ARLA/CLUSTER: Depois de tão mal tratados, já ninguém quer ser professor em Portugal. Mestrados em Ensino sem candidatos.

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Quarta-Feira, 26 de Fevereiro de 2020 - 18:26:15 WET


Os mestrados em Ensino, que preparam futuros docentes para o terceiro
ciclo e Ensino Secundário, têm cada vez menos inscritos e alguns até
já fecharam por falta de candidatos, revela uma reportagem da Rádio
Renascença.

No Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, há 13 mestrados em
Ensino, mas existem cada vez menos candidatos: por ano, não chegam a
sair 100 alunos habilitados para dar aulas desde o 7.º até ao 12.º
ano.

“Em todas as áreas disciplinares, desde a Física e Química,
Informática, Matemática, Biologia, Geologia, Geografia, História, nos
vários cursos de línguas, temos cerca de 90/100 alunos [formados] por
ano“, disse à RR Mónica Baptista, que integra a comissão coordenadora
dos mestrados no Instituto de Educação da Universidade de Lisboa.

A investigadora reconhece que este é um cenário preocupante,
especialmente se tivermos em conta a idade dos atuais docentes, por
exemplo, na disciplina de Física e Química. “A percentagem de docentes
com menos de 30 anos é apenas de 0,2%.”

“Na Universidade de Lisboa, em 2001, havia 66 alunos a entrar nas
licenciaturas em ensino da Física e Química, e em 2002/2003 eram 103
alunos. Atualmente, temos, no máximo, cinco alunos a entrar no
mestrado por ano”, lamentou.

A nível nacional, frisa a Rádio Renascença, apenas as Universidades de
Lisboa, Porto e Coimbra têm estes mestrados de onde saem 10 alunos
aptos a ensinar esta disciplina. Os restantes fecharam por falta de
aluno inscritos.

Até 2030 mais de metade dos professores (57%) vai aposentar-se,
segundo dados do relatório do Conselho Nacional de Educação citados
pela rádio. Atualmente, apenas 1,1% dos docentes tem menos de 35 anos.

Em setembro do ano passado, o secretário-geral da Fenprof alertou que,
caso o Governo não tome medidas, vai começar a sentir-se “uma enorme
falta de professores qualificados nas escolas” portuguesas.

Fonte: ZAP //



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