ARLA/CLUSTER: Operadoras brasileiras fazem acordo para evitar interferência do 5G na TV via parabólica

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Sábado, 1 de Fevereiro de 2020 - 08:52:44 WET


Por Lucas Braga, tecnoblog.net


Uma das principais discussões sobre o 5G no Brasil era sobre possíveis
interferências da nova tecnologia com a TV aberta via satélite (TVRO): as
emissoras de televisão e as operadoras de telefonia entraram em acordo para
manter a convivência entre os dois serviços. Estima-se que existam 12,5
milhões de parabólicas sintonizando canais da banda C no país.


O leilão da Anatel prevê a utilização da frequência de 3,5 GHz com 200 MHz
de capacidade. Isso gerou um medo nas emissoras de TV via satélite, que
utilizam a banda C (3,8 GHz a 4,3 GHz) para distribuir conteúdo
principalmente no interior do país e em áreas mais remotas.

Por isso, será adotada uma solução técnica mantendo a TV via satélite na
Banda C. Para evitar interferências, as operadoras não poderão utilizar 100
MHz dentro da faixa entre 3,7 GHz a 3,8 GHz; trata-se de algo chamado
"banda de guarda".

Ainda assim, é possível que as antenas parabólicas precisem adotar novos
modelos de filtros LNBF, que ficam casas dos telespectadores. O filtro pode
ser trocado individualmente, sem substituir a antena inteira. Ele talvez
seja distribuído pelas operadoras de TV, similar ao que ocorreu durante o
desligamento da TV analógica.

Nos próximos meses, serão realizados testes complementares de campo pelo
CPqD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento) para confirmar os resultados
obtidos até o momento.

O acordo foi divulgado em uma nota conjunta da Abert (Associação Brasileira
de Emissoras de Rádio e Televisão), Abratel (Associação Brasileira de Rádio
e Televisão) e SindiTelebrasil (Sindicato Nacional das Empresas de
Telefonia).

Acordo evita custos de migração para banda Ku
Uma das principais alternativas consideradas pelas emissoras era a migração
da TV aberta por satélite para a banda Ku (acima dos 10 GHz). O problema é
que o custo seria bastante elevado: além de satélites em posições orbitais
diferentes, seriam necessários novos modelos de antena, filtros e
receptores.

O SindiTelebrasil estima que o custo de distribuição de kits de banda Ku
geraria um custo de R$ 7,75 bilhões para as operadoras, enquanto os novos
filtros para os donos de antenas parabólicas geraria uma despesa 94% menor
no valor de R$ 455,7 milhões.

Tecnocast 115 – Para que serve o 5G?
Muita gente ainda pensa que o 5G vai servir apenas para deixar a internet
do celular mais rápida. Mas a nova rede deve mudar muita coisa, inclusive a
internet fixa que chega hoje em nossas casas. Nesse episódio contamos tudo
o que você precisa saber sobre o 5G. Dá o play e vem com a gente!
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