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Após o sucesso da primeira ativação SOTA no dia do SOTA Portugal, o
bichinho ficou. Teria de conseguir realizar outra ativação similar e
muito em breve, pautada não pela concorrência, pressa de conseguir
números pomposos ou preocupações com rankings mas sim pelo convívio
<div class="moz-forward-container">
<div class="moz-forward-container"> Ficou o desafio de voltar ao
Alqueidão após alguns meses, dada a localização e condições de
acesso para fazer uma mega ativação. Queria fazer algo inédito
no país e a sorte é que conheço quem seja quase tão maluco como
eu. Dada a proximidade em termos de distância, um dos elementos
da equipa acabou por sugerir o Socorro, ativando assim um monte
diferente e com características similares ou melhores (ver nota
sobre o almoço).<br>
<br>
Fomos combinando as coisas com tempo e quando chegou a altura
certa, começamos o ataque às redes sociais e listas, apelando à
participação no local ou remota. Grupos de radioamadores,
CBistas, PMRistas, de convívio, no cluster arla, em grupos de
yahoo da REP, CT Tecnologias, etc. Por onde nos lembrámos
espalhámos a palavra e pedimos que continuassem a fazê-lo aos
seus conhecidos. Tivemos felizmente muito apoio nesse aspeto e
vimos muito entusiasmo dado que, a nosso ver, iríamos fazer algo
único nos últimos tempos: dar resposta aos constantes pedidos de
"usem esta faixa", "usem 2m", "os 70cm?". Estávamos a
preparar-nos para estar munidos de tudo, PMR, CB, UHF, VHF, HF,
Dstar, DMR e até 1.2Ghz.<br>
<br>
Nas duas semanas antes do evento começamos a recear o pior. Não
tínhamos ninguém até ao momento, tendo em conta que o local
escolhido está a apenas 40min do centro de Lisboa e no... centro
da Oeste digamos, interessado em subir o monte connosco nesse
Sábado. Nem o facto de lá estarem tantas faixas/equipamentos
disponíveis ou o facto de os CRxxxx poderem operar o que
quisessem com supervisão pareceu alterar este facto. Estamos a
falar de um local acessível a 99% das pessoas, dadas as
condições do piso e distância ao carro. <br>
<br>
Nos últimos dias o receio confirmou-se. Tirando dois colegas que
se juntaram a nós por via de convite direto, ninguém nos
contactou para ir ao local montar a sua estação ou operar uma
das nossas. Os desafios para outros montes ou contactos foram
meia dúzia. Literalmente meia dúzia. Ainda nos questionámos o
que estaríamos a fazer mal, dado que habitualmente vemos
comentários em outras ativações a dizer que não fizeram contacto
porque faltava isto ou aquilo. Esta tinha tudo...<br>
Tínhamos pensado em fazer piquenique lá em cima, dada a adesão
que estimávamos em relação a este tipo de convívio mas
felizmente mudámos de ideias a tempo.<br>
Não tínhamos ninguém interessado em lá ir quando faltavam apenas
dois dias e os avisos de calor do IPMA, que fizeram mudar a hora
da ativação do CT/ES-003, estavam a dar-nos que pensar.<br>
Entre fazer um piquenique, por muitas sombras que tivéssemos por
perto ou fazer uma quebra no evento e ir para dentro de um local
fresco partilhar um vitaminico completo, o último acabou por
vingar. A nossa sorte é que o colega Carlos CT1DYH tinha o
contacto do restaurante que está dentro do próprio espaço no
topo do monte e ligou. Estariam lá no Sábado e tínhamos vários
repastos à disposição. A escolha foi unânime e recaiu num belo
Polvo à Lagareiro. Estipulamos dois pontos intermédios de
paragem, um deles público e siga que já estamos na véspera.<br>
<br>
No Sábado lá nos deslocamos todos para o Socorro e a atividade
correu mais ou menos como esperado, porque para mim correu
melhor que o esperado com exceção da adesão.<br>
Chegámos lá acima perto da hora que estipulamos e às 10:00 já
tínhamos estações no ar. Dado o grupo que estava na serra
partilhar o mesmo sentimento (leia-se, gostar de andar na
conversa e partilha de conhecimento), eram 11:00 e ainda algumas
estações estavam a terminar ajustes, eu incluído. Alguns já
tinham a essa altura o SOTA confirmado, outros nem tinham
começado e outros iam a meio. Não interessava, não era para isso
que ali estávamos e esta componente da pratica de
radioamadorismo é realmente das mais interessantes. Entre os
acessórios que um sugere e o outro não gosta porque a última vez
que usou não lhe correu bem, entre as fotos ao local que
aproveitando a proximidade das festas estava naquele preciso dia
