ARLA/CLUSTER: Mistério do GPS. Navios “teletransportam-se” entre continentes e movem-se em círculos, a China pode estar implicada nos casos.
João Costa > CT1FBF
ct1fbf gmail.com
Terça-Feira, 30 de Junho de 2020 - 16:05:55 WEST
Há um estranho fenômeno a acontecer com os navios em redor do mundo.
As embarcações andam às voltas, “teletransportam-se” entre continentes
e a sua localização de GPS é falsa. Por vezes, estão misteriosamente a
milhares de quilómetros de distância.
Na madrugada de dia 31 de maio, oficiais a bordo do navio petroleiro
Willowy foram chamados para saber que o seu navio e quatro outros
estavam a navegar misteriosamente em círculos, incapazes de dirigir e
a caminho de convergir. Imediatamente, pensou-se que fortes correntes
estavam a empurrar os navios. Porém, não havia tais correntes onde os
navios navegavam no sul do Oceano Atlântico, a oeste da Cidade do
Cabo, na África do Sul.
De acordo com o NewScientist, navios que parecem navegar em círculos
tornaram-se um fenómeno cada vez mais comum e misterioso perto de
vários portos na costa da China, especialmente perto de terminais de
petróleo e instalações do Governo.
Em todos os casos, ficou claro que a localização real era
razoavelmente próxima dos locais onde pareciam andar às voltas. No
entanto, nas observações mais recentes, os locais reais dos navios
estavam a milhares de quilómetros de distância – literalmente, do
outro lado do globo, na maioria dos casos.
Investigadores que monitorizam esses círculos bizarros perto da costa
chinesa acreditam que provavelmente são o resultado de uma manipulação
sistemática de GPS projetada para minar um sistema de rastreamento que
todos os navios comerciais devem usar de acordo com a lei
internacional.
Conhecida como AIS (sistema de identificação automatizada), a
tecnologia transmite identificadores exclusivos de cada embarcação –
juntamente com a localização, o curso e a velocidade do GPS da
embarcação a outros navios nas proximidades.
Estas descobertas foram reveladas na reunião anual da Resilient
Navigation and Timing Foundation em 5 de maio. O investigador, Bjorn
Bergman, da SkyTruth, disse que conseguiu verificar a localização
verdadeira aproximada das embarcações ao examinar o campo de visão do
satélite que recebe os relatórios de posição do AIS. Por exemplo, um
satélite que só conseguia ver o Golfo da Guiné na África Ocidental
recebeu informações do AIS que colocavam a embarcação no mar de Pt
Reyes, no norte da Califórnia.
Questionado sobre se isto era resultado de falsificação, Bergman disse
que não tinha a certeza. Incidentes anteriores de “circulação de
embarcações” na China foram causados por alguma forma de interferência
no GPS. Os relatórios de rastreadores de fitness com base em GPS foram
afetados de forma semelhante na mesma área e ao mesmo tempo.
Atualmente, não há dados semelhantes para estes eventos marítimos.
A análise também é dificultada pelo baixo número de embarcações
envolvidas – apenas 12. Os navios afetados são de tipos e operações
muito diferentes. Barcos-piloto, barcos de trabalho, rebocadores,
cargas e embarcações de passageiros estiveram envolvidos no fenómeno.
Esses navios foram localizados em todas as regiões do mundo, exceto na
América do Norte.
A duração dessas interrupções também variou bastante. O mais curto
registado foi um navio frigorífico – menos de meia hora. Já um barco
de tripulação esteve “deslocado” durante mais de 16 dias.
A maioria dos navios relatou posições circulantes na costa do norte da
Califórnia, embora dois tenham sido deslocados para Madrid, um para a
vizinhança de Hong Kong e outro para a cidade chinesa de Shanwei. O
navio afetado durante mais tempo relatou pela primeira vez uma posição
falsa no mar do norte da Califórnia. Nos dias seguintes, o local falso
flutuou quase mil milhas para o leste, movendo-se para o interior, até
Utah.
Bergman admite abertamente que não sabe explicar este fenómeno. Parece
estar relacionado com o GPS e com o tipo de “falsificação de círculo”
anteriormente observado na China e no Irão. No entanto, a falta de
semelhanças entre os navios e os incidentes dificulta deduções.
Por enquanto, o fenómeno dos navios que navegam às voltas e que se
teletransportam entre continentes continua a ser um verdadeiro
mistério.
Fonte: ZAP //
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