<div dir="ltr"><div><div><div><div><div><div><div><div><div><div><div><div><div><br><br></div>A fé!<br><br></div>A eterna perseguição da "fé" á ciência, uma guerra milenar, sem dúvida<br><br></div>Eu terei "fé", quando, as religiões deste mundo e os seus arquitectos, nos forneçam:<br>
<br></div>-Vacinas para doenças incuráveis<br></div>-O apoio inconfessável aos fracos e pobres<br></div>- Nos forneçam tecnologia verde e sustentável<br></div>- Nos devolvam mais de 1000 anos de atraso de evolução cientifica<br>
</div>- E que devolvam a vida a milhões de pessoas mortas em nome da "fé"<br></div>-Que nos forneçam tecnologia para o Homem colonizar o espaço (assim sempre podem ir pregar para outras freguesias)<br><br></div>
Até lá era bom que não metessem o bedelho na descoberta cientifica, que tanto tem ajudado o progresso humano<br><br>".... O conceito de fé, eminentemente religioso, tem também o seu<br>
lugar no domínio científico, mas sempre em pequeníssima dose.."<br><br></div>HAHAHAH Boa tentativa, assim se forjam os grandes charlatães e políticos, colar-se aquilo que nada tem a ver.<br><br><br></div><div>COSMOLOGIA? <br>
<br><br></div><div>HE PÁ, dediquem-se á física<br><br></div><div>Juntem-se ao relvas e vão estudar<br></div><div><br></div>Resto de um "SANTO" domingo :)<br><br>73,<br><br><br></div>CS7AEL<br><div><div><br><br>
</div>
</div></div><div class="gmail_extra"><br><br><div class="gmail_quote">No dia 23 de Março de 2014 às 17:03, João Costa > CT1FBF <span dir="ltr"><<a href="mailto:ct1fbf@gmail.com" target="_blank">ct1fbf@gmail.com</a>></span> escreveu:<br>
<blockquote class="gmail_quote" style="margin:0 0 0 .8ex;border-left:1px #ccc solid;padding-left:1ex">A inflação cósmica: fé de mais<br>
Domingos S.L. Soares<br>
21 de março 2014<br>
<br>
Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova<br>
das coisas que se não veem.<br>
Hebreus 11, 1 — Paulo de Tarso, ca. 70<br>
<br>
Andar com fé eu vou, que a fé não costuma “faiá”.<br>
Andar com fé — Gilberto Gil, 1985<br>
<br>
Prólogo<br>
<br>
Este artigo trata essencialmente de questões de fé. As palavras do<br>
sábio turco apresentam a definição de fé, enquanto que os versos do<br>
músico baiano declaram o otimismo em relação às perspectivas de seus<br>
desígnios. O conceito de fé, eminentemente religioso, tem também o seu<br>
lugar no domínio científico, mas sempre em pequeníssima dose. De fato,<br>
a fé é inerente a toda e qualquer atividade humana. Ela só chama a<br>
atenção quando presente em doses elevadas, ou seja, fé de mais<br>
assusta, pela desvinculação exagerada da realidade. Em outras<br>
palavras, anuncia comportamento irregular. Tratarei de um caso destes,<br>
no domínio da ciência, especificamente, na cosmologia moderna, no<br>
Modelo Padrão da Cosmologia (MPC).<br>
<br>
O MPC, conhecido vulgarmente como Modelo do Big Bang ou do Estrondão,<br>
é um exemplo vivo onde a fé é de mais. O modelo só prevalece porque os<br>
seus defensores têm a inabalável fé de que várias suposições inerentes<br>
ao MPC um dia tornar-se-ão comprovadas. A inflação cósmica é uma<br>
destas suposições. Menciono outras a seguir, associadas ao balanço de<br>
matéria-energia do universo, segundo o MPC.<br>
<br>
matéria bariônica: 4%, sendo 0,5% de matéria luminosa e 3,5% de matéria escura<br>
matéria não bariônica (só escura): 23%<br>
energia escura: 73%<br>
total: 100%<br>
<br>
O modelo atual do universo é espacialmente plano. O espaço-tempo é<br>
curvo já que, neste instante cósmico, o modelo possui expansão<br>
acelerada. A aceleração é causada pela energia escura.<br>
<br>
No balanço descrito acima há pelo menos três artigos de fé. O modelo<br>
exige matéria bariônica, que é outro nome para a matéria usual,<br>
constituída por prótons e nêutrons, em quantidade superior ao que é<br>
observado. Há dezenas de anos tem-se a fé de que em algum dia os<br>
bárions faltantes serão encontrados. O MPC exige também grande<br>
quantidade de matéria exótica, a chamada matéria não bariônica. Há<br>
mais de 30 anos tem-se a fé de que ela será encontrada, apesar de não<br>
se saber nem o que ela seja. E agora o artigo de fé maior, a crença no<br>
“monstro” desconhecido da energia escura, a qual acelera a expansão do<br>
universo e nos remete a um futuro em que até os constituintes mais<br>
básicos da matéria serão finalmente desintegrados! Tal excrescência<br>
natural, cuja existência foi proposta há mais de 20 anos, é totalmente<br>
