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<div id="Noticia1628779" class="entry-body" itemprop="articleBody">
<p>Esta segunda-feira foi anunciada pela colaboração BICEPS 2 (Background Imaging of Cosmic Extragalactic Polarization 2) a descoberta de ondas gravitacionais primordiais, vindas do início do nosso Universo. A presença destas ondas foi detectada medindo os seus efeitos na luz da radiação cósmica de fundo. Esta descoberta, que é tecnicamente muito complexa, é uma das maiores descobertas das últimas décadas e de uma só vez resolve dois problemas.</p>

<p class="SubCaixaContainer">Primeiro, mostra que o modelo inflacionário do Universo está correcto. O modelo prevê que, quando nasceu, o Universo sofreu uma fase de crescimento muito rápido e violento. Esta fase é chamada “expansão inflacionária” e é devida à existência de um campo escalar, chamado de inflatão. Segundo, foi durante esta fase que as ondas gravitacionais primordiais foram geradas e por isso a descoberta mostra que ondas gravitacionais existem! Estas ondas viajam à velocidade da luz e são pequenas flutuações no tecido espaço-temporal.</p>

<p>A forma como esta detecção foi concebida e efectuada é tão espectacular que vale a pena ser mencionada brevemente. O efeito da inflação primordial é suavizar, tornando o Universo num universo plano e homogéneo em grande escala. No entanto, o princípio de incerteza de Heisenberg diz que num sistema quântico existe sempre uma ínfima quantidade de flutuação ou perturbação que não pode ser retirada.</p>

<p>O Universo primordial era um sistema essencialmente quântico e nele existiam duas interacções fundamentais, a interacção devido ao campo escalar inflatão e a interacção gravitacional. O inflatão acabou por se transformar na matéria e na radiação usuais que observamos e de que somos feitos, e as suas flutuações deram origem às galáxias e estrelas. Estas flutuações ficaram imprimidas na radiação de fundo cósmico, uma relíquia electromagnética do Universo quando ainda era jovem. As flutuações no outro campo fundamental, o campo gravitacional, também deixaram as suas marcas. É a interacção destas flutuações do campo gravitacional com a radiação cósmica de fundo que foi agora detectada. Vejamos este ponto.</p>

<p><em>Grosso modo</em>, a radiação electromagnética possui uma propriedade chamada “polarização”. Esta polarização define uma direcção perpendicular à propagação da onda. Quando as oscilações da matéria e do campo gravitacional interagem com a radiação cósmica de fundo, vão provocar certos estados de polarização nesta que podem ser observados na Terra pelos nossos telescópios.</p>

<p>Contudo, somente o campo gravitacional, ao interagir com a radiação, produz um modo de polarização distinto, chamado de modo-B. Por outro lado, tanto a matéria como o campo gravitacional, ao interagirem com radiação cósmica de fundo produzem o modo-E de polarização. A grande dificuldade da experiência era precisamente separar o sinal oriundo do modo-B do sinal oriundo do modo-E. Isso foi feito com sucesso, e podemos agora afirmar que as ondas gravitacionais tiveram efeitos reais na radiação cósmica de fundo. Assim, a radiação cósmica de fundo actua como um detector de ondas gravitacionais. É neste sentido que podemos dizer que temos uma detecção directa de ondas gravitacionais.</p>

<p>As ondas gravitacionais tinham sido previstas por Einstein em 1916. Uma detecção indirecta destas ondas tinha sido efectuada pelos astrofísicos Hulse e Taylor da Universidade de Princeton, usando um sistema binário de estrelas pulsares em que a perda de energia observada da órbita das estrelas está de acordo com as previsões da teoria geral da relatividade. Essa descoberta valeu-lhes o prémio Nobel de 1993.</p>

