ARLA/CLUSTER: O misterioso ciclo de 11 anos do Sol pode estar
relacionado com o alinhamento dos planetas
João Costa > CT1FBF
ct1fbf gmail.com
Terça-Feira, 4 de Junho de 2019 - 18:18:18 WEST
Por ZAP - 4 Junho, 2019
A cada 11 anos, o Sol passa de uma labareda desenfreada e atividade de
manchas solares para um período mais calmo, antes de intensificar-se
novamente.
É quase tão regular como um relógio – e há anos que os astrónomos se
perguntam o que o causa. Agora, propuseram uma nova solução. Embora os
planetas do Sistema Solar sejam muito menores que o Sol, a gravidade
de alguns deles é capaz de influenciar o campo magnético da nossa
estrela. Isso, afirmam os investigadores, é o que controla o ciclo
solar.
Vénus, Terra e Júpiter reclamam um pequeno puxão gravitacional
enquanto orbitam. O resultado é comparável ao modo como a gravidade da
Lua influencia as marés da Terra, produzindo um fluxo e refluxo
regulares.
A equipa rastreou mil anos de ciclos solares, entre os anos 1000 e
2009, comparando os dados com os movimentos dos planetas naquele
tempo, encontraram um elo impressionantemente forte entre os dois. “Há
um nível surpreendentemente alto de concordância: o que vemos é um
completo paralelismo com os planetas ao longo de 90 ciclos”, disse o
físico Frank Stefani, do Helmholtz-Zentrum Dresden-Rossendorf, na
Alemanha, em comunicado.
O que a equipa descobriu, de acordo com o estudo publicado na revista
Solar Physics, é que as forças de maré são mais fortes quando a Terra,
Vénus e Júpiter se alinham, e que esse alinhamento ocorre a cada 11,07
anos. O efeito é fraco, incapaz de afetar o interior do Sol. Isso,
potencialmente, pode ser o motivo pelo qual ninguém conectou
anteriormente o ciclo solar e a periodicidade do alinhamento
planetário.
Mas a equipa descobriu que, apesar de ser fraca, as forças de maré
ainda podem afetar o campo magnético do Sol. Em particular, podem
influenciar oscilações na instabilidade de Tayler. Tais instabilidades
aparecem em campos magnéticos toroidais, onde a pressão é aplicada
perpendicularmente à direção do campo.
Isso faz com que o campo fique comprimido, como uma coluna vertebral,
criando instabilidades. Esses “discos escorregadios” no campo
magnético são as instabilidades de Tayler e criam perturbações no
fluxo solar e no campo magnético.
Mesmo uma pequena quantidade de energia – como, por exemplo, um evento
de maré – pode reverter as oscilações das perturbações. Se esses
eventos de maré estivessem a ocorrer a cada 11 anos aproximadamente,
poderiam desencadear uma inversão cíclica na polaridade do campo
magnético, resultando em flutuações regulares na atividade que
corresponde ao ciclo.
Este modelo pode ajudar a explicar outros mistérios sobre o Sol. Por
exemplo, a maioria dos ciclos solares tem dois picos no máximo, com
uma breve pausa entre eles. Outras regiões a serem exploradas são a
maneira como as forças de maré afetam potencialmente as camadas de
plasma na base da zona de convecção.
Isto também poderia ajudar a entender as gigantescas ondas
magnetizadas de Rossby que só recentemente foram descobertas a ondular
através do Sol – e podem ter algo a ver com a atividade do reflexo.
Por sua vez, isso poderia ajudar a prever as explosões violentas e
gigantescas, considerando que têm o potencial de afetar a nossa vida
aqui na Terra.
Fonte: ZAP // Science Alert
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