<div dir="ltr">Para os colegas um pouco mais curiosos sobre as comunicações usadas na missão:<div><br></div><div><a href="http://descanso.jpl.nasa.gov/DPSummary/Descanso4--Voyager_new.pdf">http://descanso.jpl.nasa.gov/DPSummary/Descanso4--Voyager_new.pdf</a><br>
</div><div><br></div><div>Espero que gostem e quem sabe se mais algum Português além do ilustre DMK a escutara!!!</div><div><br></div><div>73's Paulo Fernandes</div></div><div class="gmail_extra"><br><br><div class="gmail_quote">
2013/9/13 João Costa > CT1FBF <span dir="ltr"><<a href="mailto:ct1fbf@gmail.com" target="_blank">ct1fbf@gmail.com</a>></span><br><blockquote class="gmail_quote" style="margin:0 0 0 .8ex;border-left:1px #ccc solid;padding-left:1ex">
<font size="4">Voyager 1 é o primeiro objecto feito por humanos a sair do sistema solar</font>
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<p>Sonda espacial lançada em 1977 para estudar Júpiter e Saturno continuou viagem até aos limites do sistema solar. Continua a comunicar com a Terra, 36 anos depois.</p></div>
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<p>A quase 19 mil milhões de quilómetros do Sol, a Voyager 1 era há muito o objecto construído por humanos que mais longe tinha chegado. Agora, tornou-se oficialmente no primeiro a ultrapassar os limites do sistema solar. A sonda espacial norte-americana, que continua a enviar dados para a Terra, entrou no espaço interestelar.</p>
<p>A Voyager 1 foi lançada a 5 de Setembro de 1977 de Cabo Canaveral, Florida. Uns dias antes, a 20 de Agosto, tinha sido a Voyager 2. A missão era observar o sistema solar exterior. A primeira deveria sobrevoar Júpiter e Saturno (o que fez em 1979 e em 1980). A segunda, além do grande gigante gasoso do sistema solar e do planeta dos anéis, teria de sobrevoar Úrano (1986) e Neptuno (1989). E seguir viagem.</p>
<p>Estão há mais de 36 anos no espaço e a expectativa era que a Voyager 1 ultrapassasse os limites do sistema solar em 2015. Nesta quinta-feira, num <a href="http://www.sciencemag.org/content/early/2013/09/11/science.1241681.abstract" target="_blank">artigo publicado na revista <em>Science</em></a>, a equipa de cientistas da NASA que acompanha a missão revelou que a sonda atravessou a heliopausa e chegou ao “abismo do espaço interestelar” a 25 de Agosto de 2012.</p>
<p>“Não sei se isto está no mesmo campeonato que aterrar na Lua, mas está bem lá em cima – material <em>Star Trek</em>, de certeza”, ilustra Donald A. Gurnett, um dos autores do artigo, citado pelo <em>The New York Times</em>. “Quer dizer, considere a distância [19 mil milhões de quilómetros do Sol]. É difícil até para os cientistas compreenderem”, sublinha o professor de Física da Universidade do Iowa.</p>
<p>Aos 77 anos, Edward C. Stone é, para a NASA, o maior especialista em missões Voyager. O cientista trabalha neste projecto desde 1972 e está a viver o momento com entusiasmo. Mais do que isso, já anseia pela porta aberta para novas descobertas. “Isto é histórico, um pouco como a primeira exploração da Terra”, afirma, citado pelo mesmo diário norte-americano.</p>
<p>O último ano foi de intenso debate. Os cientistas da NASA tiveram de avaliar os dados enviados pela Voyager 1 com “muito, muito cuidado” – diz Stone – até os líderes da missão chegarem a um consenso sobre se a sonda teria atingido o espaço interestelar. Acabaram por concordar que de facto tinha acontecido, mais cedo do que o esperado.</p>
<p>As derradeiras provas chegaram entre Abril e Maio, quando se receberam na Terra as gravações sonoras das <a href="http://youtu.be/LIAZWb9_si4" target="_blank">vibrações captadas pela antena de ondas plasma da sonda</a>. Calculada a densidade do plasma à volta da nave, acabaram-se as incertezas. “Era exactamente o que esperávamos de plasma interestelar”, diz Gurnett. Depois, compararam os dados com os do Verão de 2012.</p>
<p><strong>Rock n’ roll para extraterrestres</strong><br>Os recursos de que a Voyager 1 dispõe para recolher informação são obsoletos e a própria NASA tem dificuldade em encontrar quem, a partir da Terra, consiga tirar o melhor partido possível do material disponível. A bordo existe um gravador de oito pistas e computadores com tão pouca memória que um nativo digital não saberia como dar-lhe uso.</p>
<p>Mas a sonda também leva alguns objectos intemporais. É o caso da <em>Quinta Sinfonia</em> de Beethoven ou de <em>Johnny B. Goode</em>, de Chuck Berry. Ou os sons de trovões, vulcões e terramotos, de hienas e elefantes, do vento, da chuva, do riso.</p>
<p>Para esta missão, a NASA decidiu ser mais ambiciosa nas mensagens que enviava para o Espaço, na eventualidade de as sondas se cruzarem no futuro com vida inteligente extraterrestre. Até ali, as naves levavam uma placa com o local e o ano de origem. Em 1977, as Voyager levavam uma parafernália de <a href="http://voyager.jpl.nasa.gov/spacecraft/goldenrec.html" target="_blank">imagens, sons, música e mensagens em 55 línguas</a> – incluindo do Presidente norte-americano Jimmy Carter e do então secretário-geral da ONU, o austríaco Kurt Waldheim. A selecção foi feita por um comité encabeçado por Carl Sagan.</p>
<p>Se alguma vez os discos analógicos (que estão munidos de instruções, por símbolos) chegarem a ser tocados, a 16-2/3 rotações por minuto, nunca o saberemos. Pelo menos pelos nossos próprios meios. Isto porque a Voyager 1 deve perder a capacidade para enviar informação para o Jet Propulsion Laboratory por volta de 2025 e a sonda só deve cruzar-se com um planeta dentro de 40 mil anos. Mais ou menos. Aliás, a sonda ainda consegue enviar dados – que demoram 17 horas a chegar à Terra, devido à distância – por estar a poupar energia desde 1990.</p>
<p>Nesse ano, tirou a sua última fotografia: um retrato de família do sistema solar. Foi o fim de uma carreira que deu aos seres humanos imagens nunca vistas de Júpiter e de Saturno. Há dias, o University College de Londres <a href="http://www.publico.pt/n1604911" target="_blank">disponibilizou em alta resolução</a> um mosaico de fotografias das luas de Júpiter. Outras imagens captadas pela Voyager 1 podem ser vistas no <a href="http://voyager.jpl.nasa.gov/" target="_blank"><em>site</em> que a NASA dedica à missão</a>.</p>
<p>Uma década antes de se acabarem as fotografias, em 1980, já o instrumento de medição da energia nas partículas de plasma tinha deixado de funcionar. Resta o sensor que permitiu concluir o histórico acontecimento que os cientistas agora festejam. Quando uma erupção solar voltar a agitar a antena, a Voyager 1 voltará a enviar uma mensagem para a Terra, através do seu transmissor de 23 watts.<br>
<br>Fonte: <span>Por </span><span><span><a title="Mais artigos de Hugo Torres" href="http://www.publico.pt/autor/hugo-torres" rel="author" target="_blank">Hugo Torres</a></span> no Jornal Publico</span></p>
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