ARLA/CLUSTER: Internet quântica chega dentro de um ano a Portugal com a ajuda do Instituto de Telecomunicações do Instituto Superior Técnico

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Domingo, 19 de Maio de 2019 - 15:11:13 WEST


[image: Investigador Yasser Omar (João Silva/Global Imagens)]Instituto de
Telecomunicações está a criar parte importante da Internet quântica.
Tecnologia permite criar sistemas ultrasseguros e ultrarrápidos.

Está a nascer uma nova geração de máquinas, chamadas de computadores
quânticos, que consegue resolver problemas que são inacessíveis até para os
supercomputadores mais potentes da atualidade. Em dois minutos um
computador quântico consegue processar informação que as máquinas atuais
demorariam mil milhões de anos a fazer.

Uma nova geração de computadores precisa de uma geração de Internet e é
nesta área que a Europa está a dar os primeiros passos. Até ao início de
2020, a Aliança da Internet Quântica (QIA na sigla em inglês), um consórcio
de várias entidades europeias, prevê ter a primeira ligação de Internet
quântica entre duas cidades, nos Países Baixos. Até ao final desse ano,
quer ter ainda uma rede que já liga quatro cidades no país.

Portugal está a ter um papel ativo na criação da Internet do futuro. O
Instituto de Telecomunicações está a desenvolver novos protocolos que
permitem o encaminhamento de mensagens dentro desta nova geração de
Internet.

“Quando tivermos Internet quântica, quando for uma rede grande e complexa,
temos de ter maneira de encaminhar a mensagem. Posso ter muitos caminhos
possíveis e tenho que escolher um caminho que funcione, qual o melhor
caminho e aquele que consome menos recursosâ€, explicou Yasser Omar, também
professor no Instituto Superior Técnico, e um dos quatros investigadores
portugueses que está envolvido no projeto.

“No futuro, a Internet quântica vai ser muito parecida com a que temos
atualmente. Mas em vez de enviares *bits*clássicos, envias *bits* quânticos
(*qubits*)â€, detalhou depois Stephanie Wehner, coordenadora da Aliança da
Internet Quântica, também em entrevista, durante a sua passagem, esta
semana, por Lisboa.
[image: Laboratório Quântico do Instituto Superior Técnico (D.R)]

“Portugal não pode ficar atrásâ€

A Fundação Calouste Gulbenkian recebeu esta semana aquela que foi a
primeira reunião que juntou todos os parceiros da QIA. Mais de 90 dos
melhores cérebros europeus sobre computação quântica estiveram na capital
para falar sobre o planeamento deste projeto, que tem um financiamento de
10 milhões de euros e que vai durar três anos.

Uma das primeiras vantagens desta nova tecnologia será a criação de novas
ferramentas de comunicação ultrasseguras. Devido às propriedades
específicas da física quântica, além de um *bit* quântico ser impossível de
copiar, é possível criar uma ligação privada entre *bits* quânticos,
chamada de entrelaçamento, que também é impossível de reproduzir.

“Num mundo em que a segurança tem uma grande procura e um computador
quântico pode quebrar os algoritmos de encriptação que usamos atualmente,
podes usar a Internet quântica para atingires comunicações verdadeiramente
segurasâ€, disse Stephanie Wehner.

Se está a pensar quando é que poderá ter acesso a esta nova geração de
Internet, Stephanie Wehner diz que o plano é tornar, em 2021, esta rede
avançada numa ferramenta de acesso público, “para que as pessoas possam
experimentar e testar novas ideiasâ€. Mas não espere ter uma versão quântica
do Facebook tão cedo.

O grande objetivo no final do projeto é criar um plano técnico que permita
a diferentes países construírem as suas próprias ligações de Internet
quântica, para que uma rede europeia de comunicações de nova geração possa
nascer o quanto antes. “Portugal não pode ficar atrás e mais cedo ou mais
tarde terá que fazer alguma coisa nesta áreaâ€, desafiou Yasser Omar.
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