ARLA/CLUSTER: O quilograma, o ampere,
o kelvin e a mol mudaram definitivamente a
partir de 20 de Maio de 2019
João Costa > CT1FBF
ct1fbf gmail.com
Terça-Feira, 21 de Maio de 2019 - 17:35:45 WEST
O quilograma, o ampere, o kelvin e a mol mudou e já é igual para
humanos ou extraterrestres
Tal como anunciado em Novembro passado e em prol da precisão
científica, a definição de quilograma foi actualizada na
segunda-feira, 20 de maio, data em que se celebrou o Dia Mundial da
Metrologia. A alteração não afecta a utilização da unidade no
dia-a-dia, visando antes melhorar medições científicas.
Desde 1889, o quilograma foi definido por um cilindro de
platina-irídio que está guardado numa caixa especial de vidro. O
objecto é conhecido como Protótipo Internacional de Quilograma e está
guardado na Oficina Internacional de Pesos e Medidas (BIPM), que se
localizada fora da cidade de Paris.
Em Novembro, 60 Estados-membros que participaram na Conferência Geral
de Pesos e Medidas, que decorreu em Versalhes, votaram por unanimidade
para redefinir o valor do quilograma através de um pequeno – mas
imutável – valor: a “constante de Planck”.
Contudo, esta não é a única novidade no Sistema Internacional (SI) de
medidas. Também entraram em vigor atualizações para o ampere
(intensidade da corrente eléctrica), o kelvin (temperatura
termodinâmica) e para a mol (quantidade de uma substância).
Importa frisar que todas as medições modernas de massa derivam do
quilograma, ou seja, o quilograma define desde microgramas utilizadas
em fármacos a gramas de ouro, passando até por medições de frutas ou
toneladas de aço, observa a Europa Press.
O grande problema como o quilograma “antigo” é que nem sempre o
protótipo pesava o mesmo. Mesmo guardado dentro de uma caixa de vidro
especialmente desenhada para o efeito, o objeto acumulava
micro-partículas de sujidade, sendo afectado pela atmosfera
envolvente. Até a limpeza, poderia afectar a sua massa.
Tal como ilustrou William Phillips, Nobel da Física em 1997, em Agosto
passado, basta sujar as mãos para que um objecto tenha maior massa.
Por este mesmo motivo, o físico defendeu que o quilograma deve ser uma
medida “invariável” e mais “democrática”.
A grande alteração entrou em vigor na segunda-feira e, alicerçada na
“constante de Planck”, o quilograma passa a ser uma medida universal
desprovida de um objecto físico que o defina. “A redefinição do SI é
um momento histórico no progresso científico”, disse Martin Milton,
director do BIPM.
A partir de Segunda-feira, todas as medidas acima mencionadas serão
baseadas em constantes universais, que são, por definição,
invariáveis. Desta forma, um quilograma, um ampere ou um kelvin serão
os mesmos num laboratório na Europa ou numa base científica em Marte.
Embora a ideia pareça futurista, foi o próprio Max Planck, criador da
constante que agora governa o quilograma, que em meados de 1900
alertou para a necessidade de todas as medidas básicas do SI serem
invariáveis, imutáveis e universais.
“As constantes fundamentais oferecem a possibilidade de estabelecer
unidades de comprimento, massa, tempo e temperatura independentes de
corpos ou materiais físicos, e cujo valor se mantém para todos os
tempos e civilizações, mesmo para extraterrestres e não-humanos”,
explicou, citado pelo portal ABC, à comunidade científica da época.
Dois séculos depois, e depois de reproduzir com segurança a teoria de
Planck em laboratório, um quilograma é um quilograma, seja a medição
feita por humanos ou extraterrestres. Universalizou-se a unidade de
medida.
A Europa Press nota ainda que a redefinição do quilograma é a mudança
mais significativa de uma unidade do SI desde que se recalculou o
segundo em 1967, alteração que facilitou a comunicação mundial através
de tecnologias como o GPS e a Internet.
Fonte: ZAP
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