desconhecida — sabe-se apenas que deve ser uma forma de energia.<br>
Existem inúmeras teorias sobre a sua natureza, mas permanece a<br>
inabalável fé de que um dia ela será encontrada.<br>
<br>
Em cima de tudo isto, em cima de fé de mais, ainda sobra espaço para<br>
mais um artigo de fé, qual seja, a inflação cósmica, o objeto deste<br>
singelo artigo.<br>
<br>
A notícia<br>
<br>
No dia 17 de março passado, o Harvard-Smithonian Center for<br>
Astrophysics anunciou em nota para a imprensa, sob o título “Primeira<br>
Evidência Direta da Inflação Cósmica”, a seguinte notícia:<br>
<br>
“Há quase 14 bilhões de anos, o universo em que habitamos explodiu<br>
para existência em um extraordinário evento que iniciou o Estrondão.<br>
Na primeira fugaz fração de um segundo, o universo expandiu<br>
exponencialmente, esticando-se muito além da visão de nossos melhores<br>
telescópios. Tudo isto, é claro, era apenas teoria.<br>
<br>
Pesquisadores da colaboração BICEP2 anunciaram hoje a primeira<br>
evidência direta desta inflação cósmica. Seus dados representam também<br>
as primeiras imagens de ondas gravitacionais, ou ondulações no<br>
espaço-tempo. Tais ondas têm sido descritas como os “primeiros<br>
tremores do Estrondão”. Finalmente, os dados confirmam uma conexão<br>
profunda entre mecânica quântica e relatividade geral.<br>
(...)” A nota completa está em <a href="http://www.cfa.harvard.edu/news/2014-05" target="_blank">www.cfa.harvard.edu/news/2014-05</a>.<br>
<br>
Comentarei os dois primeiros parágrafos reproduzidos em tradução livre<br>
acima. Trata-se de uma pérola da arrogância pseudocientífica que<br>
assola a comunidade cosmológica dominante, cujo fundamento é a fé.<br>
Vamos lá.<br>
<br>
O extraordinário evento que, do nada, explodiu é a inflação cósmica,<br>
ou seja, uma perturbação estrondosa na quietude e limpidez do nada.<br>
Foi esta perturbação provocada por algo ou por alguém? Muito bem, ela<br>
foi provocada por Alan Guth, através de palavras escritas em 1980 no<br>
prestigioso periódico científico estadunidense Physical Review D.<br>
Guth, britanicamente, deu o preciso instante do ocorrido: é a tal<br>
“fugaz fração de um segundo” mencionada acima. A poesia dos termos<br>
diminui o impacto do que Guth quis dizer, i.e., a fração de 1 segundo<br>
dividido por dez trilhões de trilhões de trilhões. Em potência de dez:<br>
10-37 segundo. Foi este o momento da ocorrência extraordinária. Em<br>
seguida a nota comete um salto extemporâneo: o universo expandiu (...)<br>
muito além da visão de nossos melhores telescópios. O universo criado<br>
pela inflação é muito maior do que a “pequena” porção que tornar-se-ia<br>
acessível aos observadores humanos.<br>
<br>
BICEP, Background Imaging of Cosmic Extragalactic Polarization<br>
(Imageamento do Fundo de Polarização Extragaláctica Cósmica), é o nome<br>
genérico de uma série de experimentos destinados a medir a polarização<br>
da Radiação de Fundo de Micro-ondas (RFM). BICEP2 é um destes<br>
experimentos. Trata-se de um radiotelescópio localizado no Polo Sul,<br>
onde o meio ambiente seco, gelado e com enorme limpidez atmosférica<br>
reproduzem da melhor forma, em terra, as condições prevalecentes em um<br>
observatório espacial. Pois bem, os pesquisadores do BICEP2<br>
encontraram os sinais da inflação cósmica, ocorrida há 14 bilhões de<br>
anos. Mesmo tendo sido produzidos há tanto tempo, eles foram<br>
detectados agora. E com a fidedignidade suficiente a ponto de serem<br>
anunciados em vários meios científicos e leigos de comunicação. A<br>
putativa descoberta justifica desta forma todos os recursos<br>
financeiros nela investidos. E tem mais. Não só a inflação cósmica foi<br>
evidenciada. De um só golpe, o BICEP2 esclareceu vários outros<br>
mistérios da ciência moderna: a existência das ondas gravitacionais,<br>
uma previsão ainda não comprovada da Teoria da Relatividade Geral de<br>
Albert Einstein (1879-1955) e a natureza quântica da própria<br>
gravitação einsteiniana. Não é só isto, no entanto. Para que a<br>
inflação cósmica seja uma realidade é necessário que o próprio MPC<br>
seja válido! Então, de quebra, o BICEP2 comprovou necessariamente a<br>
existência da matéria escura bariônica, da matéria escura não<br>
bariônica e da energia escura. Nada mal para um só experimento. Bota<br>
fé que a fé não costuma “faiá”, canta o bom baiano.<br>
<br>
O Estrondão<br>
<br>