<p>A geração de ondas gravitacionais primordiais juntamente com a inflação previu-se no princípio da década de 1980 por vários grupos de cientistas, a saber, por Rubakov, Sazhin e Veryaskin, por Fabbri e Pollock, e por Abbott e Wise. Mais tarde, em meados da década de 1990, foi também previsto que os modos-B forneceriam uma assinatura distinta da existência de ondas gravitacionais primordiais, por dois grupos de cientistas, a saber, por Seljak e Zaldarriaga, e por Kamionkowski, Kosowsky e Stebbins. Estas ondas foram finalmente detectadas pela colaboração BICEPS 2, liderada por John Kovac na Universidade de Harvard.</p>

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<div id="PlaceholderForCaixa258" class="live-coverage lateload-placeholder"></div></div>
<div>Fonte: Jornal Publico</div>
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<div class="gmail_quote">Em 18 de março de 2014 17:52, EA <span dir="ltr">&lt;<a href="mailto:ct1eew@gmail.com" target="_blank">ct1eew@gmail.com</a>&gt;</span> escreveu:<br>
<blockquote style="BORDER-LEFT:#ccc 1px solid;MARGIN:0px 0px 0px 0.8ex;PADDING-LEFT:1ex" class="gmail_quote">:)<br><br><br><br><br>enviado do meu MacBook Pro<br><br><br>No dia 18/03/2014, às 13:28, João Costa &gt; CT1FBF &lt;<a href="mailto:ct1fbf@gmail.com">ct1fbf@gmail.com</a>&gt; escreveu:<br>
<br>&gt; Concordo e subcrevo na totalidade que a confirmaram-se a validade dos<br>&gt; dados, e não existem muitas duvidas com um escrutinio já de 3 anos,<br>&gt; temos Premio Nobel para 2014 ou 2015. Não sei para quem será, a equipa<br>
&gt; é vasta, mas Alan Guth vai estar entre os laureados de certeza.<br>&gt;<br>&gt; João Costa (CT1FBF)<br>&gt;<br>&gt; Em 18 de março de 2014 08:11, EA &lt;<a href="mailto:ct1eew@gmail.com">ct1eew@gmail.com</a>&gt; escreveu:<br>
&gt;&gt;<br>&gt;&gt; Bom dia,<br>&gt;&gt;<br>&gt;&gt; <a href="http://www.youtube.com/watch?v=ZJYc9YmKIO8#t=31" target="_blank">http://www.youtube.com/watch?v=ZJYc9YmKIO8#t=31</a><br>&gt;&gt;<br>&gt;&gt; <a href="http://astropt.org/blog/2014/03/17/inflacao-cosmica-descoberta-espetacular-confirma-teoria-do-big-bang" target="_blank">http://astropt.org/blog/2014/03/17/inflacao-cosmica-descoberta-espetacular-confirma-teoria-do-big-bang</a><br>
&gt;&gt;<br>&gt;&gt; 73<br>&gt;&gt; Eduardo A.<br>&gt;&gt; CT1EEW-CT01110<br>&gt;&gt;<br>&gt;&gt;<br>&gt;&gt; enviado do meu MacBook Pro<br>&gt;&gt;<br>&gt;&gt;<br>&gt;&gt; No dia 18/03/2014, às 06:20, João Costa &gt; CT1FBF &lt;<a href="mailto:ct1fbf@gmail.com">ct1fbf@gmail.com</a>&gt; escreveu:<br>
&gt;&gt;<br>&gt;&gt; PRIMEIRA EVIDÊNCIA DIRECTA DA INFLAÇÃO CÓSMICA<br>&gt;&gt;<br>&gt;&gt; Há quase 14 mil milhões de anos, o Universo em que vivemos foi criado num evento extraordinário a que chamamos Big Bang. Na primeira fracção de segundo, o Universo expandiu-se exponencialmente, esticando-se muito além da visão dos nossos melhores telescópios. Tudo isto, claro, era apenas teoria.<br>
&gt;&gt;<br>&gt;&gt; Cientistas da colaboração BICEP2 anunciaram ontem a primeira evidência directa desta inflação cósmica. Os seus dados também representam as primeiras imagens de ondas gravitacionais, ou ondulações no espaço-tempo. Estas ondas têm sido descritas como os &quot;primeiros tremores do Big Bang&quot;. Por fim, os dados confirmam uma profunda ligação entre a mecânica quântica e a relatividade geral.<br>
