<div><font color="#3333ff"><strong>Caros colegas,</strong></font></div>
<div><font color="#3333ff"><strong></strong></font> </div>
<div><font color="#3333ff"><strong>Tal como prometido, aí vai então a tal história, &quot;romanceada&quot; pelo nosso amigo Mário Portugal, CT1DT:</strong></font><br> <br>A Marconi(CPRM) findou os seus trabalhos em Portugal, em Dezembro de 2002.</div>

<div><br>Naturalmente que as Estações de Satélite e Cabo Submarino, continuam a funcionar.</div>
<div><br>Como todos os satélites geoestacionários, um dos que serviam a Marconi, estava ali algures sobre o Oceano Indico e, a essa distância de nós e de Moçambique, as parabólicas tinham de fazer um fogo muito rasteiro, e que rondava os 7º de elevação.</div>

<div><br>As comunicações entre Portugal e Moçambique, eram asseguradas por este satélite.</div>
<div><br>Na Marconi, em Lisboa, havia uma duplicação de equipamento(redundância), para assegurar em pleno estas comunicações.<br>Mas, em 1990, dá-se um colapso nestas comunicações, o que viria a pôr em causa não só o equipamento usado em Moçambique, mas também o nosso em Portugal, ou até no próprio satélite. Usava-se então a banda C (subida em 6 Ghz e descida em 4 Ghz).</div>

<div><br>Perante tal “confusão”, e podendo observar-se uma pequena portadora sobre a frequência de Moçambique, logo se pensou que poderia ser originada naquele país, mas contactada uma estação de americana que também estava “na mira” do mesmo satélite(o Centro de Controle em Washington), sobre o defeito que estávamos a encontrar, de lá veio a informação de que estavam a monitorizar a portadora de FDM de Moçambique em perfeitas condições…</div>

<div><br>Os nossos técnicos em Portugal, ficaram “apavorados” com esta “terrível” informação dos EUA, porque obviamente empurrava para Portugal, todas as culpas…</div>
<div><br>Nessa época, estava como Chefe de Manutenção do equipamento da Marconi, em Portugal, o nosso colega CT1PT, Eng. Carlos Pinheiro, que logo iniciou todas as tentativas para descobrir aquela “malfadada” interferência que estava a observar no seu fabuloso Spectrum Analyzer, desligando todos os equipamentos dispensáveis na Estação, mas sem que se verificasse qualquer melhoria. Era de pôr os cabelos em pé !<br>
Aquilo “tinha de vir de fora”, pensou ele, mas como??? com um feixe tão apertado como tinha a sua colossal parabólica de 300 toneladas, 32 metros de diâmetro e  65 dB de ganho nos 4,2 GHz. ?<br> <br>O nosso colega viu-se numa tremenda confusão de opiniões com a sua chefia e pensou que só haveria uma forma de detectar aquela interferência, mas para tal, ele teria de ir para a rua com o Spectrum Analyzer que era alimentado por 220VAC.<br>
“Eu vou resolver este assunto”, pensou ele, e vai de procurar uma fonte transistorizada que pudesse ser alimentada pelos 12V do carro, e se aguentasse com o consumo do Scanner, o que veio a conseguir e, de imediato a aparelhagem foi colocada no carro que iria servir de movimento ao Scanner, nem que fosse 360º à volta da antena parabólica…  Com uma antena improvisada como sonda…<br>
 <br>O problema não era assim tão fácil quanto se pode pensar, porque no móvel, ele não podia dispor duma antena com 65 dBs de ganho e se teria de contentar com uma antena minúscula … A própria chefia considerava um projecto de loucos…<br>
Mas o Carlos é que não se deu por vencido e dada a sua já longa experiências com equipamentos portáteis, não via neste trabalho, nada de atemorizante…</div>
<div><br>Estudadas criteriosamente as estradas(poucas) por onde se poderia movimentar o carro, aí vai ele, mas só conseguia ver alguma alteração nas medidas, quando se dirigia para o foco da antena que, como já referi, era de somente 7º, mesmo rés-vés ao solo.<br>
“Mas que diabo !” pensou ele; naquela direcção só havia uma pequena colina, onde se podia ver que havia algumas casinhas, ali a cerca de 3,5 Km de distância, mas vai de procurar caminho para lá, e quando mais o carro subia, mais potente era a interferência !<br>
“Eureka ! “ , pensou o Carlos, isto é mesmo daqui, mas só havia umas casotas insignificantes à vista.  Ali mesmo é que a interferência estava mesmo forte !</div>
<div><br>Mas como não podia deixar de ser, e ao ver umas antenas de TV, logo pensou que deveria de haver algum amplificador de antena de TV a auto-oscilar lá por perto dos 600 MHz e que, devido às suas harmónicas, alguma viesse acertar em cheio na frequência de Moçambique, e ainda por cima, com a tremenda amplificação de 65 dB da parabólica, tantos estragos estava a fazer há já dois dias !</div>

<div><br>Parou-se o carro à frente da casota e pediu-se à dona para desligar a corrente da casota, tendo desaparecido de imediato a interferência.<br>Estava descoberta a origem e foi pedido à senhora para não voltar a ligar aquele “malfadado” amplificador, até que a Marconi lhe oferecesse um outro novo, o que veio a acontecer de imediato.<br>
 <br><font color="#3333ff">Espero que tenham gostado deste episódio pitoresco e a quem já a conhecia, as minhas desculpas pela repetição.</font></div>
<div><br><font color="#3333ff"> 73 de CT1PT<br>Carlos Pinheiro</font><br clear="all"></div>
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