a sofrer um "lifting" até à paisagem lindíssima que se tem lá de
cima a 360º, confesso que toda a gente lá em cima estava mais
preocupada com tudo menos com o número de contactos realizado
até então. Ainda antes do almoço, tivemos a agradável surpresa
de ter a visita de um OM que estava parado há algum tempo, viu o
evento no Facebook e decidiu visitar-nos (o nosso muito obrigado
mais uma vez) e eu ainda tive a visita de um grande amigo de
Torres Vedras que, aproveitando o bom e o mau do Facebook, viu
que eu estaria na zona nesse Sábado, decidiu visitar-me e
quebrar quase 2 anos sem nos vermos. A ele também o meu obrigado
por perder parte da manhã para dois dedos de conversa e aquele
forte abraço.<br>
Vários contactos foram realizados até esta altura com a Serra da
Arrábida, onde o Miguel CT1ETL liderava a ativação que estava
proposta na lista de atividades da A.R.L.A. desde o início do
ano.<br>
<br>
A hora de almoço chegou rapidamente e o calor já apertava.<br>
Entre o pão quentinho que veio para a mesa, o polvo à lagareiro
e o pudim que veio assentar tão farta refeição, acho que falámos
de quase tudo menos rádios. Claro que as mesas e o fresco do
local permitiram algumas coisas, como realizar upgrades de
firmware a equipamentos e alterações de configurações mas isso
foi um curto período de tempo.<br>
O restaurante tinha por esta altura de fechar, dado que não faz
sentido ficar aberto fora das horas de refeições e lá voltámos
para as nossas estações.<br>
Uma mudança estratégica de local, para contrariar o movimento do
sol e que bem que se estava lá em cima. Se aquilo era o pico do
calor garanto-vos que lá em cima não se notava. Passava uma
brisa que só faltavam os caracóis, prometidos para a próxima
(ver nota de rodapé) e umas minis (que ninguém levou com receio
que virmos cá parar abaixo a rebolar).<br>
<br>
Dois colegas tiveram de se ausentar e assim se vê a grandeza de
algumas pessoas. Foram embora sem concluir sequer a ativação e
ter os quatro contactos, mesmo após a nossa insistência de fazer
algumas chamadas e colocarmos alguns spots. Não é que isso nos
tenha valido de muito até então, a cada um ou dois spots
colocados e tirando raras exceções, os vizinhos EA/EB/ECxxxx é
que apareciam na frequência indicada. Mas não, lá foram embora
com sensação de dever cumprido: o convívio.<br>
<br>
Depois de uma grande patuscada verbal na mesa do Carlos CT1DYH e
dos testes de 1.2G do João CT1FBF, já eram perto de 17 (UTC)
quando vimos uma aberta, de interesse ou de propagação e, vários
colegas do país vizinho a subirem, tanto a responder-nos como a
chamar-nos. Portugueses, contou-se pelos dedos das duas mãos os
que falaram connosco em todo o dia. Pedidos via repetidor de
serviço, contou-se pelos dedos de uma mão e sobrava.<br>
Por esta altura temos a segunda baixa, com mais dois colegas a
darem por terminada a sua presença neste convívio, não sem antes
o colega CT1FBF fazer o favor de perder as folhas de log, coisa
que só viria a descobrir obviamente quando chegou a casa. Se
virem folhas de log na zona de Mafra ou Torres contendo registos
de contactos em V e 1.2Ghz, já sabem a quem os podem remeter. O
João dá recompensa, acho eu....<br>
Reduzidos a três estações e com poucos QSOs a chegarem lá acima,
seja em V ou HF, começamos lentamente a desmontar duas das
estações e ficamos reduzidos a apenas uma. Foi mais a conversa
no local do que no rádio. Nem passou 30 minutos e decidimos dar
por terminado o dia, desmontar a última estação, desligar a
dúzia de equipamentos móveis que estavam ligados em cima da mesa
e descer para algo fresco numa das vilas a caminho de casa.<br>
Uma nota extremamente positiva, a esta altura já se fazia
perfeitamente o DMR da Arrábida, fruto do trabalho de todo o dia
do Jorge CT1JIB e Carlos CT4RK.<br>
Vamos a descer o monte e ainda temos tempo para em portátil
fazer mais um contacto nos 2m. Mudamos para frequência direta e
rumamos a casa com sentido de dever cumprido.<br>
<br>
Obrigado CT1DYH, CT5JLD, CT1DTE, CT1FBF, CT1IDJ e CT1FCI pela
companhia, alinharem nas minhas maluquices, apoio, ensinamentos
e amizade.<br>
Obrigado CT1DTE pela baixada que me emprestaste e que eu, tão
amavelmente, enfiei no meu carro e não te devolvi.<br>
Obrigado CT1FBF pelo esforço em levar o material de 1.2Ghz para
o topo da serra, respondendo aos pedidos de alguns colegas.
