<div>A oferta é muita e as marcas estabelecidas têm todas bons produtos. Mas há alguns que valem mais o dinheiro gasto.</div><div> </div><div>No outro dia, estive na NPR [cadeia de rádios públicas norte-americanas], a participar numa rubrica acerca de prendas de Natal na área das tecnologias. Discorri sobre câmaras fotográficas, telemóveis, computadores portáteis, aparelhos de áudio e consolas de jogos. Estava preparado para falar acerca de limitar o tempo à frente de um ecrã, vícios digitais, ciberviolência. Sabia onde se conseguem os melhores negócios.</div>
<div> </div><div>Mas todos os seis ouvintes que telefonaram para o programa tinham a mesma pergunta: “Que tablet devo comprar?”</div><div> </div><div>Havia variações, claro. “… para o meu filho?”, “… para o meu pai idoso?”, “… apenas para ler?”, “… e que não seja muito caro?” Mas, em geral, era bastante claro: o dispositivo que tem mais probabilidades de encontrar debaixo da sua árvore de Natal este ano é fino, trabalha a bateria e é plano.</div>
<div> </div><div>Não admira que as pessoas andem confusas. Os locais de venda enlouqueceram com o tablet. Existe praticamente um modelo diferente para cada homem, mulher e criança.</div><div> </div><div>Existe o venerável iPad, claro. E agora o iPad Mini. Existem novos tablets da Google, também em tamanho pequeno e grande. Existem tablets Note da Samsung, numa grande variedade de tamanhos e estilos. Existem, por 200 dólares, leitores de vídeo e livros electrónicos coloridos, com ecrã sensível ao toque. Existe uma nova vaga de leitores de livros electrónicos a preto e branco. Existem modelos de plástico assombrosamente baratos de que nunca tínhamos ouvido falar. Existem tablets para crianças (e com isto não queremos dizer uma tablete de minichocolates).  </div>
<div> </div><div>Assim, como é que você, o consumidor confuso, conseguirá manter o rasto a todos estes tablets? Seguindo-me nesta conveniente excursão pela selva dos tablets de 2012. Mantenham as mãos e os pés sempre dentro da carruagem. </div>
<div> </div><div>Cópias baratíssimas</div><div> </div><div>Consegue encontrar tablets de marca branca por 100 euros, ou até menos. Também encontra tablets chineses de marcas misteriosas em lojas de brinquedos, destinados às crianças.</div>
<div> </div><div>Não os compre. Não possuem as aplicações, as funcionalidades, os acabamentos ou a apresentação dos melhores. O balde do lixo já está a chamar por eles. </div><div> </div><div>Leitores de livros electrónicos</div>
<div> </div><div>Os tablets mais pequenos e leves, menos caros, mais fáceis de ler, são os leitores de livros electrónicos a preto e branco. Se a sua intenção é simplesmente ler – e não, digamos, ver filmes ou jogar –, estes meninos são uma delícia. </div>
<div> </div><div>Não se preocupe com as marcas menores; se vai ficar comprometido com um formato de livro com proprietário e protegido contra cópias ilegais, então reduza as suas hipóteses de ter uma biblioteca obsoleta ficando fiel à Amazon ou à Barnes&amp;Noble.</div>
<div> </div><div>Cada companhia oferece uma grande gama de modelos. Mas nos modelos mais recentes, o fundo das páginas ilumina-se suavemente, para que possa ler no escuro sem ter que utilizar uma lanterna. (Estes modelos a preto e branco também ficam fantásticos à luz directa do sol – agora consegue o melhor das duas condições de iluminação.)</div>
<div> </div><div>O mais aconselhável para si é o Kindle PaperWhite (120 dólares), cuja iluminação é mais uniforme e agradável do que a do equivalente Nook.</div><div> </div><div>É verdade que Kindles simples, sem ecrã sensível ao toque, sem iluminação, e com anúncios no screen saver se vendem a partir de um míseros 70 dólares. Mas vale realmente a pena ter a iluminação e o ecrã sensível.  </div>
<div> </div><div>Leitores de livros electrónicos a cores</div><div> </div><div>Tanto a Amazon como a Barnes&amp;Noble vendem um tablet com ecrã de sete polegadas que, a nível de funcionalidades, fica algures entre um leitor de livros electrónicos e um iPad. Têm ecrãs sensíveis ao toque, muito bonitos e de alta definição. Passam música, programas de televisão, filmes e livros electrónicos. Podem surfar na Internet. Até podem correr algumas aplicações Android escolhidas a dedo, como o Netflix e o Angry Birds.</div>
<div> </div><div>Não têm, nem nada que se pareça, capacidades como os tablets completos, tipo computador, do género do iPad/Nexus, essencialmente porque têm muito poucas aplicações, acessórios e add-ons. Mas custam 200 dólares, pelo que você está apenas a pagar uma fracção do preço.</div>
<div> </div><div>Aqui, os dois maiores são, mais uma vez, a Amazon e a Barnes &amp; Noble. Se ainda não estiver comprometido com os livros e vídeos de uma destas companhias, por ter comprado um modelo anterior, o Nook HD é o que deve adquirir. É muito mais pequeno e leve do que o Kindle Fire HD. Tem um ecrã muito mais definido. E o preço de 200 dólares inclui um carregador (o Fire, não) e nada de anúncios (o Fire, sim). Ou compre o Google Nexus 7, cheio de classe, a 249 euros. Apesar de o seu catálogo de livros/música/filmes ser muito mais reduzido, o catálogo de aplicações Android é muito maior (mas veja “iPad contra Android”, mais em baixo neste texto).</div>
