<div dir="ltr"><br><div class="gmail_quote">---------- Mensagem encaminhada ----------<br>De: <b class="gmail_sendername">Carlos Pinheiro</b> <span dir="ltr">&lt;<a href="mailto:karlus.pinheiro@gmail.com">karlus.pinheiro@gmail.com</a>&gt;</span><br>Data: 12 de maio de 2015 23:51<br>Assunto: Re: [CT-Com. &amp; Tec.] Sinal rádio que intrigava astrónomos há 17 anos afinal era do micro-ondas<br>Para: <a href="mailto:ct-comunicacoes-e-tecnologias@googlegroups.com">ct-comunicacoes-e-tecnologias@googlegroups.com</a><br><br><br><div dir="ltr">A propósito deste sinal rádio misterioso, envio uma história parecida que se passou comigo há uns anos atrás. Contei esta aventura ao nosso saudoso amigo Mário Portugal, CT1DT e ele &quot;romanceou&quot; à sua maneira:<div><br></div><div><div>A Marconi findou os seus trabalhos em Portugal, em Dezembro de 2002.</div><div>Naturalmente que as estações de satélite e cabo, continuam a funcionar.</div><div>Como todos os satélites geoestacionários, o que servia a Marconi, estava ali algures por perto da costa do Brasil, em orbita equatorial, 36.000 Km de altitude e, a essa distância de nós e de Moçambique, as parabólicas tinham de fazer um fogo muito rasteiro, e que rondava os 7º de elevação.</div><div>As comunicações entre Portugal e Moçambique, eram asseguradas por este satélite.</div><div>Na Marconi, em Lisboa, havia uma duplicação de equipamento, para assegurar em pleno estas comunicações.</div><div>Mas, em 1990, dá-se um colapso nestas comunicações, o que viria por em causa não só o equipamento usado em Moçambique, mas também o nosso em Portugal, ou até no próprio satélite.</div><div>Perante tal “confusão”, e podendo observar-se uma pequena portadora sobre a frequência de Moçambique, logo se pensou que poderia ser originada naquele país, mas contactada uma estação americana que também estava “na mira” do mesmo satélite, sobre o defeito que estávamos a encontrar, de lá veio a informação de que estavam a escutar Moçambique em perfeitas condições…</div><div>Os nossos técnicos em Portugal, ficaram “apavorados” com esta “terrível” informação dos EUA, porque obviamente empurrava para Portugal, todas as culpas…</div><div>Nessa época, estava como chefe de manutenção do equipamento da Marconi, em Portugal, o nosso colega CT1PT, Eng. Carlos Pinheiro, agora reformado, que logo iniciou todas as tentativas para descobrir aquela “malfadada” interferência que estava a observar no seu fabuloso Analisador de Espectros, desligando todos os equipamentos dispensáveis na estação, mas sem que se verificasse qualquer melhoria. Era de por os cabelos em pé !</div><div>Aquilo “tinha de vir de fora”, pensou ele, mas como, com um feixe tão apertado como tinha a sua colossal parabólica de 300 toneladas, 32 metros de diâmetro e  65 dB de ganho nos 4,2 GHz. ?</div><div><br></div><div>O nosso colega viu-se numa tremenda confusão de opiniões com a sua chefia e pensou que só haveria uma forma de detectar aquela interferência, mas para tal, ele teria de ir para a rua com o  Analisador de Espectros, que era alimentado por 220VAC.</div><div>“Eu vou resolver este assunto”, pensou ele, e vai de procurar uma fonte transistorizada que pudesse ser alimentada pelos 12V do carro, e se aguentasse com o consumo do Analisador de Espectros, o que veio a conseguir e, de imediato a aparelhagem foi colocada no carro que iria servir de movimento ao Analisador de Espectros, nem que fosse 360º à volta da antena parabólica…</div><div><br></div><div>O problema não era assim tão fácil quanto se pode pensar, porque no móvel, ele não podia dispor duma antena com 65 dBs de ganho e se teria de contentar com uma antena minúscula … A própria chefia considerava um projecto de loucos…</div><div>Mas o Carlos é que não se deu por vencido e dada a sua já longa experiências com equipamentos portáteis, não via neste trabalho, nada de atemorizante…</div><div>Estudadas criteriosamente as estradas por onde se poderia movimentar o carro, aí vai ele, mas só conseguia ver alguma alteração nas medidas, quando se dirigia para o foco da antena que, como já referi, era de somente 7º, mesmo rés-vés ao solo.</div><div>“Mas que diabo !” pensou ele; naquela direcção só havia uma pequena colina, onde se podia ver que havia algumas casinhas, ali a cerca de 3,5 Km de distância, mas vai de procurar caminho para lá, e quando mais o carro subia, mais potente era a interferência !</div><div>“Eureka ! “ , pensou o Carlos, isto é mesmo daqui, mas só havia umas casotas insignificantes à vista.  Ali mesmo é que a interferência estava mesmo forte !</div><div>Mas como não podia deixar de ser, e ao ver umas antenas de TV, logo pensou que deveria de haver algum amplificador de antena de TV a auto-oscilar lá por perto dos 600 MHz e que, devido às suas harmónicas, alguma viesse acertar em cheio na frequência de Moçambique, e ainda por cima, com a tremenda amplificação de 65 dB da parabólica, tantos estragos estava a fazer há já dois dias !</div><div>Parou-se o carro à frente da casota e pediu-se à dona para desligar a corrente da casota, tendo desaparecido de imediato a interferência.</div><div>Estava descoberta a origem e foi pedido à senhora para não voltar a ligar aquele “malfadado” amplificador, até que a Marconi lhe oferecesse um outro, o que veio a acontecer de imediato.</div></div><div><br></div><div>Espero que tenham achado alguma piada e é também uma singela homenagem ao Mário e ao espírito que ele conseguia imprimir aos seus escritos...</div><div><br></div><div>73 de CT1PT</div><div>CP</div><div><br></div><div><br></div></div><div class="gmail_extra"><br><span class="HOEnZb"><font color="#888888"><br>
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