Tinhamos um portátil do colega Gonçalo Springer mas acabou por
não ser necessário. Homem prevenido vale por dois.<br>
Obrigado, sem qualquer ordem específica, a CS7AHW, CS7AJM,
CS7AJF, CT1DBS, CT1DL (sempre presente nas nossas ativações!),
CT1ETL, CT1EUW (idem), CT1HIX, CT1HZ, CT5GOQ, CT7AHQ pelos
vários contactos e vários testes.<br>
Obrigado a EA1CVZ, EA2CKX e EA2JU pela subida após alguns spots.<br>
Obrigado a EC2AG pelo Sota2Sota para o norte de Espanha
(IN83RG).<br>
<br>
Por curiosidade, algumas das quadriculas ativadas:<br>
<br>
<img shrinktofit="true"
src="cid:part1.845D04BC.249DDFA6@sapo.pt" alt="" height="699"
width="713"><br>
<br>
Em tom de resumo, espero não ver daqui em diante comentários que
não ativam referências SOTA por falta de tempo, banda ou outra
razão nem acusar colegas de só usarem este ou aquele modo.<br>
Estivemos na serra ativos desde as 09 (UTC) e as 18 (UTC)
praticamente. Se não tentaram o contacto, nem sequer chamaram
via repetidor ou por outra via (até ao email estávamos atentos),
é porque não quiseram e a partir desse momento deixa de existir
desculpas. Tivemos colegas que o fizeram e depois não
conseguimos o contacto na direta, mas tentaram!<br>
Temos contactos registados entre as 09:45 (UTC) a 17:33 (UTC),
lançamos dezenas de spots durante o dia, o alerta estava no
SotaWatch semanas antes, foi divulgado em todos os meios que
conseguimos e mais alguns, tanto nacionais ou internacionais.<br>
23 contactos entre tantos ativadores que lá estavam e em que dos
quais 4 foram realizados com Espanha, para nós é muito pouco
para a nossa localização, por muito más que fossem as condições
de propagação e só nos parece resultado de um problema, falta de
interesse.<br>
<br>
Mas não nos esmorecem! Havemos de voltar a subir aos montes em
outras atividades similares nem que seja pela palavra que mais
repeti neste texto: convívio.<br>
Agora, quero ver as desculpas que veremos nos próximos tempos,
que o colega não levou nem um portátil de 2m para cima ou algo
similar. Pensem nisto quando respondem a alguns colegas coisas
como "vá fazer rádio", "ninguém fala no rádio", etc. Se nós não
chamarmos, é possível que ninguém adivinhe que lá estamos, só
fazer escuta não resulta e provavelmente deveriam aproveitar
mais este tipo de atividades para servir de exemplos a
terceiros, fazendo com que as mesmas aumentem em frequência e
número.<br>
Mas isto é a minha opinião pessoal, que ando nisto há meia dúzia
de anos, cada um pode tirar a sua própria conclusão destes
valores obtidos em tanta hora de atividade e enviar-nos por
email direto, terei todo o gosto em conhecer o que acham deste
resultado. Por nós, pessoal do polvo à lagareiro e como já
referi, valeu a pena e é para repetir. E para vocês? Vale a pena
fazer este tipo de convívio, com todo os gastos inerentes, para
prol de todos vós? O melhor feedback que nos podem dar em troca
é o vosso contacto, nem que seja do conforto de vossa casa.
Veremos se o próximo corre melhor e até onde vai a nossa
persistência/paciência. Bem, pelo menos os caracóis estão
garantidos.<br>
<br>
<b>Fotos em:</b><b><br>
</b><b><a moz-do-not-send="true" class="moz-txt-link-freetext"
href="https://www.dropbox.com/sh/d2w5gxv9bjzzbrn/AACzcipElt2t52uB3JZFM9d_a?dl=0">https://www.dropbox.com/sh/d2w5gxv9bjzzbrn/AACzcipElt2t52uB3JZFM9d_a?dl=0</a></b><br>
<br>
<pre class="moz-signature" cols="72">73,
Paulo
CS7AGH
A.R.L.A. #100 / DMC #08386 / EPC #25379 / Field Radio Operator #IFR212 / Portuguese QRP Radio Club #079 / QRP Respect #295 / SKCC #12615</pre>
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