ARLA/CLUSTER: O lixo espacial ameaça as comunicações terrestres
João Costa > CT1FBF
ct1fbf gmail.com
Sábado, 7 de Setembro de 2019 - 23:59:33 WEST
Por
SA <https://zap.aeiou.pt/author/sa>
-
7 Setembro, 2019 <https://zap.aeiou.pt/date/2019/09/07>
YouTube / ESA <https://www.youtube.com/watch?v=eYVsVRgiS0w>
*O lixo espacial está a tornar-se “numa grande preocupação para a
comunidade internacionalâ€, alertou a diretora do Escritório das Nações
Unidas para Assuntos do Espaço Exterior (UNOOSA). Em declarações à EFE, a
responsável disse ainda que estes vestÃgios ameaçam mesmo as comunicações
terrestres.*
Desde meados do século XX, quando a corrida espacial arrancou, foram
realizados mais de 5.000 lançamentos para o Espaço, que levaram Ã
acumulação de cerca de 23.000 objetos em órbita. Destes, apenas 1.200 são
satélites em funcionamento, de acordo com a Agência Espacial Europeia
(ESA). A maioria restante não tem qualquer utilidade, é lixo espacial.
“À medida que o *número de atores* e o número de objetos lançados para o
Espaço aumenta, o problema [do lixo espacial] torna-se numa grande
preocupação para a comunidade internacionalâ€, explica Simonetta Di Pippo,
citada pela agência EFE
<https://www.efe.com/efe/espana/efefuturo/la-basura-espacial-amenaza-las-comunicaciones-terrestres/50000905-4054286#>
.
Toda a situação se agrava, uma vez que ocorre uma espécie de efeito em
cadeia: quanto mais objetos em órbita, maior é a probabilidade de ocorrem
novas colisões, criando assim mais lixo espacial. Um satélite “morto†pode
gerar vários fragmentos destes vestÃgios.
Tanto a ESA como a Agência Espacial Federal da Rússia (Roscosmos) estimam
que existam cerca de *700.000 objetos* ou *fragmentos* como mais de um
centÃmetro e sem utilidade a orbitar a alta velocidade – 56.000 quilómetros
por hora – à volta da Terra.
Um eventual impacto de qualquer um destes milhares de elementos contra um
satélite em funcionamento ou contra a estrutura de uma estação espacial
pode causar danos significativos e várias disfunções, inclusive nas
comunicações terrestres.
“Devido ao risco de colisão, os* satélites de telecomunicações* e, em
geral, todos os nossos objetos funcionais no Espaço sideral, enfrentam *um
risco maior* de danos devido aos detritos espaciaisâ€, sustentou a
responsável da ONU.
O lixo espacial é classificado de acordo com o seu tamanho em três
categorias: detritos com menos de um centÃmetros, de um a dez centÃmetros e
mais de dez centÃmetros.
Embora o impacto de detritos espaciais como menos de um centÃmetro não
represente nenhuma ameaça significativa, os vestÃgios com *vários
centÃmetros* não são apenas os mais numerosos, como também os *mais
perigosos*.
Para já, não há legislação – só ideias
Atualmente, não existe nenhuma legislação internacional que obrigue
entidades estatais ou empresas privadas a evitar ou diminuir a produzir
este tipo de resÃduos.
Contudo, nos últimos anos, surgiram *algumas iniciativas para reduzir o
lixo espacial*, que vão desde a projeção de objetos que desaparecem em
órbita depois de cumprirem a sua missão, bem como projetos para remover
detritos já exististes.
Exemplo desta última é o “laço†espacial
<https://zap.aeiou.pt/cientistas-propoem-combater-lixo-espacial-laco-252584>
apresentado
por cientistas russos. Recorrendo a um *loop espacial*, um módulo seria
seria conectado através de de um cabo para os nÃveis superiores dos
foguetes para capturar e remover detritos espaciais em órbita.
Apesar das novas tecnologias e projetos, a responsável da ONU diz que se
espera que o lixo espacial venha à aumentar, uma vez que a corrida espacial
continua a desenvolver-se e, principalmente, porque uma uma *nova geração
de pequenos satélites* de baixo custo começou a invadir o espaço – é o caso
da Starlink
<https://zap.aeiou.pt/comboio-satelites-space-x-deixa-astronomos-furiosos-259431>,
de Elon Musk, lançada em maio. Também Jeff Bezos, proprietário da Amazon,
tem ideias para um projeto semelhante.
“Embora a nova tendência de colocar grandes constelações de satélites em
órbita possa beneficiar muito as tecnologias de comunicação, esta também
tem o potencial de gerar novos detritos espaciais, principalmente devido ao
maior risco de colisão e ao maior número de lançamentos por anoâ€, alerta a
especialista.
“Outra preocupação com essas mega-constalações está relacionada uma uma
eventual *poluição* *luminosa*, que poderia complicar a observação e a
investigação espacialâ€.
“Como qualquer outra atividade espacial, os benefÃcios e perigos das
mega-constalações devem ser pesados. A transparência e a cooperação
internacional nos procedimentos para colocar as mega-constelações no espaço
serão essenciais para mitigar o problema e garantir a segurança futura do
ambiente espacialâ€, rematou.
SpaceX recusou mover satélite da Starlink que ia colidir com um outro da ESA
<https://zap.aeiou.pt/spacex-recusou-mover-satelite-ia-colidir-outro-277940>
Fonte: ZAP //
-------------- próxima parte ----------
Um anexo em HTML foi limpo...
URL: http://radio-amador.net/pipermail/cluster/attachments/20190907/67ee3c4b/attachment.html
Mais informações acerca da lista CLUSTER