<div> </div><div>Grandes leitores a cores</div><div> </div><div>Este ano, tanto a Amazon como a Barnes &amp; Noble apresentaram as versões de ecrã gigante (nove polegadas) dos seus tablets de alta definição. Aqui, e mais uma vez, a Barnes &amp; Noble oferece um melhor valor do que o Kindle Fire HD de nove polegadas da sua rival. Por 270 dólares, o Nook HD+ oferece um ecrã mais definido, menos peso, nada de anúncios, uma entrada para cartão de memória e um carregador.</div>
<div> </div><div>O “nove-polegadas” da Amazon também não é nada mau, mas custa mais 30 dólares (ou mais 50 dólares, se se quiser livrar dos anúncios). Tem o dobro da memória, mas não entrada para cartão, e tem uma câmara na parte da frente para falar pelo Skype vídeo; os modelos Nook HD não têm câmaras. </div>
<div> </div><div>iPad contra Android</div><div> </div><div>A Google está mesmo a perseguir a Apple. Esta companhia vende agora dois tablets, o Nexus 7 (ecrã de sete polegadas) e o muito rápido e bem fornecido Nexus 10 (ecrã de dez polegadas), produzidos pela Asus e pela Samsung sob supervisão da Google. </div>
<div> </div><div>O modelo de dez polegadas tem um ecrã lindo. A nível técnico, contém ainda mais pontos por polegada do que a resolução Retina do iPad, apesar de não se conseguir realmente ver qualquer diferença.</div><div>
 </div><div>Os tablets do Google também têm mais elementos de hardware do que os iPads, como seja uma saída de vídeo e altifalantes estereofónicos – e custam menos. O Nexus 10 custa 400 dólares, o que é menos 100 dólares do que o iPad equivalente (de 16GB de memória). </div>
<div> </div><div>A Samsung também está a colocar tablets Android em campo. Os seus tablets Galaxy Note vêm com uma caneta e um punhado de aplicações destinadas à caneta que lhe permitem desenhar ou tirar apontamentos, por exemplo.</div>
<div> </div><div>Mas as partes de trás dos tablets Android são de plástico, e parecem rascas quando comparadas com o metal do iPad. As câmaras não são tão boas como as do iPad. As baterias geralmente também não duram tanto.</div>
<div> </div><div>E, acima de tudo, o catálogo de aplicações do tablet Android continua a desapontar, e muito. As aplicações que existem são, muitas vezes, versões alteradas à pressa de aplicações Android para telemóveis, e não tanto aplicações pensadas especificamente para um ecrã maior. Por exemplo, as aplicações Android para Twitter, Yelp, Pandora, Vimeo, eBay, Spotify, Rdio, Dropbox, LinkedIn e TripAdvisor são recuperadas de aplicações Android para telemóveis – basicamente, são apenas listas. No iPad, o ecrã está recheado de informações visuais úteis acerca do que quer que esteja seleccionado.</div>
<div> </div><div>Por muitos progressos que façam os tablets Android a nível de hardware e de preço, aquelas 275 mil aplicações pensadas para tablets não podem deixar de tornar o iPad mais atraente. (A Google não diz quantas aplicações existem para os tablets Android, e não existe uma zona para tablets na loja de aplicações Android.)</div>
<div> </div><div>E isso aplica-se ainda mais ao novo tablet Surface, da Microsoft. É um aparelho com estilo, mas exige aplicações totalmente novas – e ainda não existem muitas. </div><div> </div><div>iPad contra iPad Mini</div>
<div> </div><div>O iPad Mini corre as mesmas aplicações que o iPad grande, sem modificações. Mostra os mesmos conteúdos no ecrã, apenas em mais pequeno.</div><div> </div><div>O ecrã do iPad grande é muito mais definido. Aposto que a resolução Retina apenas aparecerá no Mini no modelo do próximo ano. Mas, tirando isto, o Mini faz todo o sentido. Pode levá-lo numa carteira de mão ou no bolso de um casaco. Pode manipulá-lo durante muito mais tempo sem cansar os dedos (é muito leve e fino). E pode pagar apenas 339 euros, em vez de 509 euros.</div>
<div> </div><div>Lembra-se do velho ditado dos fotógrafos “A melhor câmara é aquela que temos connosco?”. A mesma coisa pode ser dita em relação ao seu tablet.</div><div> </div><div>Agora, ouça: se não encontrar debaixo da sua árvore de Natal um dos tablets que recomendei neste texto, não se ponha a chorar em cima das filhoses. Nos dias que correm, a competição é intensa e a qualidade é elevada. Não existem &quot;porcarias&quot; entre os tablets das marcas estabelecidas.</div>
<div> </div><div>Mas se desembrulhar um Kindle PaperWhite, um Nook HD ou um iPad Mini – ou se embrulhar um destes para dar a outra pessoa – terá à sua volta uma aura extra de satisfação. Saberá que, pelo menos neste exacto momento do tempo de compras, você ou a pessoa de que gosta acabou por receber o melhor que o dinheiro pode comprar, na mais desejada categoria de presentes na Terra.</div>
<div> </div><div>No próximo ano, o presente mais na moda poderá ser uma câmara fotográfica, um telemóvel, um computador portátil, um leitor de música ou uma consola de jogos. Mas neste ano o mercado de vendas já se pronunciou: pelo menos no que toca à tecnologia, o mundo é plano.</div>
<div> </div><div>Alguns dos aparelhos referidos no artigo não estão à venda em Portugal. Os aparelhos à venda em Portugal têm o preço indicado em euros.</div><div> </div><div>Tradução: Eurico Monchique do artigo original de David Pogue publicado no The New York Times</div>
<div> </div><div>©2012 The New York Times. Distributed by The New York Times Syndicate.</div><div> </div><div>Fonte: Jornal Publico</div>