagem intercalada 2" width="392" height="173" style="margin-right: 0px;"><br></div><div><br></div>Equipamento sobre montanha no Deserto do Atacama permitirá observação precisa de objetos distantes do Universo<br><br>O maior e mais sofisticado telescópio já projetado na história começou a ser construído na semana  passada  sobre uma montanha no Deserto do Atacama, no norte do Chile. Quando começar a operar a previsão é 2024 , o European Extremely Large Telescope (E-ELT) permitirá que os astrônomos observem objetos distantes do universo com uma precisão que nunca foi alcançada por nenhum outro instrumento óptico, na Terra ou no espaço.&quot;O E-ELT produzirá descobertas que simplesmente nem podemos imaginar hoje, e certamente vão inspirar inúmeras pessoas em todo o mundo a pensar em ciência, em tecnologia e no nosso lugar no universo. Isso trará grandes benefícios aos países membros do ESO (European Southern Observatory, o consórcio europeu responsável pelo projeto e pela operação de vários outros telescópios de ponta no Deserto do Atacama), ao Chile e ao restante do mundo&quot;, disse o diretor-geral do ESO, Tim de Zeeuw, durante a cerimônia de lançamento da pedra fundamental do telescópio.<br><br>O local escolhido uma montanha de 3 mil metros chamada Cerro Armazones, a cerca de 1.200 quilômetros ao norte de Santiago fica numa região privilegiada para a astronomia. Um dos lugares mais áridos da Terra, o deserto chileno beneficia de um céu noturno deslumbrante e límpido, quase sempre livre de nuvens, graças à baixíssima umidade do ar. No Cerro Armazones, são mais de 320 noites de céu claro por ano. Segundo a presidente chilena, Michelle Bachelet, o país já é a &quot;capital mundial da astronomia&quot;, concentrando três quartos das estruturas de pesquisa astronômica do mundo. &quot;Trata-se de uma das maiores expressões da capacidade científica tecnológica e do potencial extraordinário da cooperação internacional&quot;, disse Bachelet na cerimônia de lançamento.<br><br>Nenhum equipamento é comparável em grandiosidade ao projeto do E-ELT. Seu espelho primário, o coração dos telescópios, terá 39 metros de diâmetro, uma medida sem precedentes. O Very Large Telescope (VLT), que fica a 20 quilômetros do Cerro Armazones e atualmente é o maior do mundo, tem espelhos de 8,2 metros. Com a tecnologia avançada de seus espelhos, o E-ELT captará 13 vezes mais luz que o VLT. Embora seja construído na Terra, o telescópio será capaz de fornecer imagens 16 vezes mais nítidas que o Telescópio Espacial Hubble, graças à tecnologia avançada de óptica adaptativa. Um dos principais objetivos científicos é a captura de imagens de exoplanetas, que são os planetas existentes fora do Sistema Solar, na órbita de outras estrelas.<br><br>Com custo previsto de aproximadamente 1,2 bilhão de euros, o projeto do E-ELT originalmente conta com a participação do Brasil para sua construção e operação. Para ser sócio do consórcio, porém, o país precisa tornar-se membro efetivo do ESO, que é composto por 15 nações europeias e pelo Chile, que participa como país-sede. O processo de adesão do Brasil ao ESO, porém, tornou-se uma novela que já se arrasta há sete anos.Para que o Brasil se torne membro efetivo, é preciso pagar a taxa de adesão, que naquele ano era calculada em 132 milhões de euros parcelados em dez anos, além de uma anuidade de 20 milhões de euros. Como a taxa de adesão é proporcional ao PIB do país, com a crise econômica, o ESO deu um desconto ao Brasil e a taxa caiu para pouco mais de 100 milhões de euros, segundo o diretor-geral do consórcio, Tim de Zeeuw. Mesmo assim, o país ainda não aderiu.<br><br>&quot;Todos vemos nos jornais que a condição política do Brasil é muito complicada e me parece óbvio que assinar com o ESO não é uma prioridade, o que é compreensível. Acredito, porém, que o Brasil ainda entrará no consórcio. Isso será bom para o país, que tem uma comunidade científica cada vez maior&quot;, disse Zeeuw ao Estado. Hoje, participam do ESO Áustria, Bélgica, República Checa, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Itália, Holanda, Polônia, Portugal, Espanha, Suécia, Suíça e Grã-Bretanha. A bandeira do Brasil ainda está fincada no Deserto do Atacama. Resta saber até quando.<br><br>Fonte: Jornal Estadão Brasil</div>