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<p class="byline"><span class="prefix">Por </span><span class="author vcard"><span class="fn">Vera Novais in Jornal Publico</span> </span></p>
<p class="meta-timestamp published">07/10/2013 - 15:43</p></div>
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<p>Cidadãos podem contribuir para o estudo dos 30.000 registos do Sol obtidos no Observatório Astronómico de Coimbra. Projecto é lançado na próxima quarta-feira. </p></div>
<div><a title="Aumentar" href="http://imagens6.publico.pt/imagens.aspx/802666?tp=UH&amp;db=IMAGENS"><img alt="" src="http://imagens6.publico.pt/imagens.aspx/802666?tp=UH&amp;db=IMAGENS&amp;w=749"> </a></div>
<div>Imagem tirada a 1 de Janeiro de 1926, às 11h20 <span class="credit">Observatório Astronómico de Coimbra </span></div>
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<div id="Noticia1608325" class="entry-body">
<p>Passavam 20 minutos das 11 da manhã quando a primeira fotografia ao Sol foi tirada pelo Observatório Astronómico de Coimbra. Era o primeiro dia do ano 1926. Desde essa altura, a base de dados de espectros solares cresceu até aos cerca de 30.000 registos, que incluem informação sobre o nascimento, o ocaso, a dimensão e localização no céu do Sol e fotografias deste astro, onde é possível observar as manchas solares. Ao fim de quase 90 anos, o Arquivo de Observações Solares vai contar com a colaboração de cidadãos não especialistas da área para observar os milhares de fotografias, identificando e medindo as manchas solares.</p>

<p class="SubCaixaContainer">“É uma informação [as fotografias] que existe há muito tempo, mas nunca houve recursos humanos suficientes para a tratar, e poderá conter dados científicos importantes”, refere Paulo Gama Mota, director do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra.</p>

<p>O projecto científico português Sun4all, coordenado pelo astrónomo João Fernandes, do Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra, está integrado no projecto <a href="http://www.socientize.eu/">Socientize</a>, financiado pela União Europeia, que promove a chamada “ciência cidadã”.</p>

<p>“Há conhecimento científico que pode ser produzido pelos cidadãos, que não são cientistas daquela área, mas que podem contribuir mediante treino”, esclarece Paulo Gama Mota, um dos coordenadores locais do projecto.</p>

<p>Paulo Gama Mota usa uma expressão de Thomas Edison – o trabalho científico é “10% inspiração e 90% transpiração” –, para dizer que os cidadãos devem estar motivados para a temática que escolheram, de forma a conseguirem enfrentar as dificuldades deste trabalho científico.</p>

<p>É o trabalho em rede entre os vários parceiros (de Portugal, Espanha, Áustria e Brasil), o elevado número de contribuições pelos cidadãos-cientistas e a plataforma <em>online</em> criada pelo Socientize que tornarão possível este projecto, financiado em 710 mil euros pela União Europeia.</p>

<p>Em Portugal, o Socientize é lançado oficialmente na próxima quarta-feira, 9 de Outubro, pelas 10 horas, no Auditório da Escola Secundária Quinta das Flores/Conservatório de Coimbra. O Sun4all, o único projecto português no Socientize, já foi apresentado em sete escolas da região de Coimbra e as reuniões com os professores do ensino secundário, para o pôr em prática neste ano lectivo, estão a decorrer desde o início de Setembro. Haverá ainda um concurso para todas as escolas do país, cujo regulamento estará em breve disponível, que pretende premiar aquela que conseguir tratar o maior número de fotografias solares.</p>

<p><strong>Como estava o Sol no dia do seu aniversário?</strong><br>Os espectros solares, registados quase diariamente, estão disponíveis <a href="http://tangerine.astro.mat.uc.pt/novo/observatorio/site/arquivo.html?-C=&amp;start:int=0"><em>online </em></a>para qualquer utilizador. Já pensou que pode descobrir qual o aspecto do Sol no dia do seu nascimento? Ou que manchas eram observáveis num qualquer dia à sua escolha? Com a plataforma do Socientize, para além de observar as imagens “a olho nu”, poderá utilizar as ferramentas que estarão disponíveis no <em>site</em> para medir as manchas solares, embora neste momento isso ainda não seja possível. As ferramentas estão em fase de teste.</p>

<p>Na plataforma do Socientize, os cidadãos poderão também colaborar, por exemplo, no projecto Cell Spotting, para identificação de células cancerosas em fotografias obtidas em laboratório. “Os recursos humanos necessários para tratar tantas imagens são muito grandes. Para essa análise podemos pedir a colaboração de cidadãos. As imagens serão depois enviadas e validadas por cientistas”, clarifica Paulo Gama Mota.</p>

<p>O mapeamento térmico de determinados locais e jogos com palavras para ver como é o seu processo de compreensão são outros projectos do Socientize.</p>
<p>Um dos resultados mais valorizados pelo coordenador do projecto em Portugal será o Livro Branco que sair do Socientize, um relatório que pretende, acima de tudo, evidenciar o sucesso dos projectos de ciência cidadã, o interesse mostrado pelos cidadãos, as principais dificuldades e as propostas de melhorias.</p>

<p>Existem <a href="http://www.socientize.eu/?q=pt-pt/content/outras-experi%C3%AAncias">vários projectos acessíveis </a>a partir do Socientize, com diferentes graus de exigência e relacionados com temas diversificados da ciência: astronomia, saúde, zoologia, ambiente, clima, entre outros, para que cada um de nós possa contribuir para as áreas que correspondem aos seus interesses.</p>

<p>Existem já algumas organizações que contam, noutros projectos, com os cidadãos para o registo de dados importantes, como a <a href="http://www.spea.pt/pt/estudo-e-conservacao/censos/">Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves</a>, com os censos de aves no país. Ou a <a href="http://www.biodiversity4all.org/">BioDiversity4All</a>, que gere uma base de dados sobre a Biodiversidade em Portugal com contributos tanto da comunidade científica como da sociedade civil.<br>
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