ARLA/CLUSTER: CubeSats são um dos grandes avanços da engenharia espacial nos últimos anos.

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Terça-Feira, 5 de Fevereiro de 2019 - 23:30:07 WET


Até pouco tempo atrás seria praticamente um sonho imaginar que satélites
que cabem na palma da mão e que podem ter 10 cm de diâmetro pudessem fazer
o serviço até então reservado para grandes e complexos satélites.

Mas dependendo da aplicação científica, os CubeSats atualmente são uma
realidade, e já são uma fatia importante do mercado de lançamentos, vide a
SpaceX que de uma vez só lançou 64 CubeSats, e a ISRO que a 2 anos atrás
lançou de uma vez só mais de 100 satélites.

Sem contar com a Garatea-L que é um CubeSat e com o VLM, o veículo lançador
de microssatélites que o Brasil pretende desenvolver.

Toda a tecnologia que vemos hoje foi desenvolvida originalmente lá em 1999
com pesquisadores em Stanford e em Saint Louis, para fins meramente
educacionais.

Mas a NASA viu ali uma grande oportunidade de usar esses pequenos satélites
para missões específicas e desde então utiliza os CubeSats em missões que
no começo eram basicamente voltadas para testar a tecnologia e a eletrônica
envolvida, como sensores e softwares, mas que agora já fazem missões de
gente grande.

Uma aplicação grande dos CubeSats é na meteorologia com a chamada missão
IceCube.

Enquanto que os satélites convencionais conseguem observar as nuvens e
fazer estimativas da precipitação líquida dessas nuvens, eles nunca
conseguiram olhar as partículas de gelo menores que criam as enormes nuvens
de chuva.

A missão IceCube possui um radiômetro de comprimento de onda submilimétrico
que é capaz de medir do espaço os pequenos cristais congelados dentro das
nuvens.

Os IceCube foram lançados da ISS em 2017 e criaram um mapa global das
nuvens de gelo ao redor do planeta Terra. Essa técnica poderá no futuro ser
aplicada de forma sistemática para melhorar os modelos climáticos e a
previsão do tempo.

Outros CubeSats importantes, o MarCO A e B, que viajaram para Marte junto
com a missão InSight da NASA.

Eles foram os primeiros CubeSats a deixarem a órbita da Terra, os primeiros
a fazer manobras de correção no espaço interplanetário e os primeiros a
chegar a em outro planeta.

Os CubeSats da missão InSight foram importantes para servir como relay dos
dados da sonda, principalmente durante a etapa de pouso que é sempre um
momento de tensão, os dados que antes demoravam para chegar, dessa vez
foram transmitidos instantaneamente pelos CubeSats, que provaram ser a
tecnologia certa para a realização desse sistema de relay de informações de
sondas espaciais.

Outra aplicação importante dos CubeSats, é o caso do MinXSS, um projeto de
estudantes que mede o espectro solar em raios-X, e tenta cobrir o gap de
informações que as grandes missões não conseguem medir.

E a energia vinda desse gap é importante, pois é ela que interagem com a
ionosfera da Terra e também é uma região de interesse para observações de
flares e regiões ativas.

Aí você deve estar pensando, meteorologia, Marte, Sol, tudo bem, trabalhar
com coisas aqui perto e grandes questões do universo.

eles também trabalham, existe uma missão chamada HaloSat, que é um CubeSat
e que tem como objetivo medir os raios-X dos átomos de oxigênio que
circundam a nossa via Láctea e assim determinar o quanto de matéria escura
existe no halo da nossa galáxia. Uma medida importante para tentarmos
encontrar a matéria escura.

Aos poucos os CubeSats vão conquistando seu espaço e podem escrever já são
a realidade da exploração espacial.


Fonte: Space Today
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