ARLA/CLUSTER: Desta vez foi por pouco, asteróide passou a menos de 7.000 km da Terra. Precisão da trajectória foi calculada em +- 5 km perpendiculares ao seu caminho, em apenas duas horas

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Sexta-Feira, 8 de Maio de 2020 - 12:08:47 WEST


Como se não bastasse estarmos lidando com a pandemia de COVID-19,
vulcões entrando
em erupção
<https://canaltech.com.br/meio-ambiente/vulcao-anak-krakatoa-entra-em-erupcao-a-mais-longa-desde-dezembro-de-2018-163210/>,
um incêndio (já controlado) aumentando níveis de radiação em Chernobyl
<https://canaltech.com.br/meio-ambiente/incendio-em-chernobyl-aumenta-niveis-de-radiacao-e-pode-ser-visto-do-espaco-163223/>,
entre várias outras surpresas desagradáveis que 2020 está proporcionando,
só faltava sermos atingidos por um asteróide. E isso quase aconteceu: nas
primeiras horas da manhã do dia 4 de maio, um asteróide pequeno, com
diâmetro de 3 a 6 metros, “tirou uma fina†de nosso planeta, passando a
meros 7 mil quilómetros de nós.

Para ter uma ideia de como isso é extremamente perto, sua passagem
“raspando†por aqui chegou a interagir com a gravidade da Terra. Embora seu
impacto pudesse impressionar causando barulho e possivelmente algum temor,
o estrago no caso de uma colisão com o planeta não seria o suficiente para
causar danos reais, porque ele provavelmente não atingiria o solo. De
acordo com suas dimensões, ele acabaria sendo completamente queimado em sua
entrada na atmosfera, proporcionando um verdadeiro show luminoso no céu —
talvez o brilho de sua queima ficasse equivalente ao de uma Lua cheia (ou
maior).
*Animação mostra como o 2020 JJ passou perto da Terra (Reprodução/SyFy
Wire)*

O asteróide, batizado de 2020 JJ, foi descoberto poucas horas antes de sua
máxima aproximação com a Terra, a partir do Catalina Sky Survey, um
observatório localizado no Arizona, Estados Unidos. Nesse local, uma
varredura monitora o céu, constantemente, em busca de objetos em movimento
— exatamente como o que passou perto de nós. A detecção ocorreu em quatro
observações realizadas nos primeiros minutos das 6 horas da manhã na última
segunda-feira. Os astrónomos foram alertados, verificaram que era real e
depois comunicaram a descoberta ao Minor Planet Center, em Massachusetts.

Em pouco tempo, vários outros observatórios e telescópios já estavam
cientes da possível ameaça e, a partir de análises sobre sua trajetória,
havia 5% de chances de impacto — o que deixou muita gente de cabelo em pé,
pois, mesmo que pequena, essa possibilidade já deixa os especialistas
preocupados.
Trajetória precisa foi calculada em pouco tempo

Quando um asteróide é descoberto pela primeira vez, a órbita calculada dele
é bastante nebulosa, porque ainda não há um histórico suficiente para
realmente prever onde estará no futuro. Mas, quando o arco da trajectória
vai sendo traçado, fica mais fácil compreender qual será o avanço da rocha
espacial.

A órbita projetada para o 2020 JJ era um cone difuso, que gradualmente foi
aumentando sua área até chegar às margens da Terra. A abordagem mais
próxima foi às 12h03 de 4 de maio, quando estava a 13,4 mil quilómetros do
centro de nosso planeta. Dado que o raio global é de menos de 6,4
quilómetros, significa que o asteróide passou a 7 mil quilómetros de nós. O
que chama a atenção nesse episódio é a precisão com que sua trajectória foi
calculada: ela foi tão bem determinada que era conhecida por cerca de 5
quilómetros perpendiculares ao seu caminho, em apenas duas horas — o que é
uma amostra do bom trabalho do atual monitoramento.
*O 2020 JJ viaja em órbita elíptica de aproximadamente dois anos da Terra
(Reprodução/SyFy Wire)*

O 2020 JJ viaja em órbita elíptica de aproximadamente dois anos, levemente
inclinada, que o leva do caminho da Terra para além de Marte, antes de
retornar ao espaço sideral. Há chances de o vermos novamente nas
redondezas, mas, já explicamos, não há com o que se preocupar. Caso ele nos
atinja, provavelmente o máximo que causaria será um espetáculo no céu.
-------------- próxima parte ----------
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