&gt;&gt;<br>&gt;&gt; &quot;A detecção deste sinal é um dos objectivos mais importantes da cosmologia. Chegámos a este ponto graças a muito trabalho, feito por muita gente,&quot; afirma John Kovac (Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica), líder da colaboração BICEP2.<br>
&gt;&gt;<br>&gt;&gt; As ondas gravitacionais da inflação geram um padrão de torção, ténue mas distinto, na polarização da radiação cósmica de fundo, conhecido como modo-B. A imagem é o padrão observado com o telescópio BICEP2. As linhas mostram a força da polarização e a orientação de diferentes locais no céu. Os tons azul e vermelho mostram o grau de torção a favor e contra o movimento dos ponteiros do relógio.<br>
&gt;&gt; Crédito: Colaboração BICEP2<br>&gt;&gt; (clique na imagem para ver versão maior)<br>&gt;&gt;<br>&gt;&gt; Estes resultados revolucionários vêm de observações da radiação cósmica de fundo pelo telescópio BICEP2 - um brilho fraco, relíquia remanescente do Big Bang. As minúsculas flutuações neste brilho fornecem pistas das condições do Universo primitivo. Por exemplo, pequenas diferenças de temperatura em todo o céu mostram partes mais densas do Universo, eventualmente condensando-se em galáxias e enxames galácticos.<br>
&gt;&gt;<br>&gt;&gt; Uma vez que a radiação cósmica de fundo em microondas é uma forma de luz, ela exibe todas as propriedades da luz, incluindo polarização. Na Terra, a luz solar é espalhada pela atmosfera e torna-se polarizada, razão pela qual os óculos polarizados ajudam a reduzir o brilho. No espaço, a radiação cósmica de fundo foi espalhada por átomos e electrões e tornou-se também polarizada.<br>
&gt;&gt;<br>&gt;&gt; &quot;A nossa equipa procurou um tipo especial de polarização chamada &#39;modos-B&#39;, que representa uma torção ou padrão &#39;ondulatório&#39; nas orientações polarizadas desta luz antiga,&quot; afirma Jamie Bock, co-líder do estudo (Caltech-JPL).<br>
&gt;&gt;<br>&gt;&gt; As ondas gravitacionais apertam o espaço à medida que viajam, e esta compressão produz um padrão distinto na radiação cósmica de fundo. As ondas gravitacionais têm uma &quot;lateralidade&quot;, tal como as ondas de luz, e podem ter polarizações &quot;canhotas ou destras&quot;.<br>
&gt;&gt;<br>&gt;&gt; &quot;O padrão torcido do modo-B é uma assinatura única de ondas gravitacionais por causa da sua lateralidade. Esta é a primeira imagem directa de ondas gravitacionais no céu primordial,&quot; afirma Chao-Lin Kuo, também co-líder do estudo (Stanford/SLAC).<br>
&gt;&gt;<br>&gt;&gt; A equipa examinou escalas espaciais no céu entre um a cinco graus (duas a dez vezes o diâmetro da Lua Cheia). Para tal, viajaram até ao Pólo Sul para tirar proveito do seu ar frio, seco e estável.<br>
&gt;&gt;<br>&gt;&gt; O telescópio BICEP, localizado no Pólo Sul.<br>&gt;&gt; Crédito: Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica<br>&gt;&gt; (clique na imagem para ver versão maior)<br>&gt;&gt;<br>&gt;&gt; &quot;É no Pólo Sul que se encontram as condições de observação mais parecidas com aquelas do espaço,&quot; afirma Kovac. &quot;É um dos locais mais secos e mais limpos da Terra, perfeito para observar as fracas microondas do Big Bang.&quot;<br>