Deixemos de pessimismo, tenhamos fé, e falemos um pouco sobre as<br>
realizações do BICEP2. Farei o possível para explicar o que eu mesmo<br>
tentei entender a partir das diversas notas entusiasmadas divulgadas<br>
recentemente. Farei primeiro uma analogia do tecido espaçotemporal com<br>
a superfície tranquila e límpida de um lago. Peçamos a ajuda de Alan<br>
Guth em nossa história. Quer dizer, vamos agora brincar de Guth.<br>
<br>
Guth lança uma pedra para o alto, de forma que ela caia sobre o lago.<br>
A pedra produzirá ondas circulares que se propagarão pela superfície<br>
do lago. Estas ondas, diremos, são circularmente polarizadas. Mas ao<br>
mesmo tempo em que estas ondas circulares são produzidas também o são<br>
outras ondas de polarizações diferentes, as quais são imperceptíveis<br>
aos nossos olhos. Outros modos de polarização são produzidos, na<br>
linguagem da polarimetria. Entre estes modos estão modos lineares,<br>
i.e., perturbações lineares na superfície do lago, semelhantes às<br>
oscilações para frente e para trás de uma criança numa gangorra.<br>
<br>
Voltemos agora ao nosso objeto, a inflação cósmica. Guth joga agora<br>
uma “pedra”, que tem o sugestivo nome de infláton, sobre a singeleza<br>
do nada — atenção, o tecido espaçotemporal ainda não existe. Guth vai<br>
criá-lo com o infláton, através dos eventos que se seguem. Duas coisas<br>
simultâneas ocorrem: o infláton cria o tecido do espaço-tempo e<br>
perturba-o, como uma pedra o faz na superfície do lago. As ondas<br>
produzidas no tecido espaçotemporal denominam-se ondas gravitacionais.<br>
São análogas às ondas mecânicas que ocorrem na superfície do lago. Da<br>
mesma forma como ocorre no lago, temos aqui também vários modos de<br>
polarização.<br>
<br>
As ondas gravitacionais, por sua vez, produzem perturbações<br>
equivalentes na RFM. A RFM torna-se, portanto, polarizada com vários<br>
modos diferentes. O modo detectado pelo BICEP2 foi um modo linear,<br>
devido a facilidades experimentais, apesar desta perturbação ser muito<br>
menor do que outros modos. A RFM é um fundo observado no céu em<br>
micro-ondas extremamente uniforme. O modo detectado pelo BICEP2<br>
representa um contraste na lisura da RFM de 1 parte em 10.000.000. O<br>
que significa isto? Pense na superfície espelhada de um telescópio,<br>
por exemplo, o conhecido Telescópio Espacial Hubble. O seu espelho<br>
possui falhas de lisura de 1 parte em 10, no máximo! Agora, 1 parte em<br>
dez milhões corresponde a um desvio de lisura extraordinariamente<br>
pequeno e, consequentemente, extremamente difícil de ser observado<br>
experimentalmente, principalmente se considerarmos a enorme quantidade<br>
de fontes de ruído — instrumentais e de emissões celestes espúrias —<br>
existentes, e que perturbam em conjunto a lisura da RFM.<br>
<br>
Epílogo<br>
<br>
A evidência da inflação cósmica é esta perturbação de 1 parte em dez<br>
milhões. E ela foi encontrada. Não tenhamos dúvida, tenhamos fé, o<br>
firme fundamento das coisas que se esperam.<br>
<br>
Termino pedindo desculpas por qualquer coisa, os erros são meus.<br>
Afinal de contas, eu não sou Guth.<br>
<br>
<br>
Professor Catedrático Jubilado - Domingos Savio de Lima Soares<br>
Possui graduação em Fisica - Departamento de Física - Universidade<br>
Federal de Minas Gerais (1976), mestrado em Astrofisica - Departamento<br>
de Física - UFMG (1982) e doutorado em Astrofisica - Groningen<br>
University, Groningen, The Netherlands - Kapteyn Astronomical<br>
Institute (1989). Estagio de pos-doutoramento - Astronomy Department -<br>
Center for Radiophysics and Space Research - Cornell University,<br>
Ithaca, NY, USA (1997). É professor e astronomo (Universidade Federal<br>
de Minas Gerais, Departamento de Física, (aposentado em 2011). Tem<br>
experiência na área de Ciências Exatas e da Terra, atuando<br>
principalmente nos seguintes temas: astrofisica extragalactica,<br>
galaxias binarias, grupos de galaxias e aspectos historicos e<br>
conceituais da cosmologia.<br>
<br>
<br>_______________________________________________<br>
CLUSTER mailing list<br>
<a href="mailto:CLUSTER@radio-amador.net">CLUSTER@radio-amador.net</a><br>
<a href="http://radio-amador.net/cgi-bin/mailman/listinfo/cluster" target="_blank">http://radio-amador.net/cgi-bin/mailman/listinfo/cluster</a><br>
<br></blockquote></div><br><br clear="all"><br>-- <br>Cumprimentos;<br><br>Luís Filipe Garcia S.
</div>