ARLA/CLUSTER: 99942 Apófis - O asteróide “assassino” está a ser monitorizado pela NASA

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Segunda-Feira, 24 de Fevereiro de 2020 - 02:23:08 WET


O caos é um cenário improvável mas possível, e a NASA prepara-se para o dia
em que o perigoso Apófis* se aproximar do nosso planeta em 2029, numa
sexta-feira, 13.

Um evento raro e excitante para a comunidade científica, que se concentra
na observação e estudo desta massa, com o auxílio de telescópios e
programas informáticos.

Com cerca de 325 metros de comprimento e uma velocidade orbital de 30,728
quilómetros por segundo, esta rocha espacial foi classificada como
asteroide potencialmente perigoso, e a NASA está a avaliar o grau de
destruição que pode implicar, no pior dos cenários.

Os cientistas simularam seguir durante cinco dias um asteroide com o
tamanho equivalente a um quarteirão e cuja probabilidade de atingir o
planeta em 2027 é de uma em cem, tendo a cidade de Nova Iorque por alvo.

No exercício simulado, a equipa de investigadores planeou o disparo de
mísseis na tentativa de desviar a trajetória do asteroide, pondo os humanos
fora de perigo. Porém, a queda de um fragmento de 60 metros de diâmetro
seria suficiente para causar estragos ao explodir na Terra: o temido evento
teria uma força superior em mil vezes à bomba lançada em Hiroshima, e seria
capaz de esmagar a maior parte da cidade de Manhattan.

Enquanto se estudam probabilidades, o cenário de caos e pânico permanece no
domínio da ficção. As estimativas disponíveis apontam para a existência de
25 mil asteroides com tamanho idêntico a este e trajetórias próximas do
nosso planeta. Segundo a Agência Espacial Europeia (ESA), menos de 5% delas
representam efetivamente um risco.

Nos últimos anos foram lançados vários prémios para propostas de desvio do
“assassino planetárioâ€, desde o recurso a um trator gravitacional à
colocação de nave movida a radiação solar a circular em sentido inverso ao
da rocha.

Prever e agir

Projetar trajetórias de asteroides é possível, mas não exclui um grau de
imprevisibilidade. O Apófis foi descoberto há mais de 15 anos e o risco de
a sua passagem não ser só tangencial vai um pouco além dos 2,5% (a partir
de 1% já constitui um fator de preocupação).

Os exercícios de simulação da defesa do planeta prosseguem e as estimativas
de impacto também: todos os esforços são poucos para combater e,
idealmente, evitar o encontro imediato com o “inimigoâ€, ou não fosse Apófis
o nome grego do Deus egípcio em corpo de serpente e com uma natureza
destruidora.

O asteroide continua a merecer o interesse da comunidade internacional e, a
suscitar algum medo junto dos mais supersticiosos que acompanham os
desenvolvimentos nos sites da ESA e da NASA, até pelo facto de a sua
passagem estar prevista para uma sexta-feira, 13. Para uns e outros, tudo
isto pode não ser mais do que um filme de terror que termina e cada um
volta para a sua vida, com uma história para contar um dia a filhos ou
netos. A escaparmos desta, só haverá novo motivo para alarme em 2036.

* *Apófis* (nome astronômico *99942 Apófis*, designação provisória
<https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Designa%C3%A7%C3%A3o_provis%C3%B3ria_na_astronomia>:
2004 MN4) é um asteroide <https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Asteroide> que
causou um breve período de preocupação em dezembro de 2004 porque as
observações iniciais indicavam uma probabilidade pequena (até 2,7%) de que
ele poderia atingir a Terra <https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Terra> em
2029. Observações adicionais melhoraram as predições e eliminaram a
possibilidade de um impacto na Terra
<https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Evento_de_impacto> ou na Lua
<https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Lua> em 2029. Entretanto, uma
possibilidade ainda existe de que na passagem de 2029 o Apófis venha a
passar por uma fenda de ressonância gravitacional
<https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Fenda_de_resson%C3%A2ncia_gravitacional>,
uma região precisa não maior que 600 metros, causaria um impacto direto em
13 de abril de 2036. Esta possibilidade manteve o asteroide no Nível 1
da escala
de perigo de impacto de Turim
<https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Escala_de_Turim> até agosto de 2006. Ele
quebrou o recorde de maior nível na escala de Turim, estando, por um espaço
curto de tempo, no nível 4, antes de ser rebaixado.[2]
<https://pt.m.wikipedia.org/wiki/99942_Ap%C3%B3fis#cite_note-nasanews146-2>

Observações adicionais mais recentes da trajetória do Apófis revelaram que
a fenda provavelmente não será atingida, assim, em agosto de 2006 o Apófis
foi rebaixado para nível 0 na escala de Turim. Até 16 de abril de 2008, a
probabilidade de impacto em 13 de abril de 2036 era calculada como sendo de
1 em 45.000. Uma data de impacto adicional em 2037 também foi identificada.
A probabilidade para este encontro foi calculada como sendo 1 em
12,3 milhões.

Muitos cientistas <https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Cientista> concordam que
o Apófis merece ser vigiado de perto e, para isto, em fevereiro de
2008 a Planetary
Society
<https://pt.m.wikipedia.org/w/index.php?title=Planetary_Society&action=edit&redlink=1>
deu
um prêmio de US$50.000 para companhias e estudantes
<https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Estudante> que apresentassem projetos
para sondas
espaciais <https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Sonda_espacial> que colocariam
um dispositivo de rastreamento sobre ou próximo do asteroide.[3]
<https://pt.m.wikipedia.org/wiki/99942_Ap%C3%B3fis#cite_note-competition-3>

Segundo a NASA "nenhum asteroide conhecido representa risco significativo
de colisão com a Terra nos próximos 100 anos". Além disso, Lindley Johnson,
responsável pela área de Defesa Planetária da NASA
<https://br.sputniknews.com/ciencia_tecnologia/2019082014412569-sonda-da-nasa-coleta-pela-1-vez-dados-das-condicoes-da-superficie-de-exoplaneta-video/>,
confirmou a informação da agência espacial.

Segundo ele, nenhum asteroide de grandes dimensões conhecido tem
significativas probabilidades de atingir o nosso planeta neste período de
tempo. Contudo, estão sendo desenvolvidos métodos para prevenir uma
catástrofe de acontecer.
-------------- próxima parte ----------
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