&gt;&gt;<br>&gt;&gt; Ficaram surpresos ao detectar um sinal de polarização de modo-B consideravelmente mais forte que muitos cosmólogos esperavam. A equipa analisou os seus dados durante mais de três anos, num esforço de afastar quaisquer erros. Consideraram também se a poeira na nossa Galáxia podia produzir o padrão observado, mas os dados sugerem que isso é altamente improvável.<br>
&gt;&gt;<br>&gt;&gt; &quot;Era como procurar uma agulha num palheiro, mas em vez disso, encontrámos um pé-de-cabra,&quot; afirma Clem Pryke, também co-líder (Universidade de Minnesota).<br>&gt;&gt;<br>&gt;&gt; Quando lhe pediram para comentar sobre as implicações desta descoberta, o teórico de Harvard, Avi Loeb, disse: &quot;Este trabalho oferece novas informações sobre algumas das nossas perguntas mais básicas: Porque é que existimos? Como é que o Universo começou? Estes resultados não são apenas uma prova derradeira da inflação do Universo, dizem-nos também quando é que ocorreu e quão poderoso foi o processo.&quot;<br>
&gt;&gt;<br>&gt;&gt; Links:<br>&gt;&gt;<br>&gt;&gt; Núcleo de Astronomia do CCVAlg:<br>&gt;&gt; 04/10/2013 - Herschel ajuda a encontrar sinais elusivos do início do Universo<br>&gt;&gt;<br>&gt;&gt; Notícias relacionadas:<br>
&gt;&gt; Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica (comunicado de imprensa)<br>&gt;&gt; Artigo científico (formato PDF)<br>&gt;&gt; Artigo científico - 2 (formato PDF)<br>&gt;&gt; Vídeo sobre inflação cósmica (Nature - via YouTube)<br>
&gt;&gt; Stanford News<br>&gt;&gt; NASA/JPL<br>&gt;&gt; SPACE.com<br>&gt;&gt; New Scientist<br>&gt;&gt; Sky &amp; Telescope<br>&gt;&gt; Universe Today<br>&gt;&gt; PHYSORG<br>&gt;&gt; National Geographic<br>&gt;&gt; Wired<br>
&gt;&gt; Forbes<br>&gt;&gt; ars technica<br>&gt;&gt; GIZMODO<br>&gt;&gt; BBC News<br>&gt;&gt; Reuters<br>&gt;&gt; AstroPT<br>&gt;&gt; Público<br>&gt;&gt; Expresso<br>&gt;&gt; Jornal i<br>&gt;&gt;<br>&gt;&gt; Universo:<br>
&gt;&gt; Universo (Wikipedia)<br>&gt;&gt; Idade do Universo (Wikipedia)<br>&gt;&gt; Estrutura a grande-escala do Universo (Wikipedia)<br>&gt;&gt; Big Bang (Wikipedia)<br>&gt;&gt; Cronologia do Big Bang (Wikipedia)<br>&gt;&gt;<br>
&gt;&gt; Radiação cósmica de fundo:<br>&gt;&gt; Wikipedia<br>&gt;&gt;<br>&gt;&gt; BICEP2:<br>&gt;&gt; Página principal<br>&gt;&gt; Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica<br>&gt;&gt; Wikipedia<br>&gt;&gt;<br>&gt;&gt; Fonte. CCV Algarve<br>
&gt;&gt; _______________________________________________<br>&gt;&gt; CLUSTER mailing list<br>&gt;&gt; <a href="mailto:CLUSTER@radio-amador.net">CLUSTER@radio-amador.net</a><br>&gt;&gt; <a href="http://radio-amador.net/cgi-bin/mailman/listinfo/cluster" target="_blank">http://radio-amador.net/cgi-bin/mailman/listinfo/cluster</a><br>
&gt;&gt;<br>&gt;&gt;<br>&gt;&gt;<br>&gt;&gt; _______________________________________________<br>&gt;&gt; CLUSTER mailing list<br>&gt;&gt; <a href="mailto:CLUSTER@radio-amador.net">CLUSTER@radio-amador.net</a><br>&gt;&gt; <a href="http://radio-amador.net/cgi-bin/mailman/listinfo/cluster" target="_blank">http://radio-amador.net/cgi-bin/mailman/listinfo/cluster</a><br>
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