<h3 class="post-title entry-title"><a href="http://tdt-portugal.blogspot.com/2008/12/tdt-portuguesa-em-mpeg-4-prs-e-contras.html">TDT Portuguesa em MPEG-4: Prós e Contras</a> </h3>
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<div align="justify">Com o esclarecimento publicado pela Anacom, em 27/11, foi confirmado publicamente o sistema de compressão do sinal a utilizar pela futura TDT portuguesa. Trata-se do MPEG-4/H.264.<br><br>Em termos simples, a compressão MPEG-4, sendo mais eficiente (comprime mais o sinal), permite difundir mais canais no mesmo espectro (espaço) radioeléctrico (Mux) em comparação com o MPEG-2. Ou seja, utilizando o MPEG-4 é possível difundir mais programas com a mesma qualidade num Mux comparativamente ao MPEG-2. O espectro radioeléctrico (frequências) é um bem escasso e a sua utilização é paga. Ao utilizar o MPEG-4 o negócio da TDT fica economicamente mais atractivo para o operador da rede (PTelecom), porque pode transmitir mais canais, criando uma oferta comercialmente mais atractiva e porque o custo da emissão dos seus próprios canais (versão do MEO) é mais baixo. O principal interessado na adopção do MPEG-4 é portanto o operador da rede e os operadores de televisão que a vão utilizar.<br>
<br>Se fosse permitida a difusão dos canais livres em MPEG-2 (sendo os canais a pagar emitidos em MPEG-4), grande parte do público comprava equipamento apenas compatível com o MPEG-2 (vulgarizado e relativamente barato), o que se tornaria num obstáculo a uma possível futura adesão aos canais a pagar, devido à necessidade de comprar novo equipamento. Assim para ver a TDT o público é obrigado a comprar um equipamento mais caro, já compatível com os canais a pagar (em MPEG-4). Mais uma vez os interesses do operador são colocados à frente dos interesses dos espectadores.<br>
<br>Porque os equipamentos MPEG-4 ainda são muito caros, os operadores das redes de TDT estão em posição privilegiada de os poderem comprar a preço mais acessível, principalmente porque compram em grandes quantidades. Este facto torna-se num importante incentivo à adesão do público aos canais a pagar, porque se o preço do equipamento é alto, havendo um contrato de fidelização, o operador poderá vender o receptor a um preço mais baixo ou aluga-lo. Isto já sucede com o serviço MEO. O receptor MEO (sem gravador), suporta o MPEG-4/H.264 e custa 79€. Este valor está bem abaixo do preço de mercado (livre de operador). No entanto o preço de 79€ é válido só para quem assina um pacote de canais (fidelização). E é bem provável que com a TDT irá suceder algo de semelhante, o receptor será substancialmente mais barato, mas apenas para quem aderir aos canais a pagar! E o preço do receptor também deverá ser muito próximo do receptor já utilizado pelo serviço MEO satélite, porque o equipamento em termos de características é muito semelhante, um tem um sintonizador satélite, o da TDT terá um sintonizador terrestre. E também porque não faria muito sentido oferecer dois serviços equivalentes a preços muito díspares. Duvido que a PTelecom tenha apresentado valores muito diferentes destes na sua proposta aos concursos da TDT. Aguarda-se com expectativa o comunicado da PTelecom até ao final do ano, onde se espera que esta e outras questões sejam esclarecidas.<br>
<br>Também o uso do MPEG-4 torna muito mais difícil, no curto e médio prazo, o uso de equipamentos TDT portáteis "concorrentes" com os actuais e futuros serviços a pagar de televisão móvel (via telemóvel), a disponibilizar após o apagão analógico. Actualmente há grande oferta de televisores TDT MPEG-2 portáteis, mas nenhum MPEG-4. O MPEG-4 necessita de muito maior capacidade de processamento para fazer a descompressão do sinal em relação ao MPEG-2. Já é difícil conseguir uma autonomia de bateria de 2,5 horas com o MPEG-2, com o MPEG-4 ainda mais.<br>
<br>É verdade que só a utilização da compressão MPEG-4 permite a difusão dos quatro canais nacionais mais o quinto canal em alta definição num único Mux. Mas, embora a disponibilização de um canal em alta definição na oferta de canais livres (Mux A) seja um incentivo à adesão à TDT, este incentivo acaba por ser neutralizado pelo alto preço associado à tecnologia utilizada (MPEG-4) e que é pago por todos os espectadores. Maior incentivo seria tornar obrigatória a emissão em formato panorâmico (16:9) de pelo menos os canais de acesso livre. Não se compreende que se esteja a adoptar o sistema de compressão mais recente (e caro) e no entanto se esteja a perpetuar o uso do formato 4:3, ultrapassado, numa nova plataforma de distribuição.<br>
<br>Uma melhor opção (para o consumidor) seria a difusão dos cinco canais em resolução standard no Mux A e a difusão do quinto canal em simultâneo, em alta definição, e em modo aberto (porventura temporariamente) num dos outros Mux nacionais. Desta forma só quem estivesse interessado na alta definição teria de adquirir o equipamento adequado e suportaria o respectivo preço. É perfeitamente possível transmitir com muito boa qualidade de imagem em definição standard (720x576) os 5 canais em MPEG-2 num único Mux. Isto pode ser facilmente comprovado através do visionamento de variados canais emitidos por satélite e da análise do respectivo bitrate. A definição standard resulta numa muito boa qualidade de imagem em ecrãs até 32 polegadas (a diagonal de LCD e plasmas mais vendida) desde que a fonte de sinal seja boa. Se a fonte (origem do material) não é de boa qualidade, não há bitrate nem MPEG-4 que salve a situação.<br>
<br><strong>Vantagens do MPEG-4 para o consumidor:</strong></div>
<div align="justify">+ Torna possível uma maior oferta de canais.<br>+ Os programas gravados ocupam menos espaço.<br><br><strong>Desvantagens do MPEG-4 para o consumidor:</strong><br>- Preço elevado do equipamento (principalmente os receptores).<br>
- É incompatível com praticamente todo o equipamento em uso (TDT MPEG-2).<br>- A oferta de equipamento compatível ainda é muito reduzida (televisores e receptores).<br>- Ainda não há equipamentos TDT portáteis compatíveis com MPEG-4.</div>

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