ARLA/CLUSTER: É oficial: MWC 2020 de Barcelona não se realiza devido à ameaça do Coronavírus
João Costa > CT1FBF
ct1fbf gmail.com
Quinta-Feira, 13 de Fevereiro de 2020 - 07:32:35 WET
Fonte: tek.sapo.pt
Atualização: A Bloomberg, tinha avançado há minutos mas agora a GSMA
confirma oficialmente que vai cancelar o Mobile World Congress deste ano. O
CEO da organização, John Hoffman, afirma que o surto do CoronavÃrus
impossibilitou a realização do evento e que o cancelamento é a opção mais
segura.
"Com o devido respeito ao ambiente seguro e saudável de Barcelona e do paÃs
anfitrião a GSMA cancelou o MWC Barcelona 2020 porque a preocupação global
com o surto de coronavÃrus, a preocupação com viagens e outras
circunstâncias, impossibilita a realização do evento", refere o CEO num
comunicado escrito.
O MWC 2020 estava marcado para os dias 24 a 27 de fevereiro na cidade de
Barcelona, onde a feira se realiza desde 2006. O evento reúne mais de 100
mil visitantes e é um dos maiores certamente tecnológicos do mundo.
Ainda esta tarde a imprensa espanhola afirmava que a organização teria
decidido continuar os planos para a realização do MWC 2020. A questão das
desistências terá mesmo pesado nas contas da organização e a ausência da
Ericsson, que ocupa uma área enorme no evento, e é uma das protagonistas do
5G, tem motivado outras empresas a desistir. A Nokia, o Facebook, a Cisco e
a AT&T estão entre as últimas de uma longa lista de cancelamentos.
De acordo com o último balanço da Comissão Nacional de Saúde chinesa, já
existem mais de 44 mil casos confirmados com o novo coronavÃrus é de 44.653
e o número de mortos na China já ultrapassa as 1.100 pessoas, tendo vindo a
crescer nos últimos dias.
Francisco Jerónimo, vice presidente da IDC para a área de mobilidade,
explica ao SAPO TEK que a consultora já tinha decidido não estar presente
este ano com o acumular de preocupações por causa do CoronavÃrus. "Alguns
fabricantes estavam a dizer-nos que lhes ficava mais barato cancelarem a
presença, uma vez que os clientes e parceiros estavam a cancelar. A
possibilidade de negócio estava a reduzir-se e os empregados e famÃlias
estavam a mostrar muito desconforto", afirma.
O efeito dominó foi colocando pressão na organização do MWC para que
houvesse cancelamento oficial, até porque só desta forma as empresas
poderiam conseguir reembolso ou eventualmente recuperar parte do custo com
s reservas para o próximo ano.
Muitas empresas investem com muitos meses de antecedência na reserva das
viagens e hotéis que nesta altura já estão sobrelotados em Barcelona e
chegam a atingir preços astronómicos de mais de 500 euros por dia nas
reservas de última hora, em hotéis habitualmente de baixo custo. Isto sem
considerar o custo do "chão de feira", montagem e preparação dos stands e
toda a logÃstica envolvida.
História anterior: A GSMA, entidade organizadora do Mobile World Congress,
tem estado em alerta sob pressão das desistências das grandes fabricantes
tecnológicas e havia prometido a realização de uma reunião de emergência
até sexta-feira para tomar uma posição sobre o eventual cancelamento do
certame.
Segundo avançava esta tarde a imprensa espanhola, os planos iam mesmo
manter-se, e se dependesse da GSMA, o MWC ia mesmo realizar-se no final de
fevereiro. Posição essa que não chegou a ser comunicada no website oficial
da organização. Em declarações ao El Pais, o porta-voz da organização
referia que "a situação do CoronavÃrus muda rapidamente" e que continuavam
a analisar a sua evolução de perto. Como medidas, mantinha reuniões
regulares com os especialistas de saúde, tanto espanhóis como
internacionais, assim como os seus parceiros tecnológicos para garantir a
segurança dos seus visitantes.
A posição de "insegurança" da GSMA baseou-se na posição defendida pelas
autoridades e membros do governo da Catalunha que chutaram para a
organização a responsabilidade da realização do evento. Mais descansada
ficou quando a secretária da Saúde Pública da Catalunha, Joan Guix, referiu
em entrevista que não existiam motivos de saúde para suspender a feira.
Anteriormente, em entrevista ao canal TV3, Alba Vergés, conselheira de
saúde regional catalã, afirmou que a região está “mais preparada do que
nuncaâ€, indicando à s empresas que tinham receio de participar na feira
tecnológica que não existiam motivos para ter medo.
O jornal referia que algumas fontes do sector referiam que a GSMA estava
entre a espada e a parede no assunto do cancelamento da feira. Por um lado,
se cancelasse, poderia ter que pagar compensações monetárias milionárias,
no caso de não haver nenhuma declaração de alerta de saúde a nÃvel
nacional. Em causa estava o investimento que as empresas fazem para a sua
participação, incluindo o aluguer de stands para as reuniões com parceiros
e clientes, gastos em hotéis e restaurantes. Do outro lado, sentia-se que o
certame estava a morrer devido à própria desistência de alguns dos maiores
players da indústria.
Algumas das empresas poderiam mesmo estar à espera que a GSMA assumisse uma
redução nos preços das taxas de participação, de forma a recuperarem parte
do seu investimento feito no MWC.
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