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<div id="blc-artigo-tit-n1"><h2><br></h2>
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<p><span class="">por Lusa, publicado por Ana Meireles</span><span name="comments-wrapper"></span></p></div></div></div>
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<div class=""><img id="Photo4201" name="Photo" alt="Lei da Cópia Privada vai tratar &quot;consumidor como pirata&quot;" src="http://www.dn.pt/storage/DN/2014/big/ng3519983.JPG?type=big&amp;pos=0" width="420"></div>
<div style="margin-top:2px;width:420px;margin-left:10px" id="BigImageDetails" class=""><span class="">Fotografia © REUTERS/Harrison 
McClary</span></div>
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<p id="NewsSummary" class="">A Associação Portuguesa de Empresas de 
Distribuição (APED) criticou hoje a proposta de Lei da Cópia Privada, que deve 
ir quinta-feira a conselho de ministros, por entender que pode vir a &quot;distorcer 
e enfraquecer&quot; o mercado dos aparelhos eletrónicos e que &quot;trata o consumidor 
como pirata&quot;. </p></span>
<div id="Article">
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<p>A diretora-geral da APED, Ana Trigo Morais, disse hoje, em conferência de 
imprensa, que esta proposta de lei foi elaborada pela Secretaria de Estado da 
Cultura &quot;ao arrepio dos impactos económicos&quot;, e espera que &quot;impere o bom senso 
no Governo e a noção daquilo que são impactos negativos, que o país não precisa, 
nem vão beneficiar os artistas e autores&quot;. </p>
<p>Segundo Ana Trigo Morais, a proposta de lei prevê a colocação de uma taxa 
percentual sobre a compra de todos os artigos eletrónicos capazes de reproduzir 
uma obra de arte -- &quot;iphones&quot; e outros &quot;smartphones&quot;, telemóveis, &quot;pens&quot;, 
cartões de memória, discos rígidos, &quot;tablets&quot;, computadores, televisores, 
máquinas fotográficas, &quot;plasmas&quot;, etc. -- o que, a concretizar-se, irá 
&quot;sobrecarregar o consumidor&quot;, &quot;esquecendo que vivemos num mercado global&quot;.</p>
<p>Ana Trigo Morais disse que, perante o encarecimento destes produtos, o 
consumidor passará a comprá-los através da Internet, pois não têm esta taxa, 
&quot;indo parar as receitas dos impostos onde não se sabe, mas não em Portugal&quot;.</p>
<p>A questão é tanto mais preocupante, para a APED, quanto este setor do consumo 
&quot;é dos mais fustigados pela crise económica&quot;, tendo registado, no ano passado, 
uma quebra de 24% nas vendas.</p>
<p>A responsável afirmou que, segundo a proposta lei, há taxas de 10 euros na 
compra de uma &quot;pen&quot;, com algum armazenamento, ou de um disco rígido, e de 30,75 
euros, na compra de um &quot;tablet&quot;. </p>
<p>Ana Trigo Morais referiu que esta proposta de lei introduz &quot;um distorcer 
concorrencial ao nível da oferta ao consumidor, pois quem não tiver lojas, 
empregados para pagar salários, nem de pagar IRC [Imposto de Rendimento de 
Pessoas Coletivas], fica numa posição competitiva muito melhor, já para não 
falar das diferenças do IVA entre países - em Portugal é de 23% e, em Espanha, 
aqui ao lado, é de 21% -, ou a possibilidade de comprar pela Internet&quot;.</p>
<p>&quot;A proposta de lei não beneficia consumidores, retalhistas, nem produtores 
nem importadores de material eletrónico&quot;, rematou.</p>
<p>Por outro lado, disse, a proposta de lei &quot;trata o consumidor como pirata, 
fazendo-o pagar antecipadamente uma taxa pela compra de um bem, que pode ser 
para seu uso pessoal, sem utilizar qualquer obra coberta pelos direitos de 
autor&quot;.</p>
<p>A proposta de lei da Cópia Privada atualiza a Lei da Cópia Privada em 
vigência, que apenas contempla os aparelhos analógicos, e transpõe para o 
Direito nacional a diretiva da União Europeia n.º 2001/29/CE, que, como 
salientou a responsável da APED, &quot;dá amplo espaço de manobra ao legislador de 
cada país&quot; - Ana Trigo Morais citou os casos do Reino Unido e de Espanha, que 
optaram por não taxar, preferindo &quot;políticas de informação e sensibilização do 
consumidor para reconhecer esse valor [Direitos de Autor] e pagá-lo&quot;.</p>
<p>Em Portugal, com esta proposta de lei, vai haver &quot;a dupla compra de um bem&quot;, 
alertou, pois o consumidor vai pagar &quot;online&quot; o Direito de Autor pela utilização 
de um bem, e paga, através desta taxa burocrática, na compra de um aparelho que 
lhe permite usufruir dela.</p>
<p>A APED levantou também &quot;reservas&quot; relativamente à forma como o total da taxa 
&quot;chega a cada um dos artistas e autores&quot;, e como esta receita é gerida pela 
Associação para a Gestão da Cópia Privada (AGECOP), que a divide por 
cooperativas e associações. Esta repartição é feita, entre outras, pela 
GDA-Gestão coletiva dos Direitos Conexos ao Direito de Autor dos Artistas, 
Intérpretes ou Executantes, a Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) e a 
Associação para a Gestão e Distribuição de Direitos (AudioGest).</p>
<p>&quot;O consumidor tem direito a saber para onde vai o seu dinheiro&quot;, enfatizou a 
responsável da APED.</p>
<p>Considerando que &quot;o consumidor português está a equipar-se fortemente para a 
era digiral&quot;, a APED afirma que esta proposta de lei não prepara Portugal para 
agenda digital europeia, que é uma das prioridades da UE.</p>
<p>A APED, segundo Ana Trigo Morais, representa 74% do mercado nacional de 
consumo de produtos eletrónicos.</p></div></div></div></div></div>