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<TBODY>
<TR>
<TD><FONT class=txt10><FONT face=Arial size=2>História enviada dia
17/12/03 </FONT><B><BR><FONT face=Arial size=2>História do Português
perdido em alto mar.</FONT></B><FONT face=Arial size=2>
</FONT></FONT></TD></TR>
<TR>
<TD><FONT class=txt10></FONT><FONT class=txt10><FONT face=Arial
size=2></FONT>
<P align=justify><BR><FONT face=Arial size=2>Retirado do QTC falado Labre
Ceará.<BR><BR>No fim de cada ano sempre me vem à memória um acontecimento
marcante na minha vida de radioamador, e de outros colegas, que também
vivenciaram a aventura de um radioamador português e sua família. Ao fugir
da guerra de Angola em 1978, equipou o seu barco com água potável, alguns
alimentos e, principalmente, um equipamento de rádio que possuía, no
intuito de atingir as costas brasileiras, ao atravessar o atlântico nessa
tão ousada viagem. <BR><BR>No momento eu não me lembro do nome, nem do
prefixo do colega português, mas após o final deste relato, ou mesmo
alguns dias depois, é bem possível, que algum colega mande-me algum
comunicado detalhando a data e o prefixo do colega. <BR><BR>Tal
acontecimento foi também muito badalado na imprensa carioca, àquela época,
e muita coisa deve estar registrada nos jornais do Rio de Janeiro.
<BR><BR>O acontecimento inusitado aconteceu propriamente no final do mês
de novembro de 1978, quando todos os radioamadores do Brasil tomaram
conhecimento, através da faixa de 20 metros, da fuga da guerra da Angola
do nosso colega português e sua família, que após deixar o continente
africano e já ter navegado quase meio caminho em direção ao Brasil, pois
sua meta era vir para o Brasil, teve o azar de se perder no grande oceano
Atlântico, sem mesmo poder se situar onde estava, mesmo com a ajuda de
outros radioamadores, que tentavam dar uma dica de como ele se situar
novamente na rota certa para o nosso país. <BR><BR>Eu também acompanhei,
por alguns dias, pelo rádio, as incursões do colega português, após pôr em
prática o meu velho hábito de ficar fuçando as freqüências. Realmente, no
inicio, eu pensava em dar alguma ajuda ao colega português, mas o
interesse de muitos colegas em fazer o mesmo era tão grande, que, em dado
momento, a minha contribuição só iria atrapalhar, sendo mais um QRM para
ele do uma ajuda propriamente dita, pois, repito, muitos colegas queriam
falar com ele ao mesmo tempo, sem também entender que o colega navegador
precisava muito também economizar bateria! <BR><BR>Três ou quatro dias
depois, ao passar pelo QTH do PT7ASR, Reginaldo, fui logo interpelado por
ele: você soube? Há um colega português fugido da guerra da Angola perdido
no mar, em direção ao Brasil. <BR><BR>Eu disse que já sabia e que esperava
que tudo corresse muito bem. No momento o Reginaldo estava com o
"Hammarlund" ligado direto na oficina e enquanto trabalhava acompanhava
todas as tentativas de localização do colega português. <BR><BR>Voltei lá
na semana seguinte e a busca continuava na mesma, agora com a presença do
"SALVA AÉREO" do Rio de Janeiro e Recife, que tinham ativado seus jatos da
FAB para procurar o português e toda sua família. <BR><BR>Por mais uma
semana continuava eu a “corujar” a busca inútil ao barco do colega
português, no meu QTH, notando agora, que os sinais do radio dele
aumentavam de intensidade, o que justificava uma aproximação da costa
brasileira e, por conseguinte, uma maior facilidade de encontrar o barco
perdido! <BR><BR>Mais uma vez tive que passar pelo QTH do Reginaldo, que
também continuava com o rádio ligado na mesma freqüência estabelecida pelo
português e os aviões da FAB. Foi aí quando o Reginaldo também me disse
que os sinais do português estavam cada vez mais fortes do que há duas
semanas atrás. Então eu disse para o Reginaldo: pegue o microfone e mande
esses burros ir para 40 metros, que, com certeza eles irão encontrar o
português. Foi dito e feito. Os pilotos da FAB se comunicaram com ele e
combinaram a nova freqüência em 40 metros. Não demorou nem vinte minutos,
quando os pilotos da FAB descobriram o barco do português, àquela altura,
sem alimentos e água potável (já colhida das chuvas). O português disse
para os pilotos que apenas ouvia o ruído dos aviões, mas não os via. Após
alguns segundos a exclamação típica: “agora eu vos vejo... estou vendo
vocês à minha esquerda... vocês parecem o Menino Jesus” (estava próximo ao
NATAL). <BR><BR>Em seguida os pilotos jogaram água potável para ele e
alguns pacotes de alimentos. Uma aeronave voltou ficou rodeando o barco do
português, enquanto as outras já tinham se comunicado com os helicópteros
e voltavam para a base aérea. <BR><BR>Esse relato vem dar também uma
contribuição aos noviços, mostrando que a propagação orienta muito bem nas
buscas em alto mar. Provavelmente, os pilotos nunca iriam encontrar o
português e sua família, não fosse a mudança de faixa.<BR></FONT></P>
<P align=justify><FONT face=Arial size=2><STRONG>Alguém conhecia esta
história?</STRONG></FONT></P></FONT></TD></TR></TBODY></TABLE></DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2><STRONG>73 Fabiano PY5RX</STRONG></FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2></FONT> </DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2>Fonte:</FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2><A
href="http://www.qtcbrasil.com.br/historias/view.asp?id=7">http://www.qtcbrasil.com.br/historias/view.asp?id=7</A></FONT></DIV></BODY></HTML>