ARLA/CLUSTER: Já existe um radiotelescópio funcionando no Lado Oculto da Lua.

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Terça-Feira, 3 de Dezembro de 2019 - 22:25:13 WET


   Depois de 18 meses, finalmente poderemos analisar o Espaço livres das
interferências da ionosfera da Terra
Imagine conseguir ter acesso a todo e qualquer sinal de rádio do Espaço sem
sofrer praticamente nenhuma interferência do nosso planeta.

Pois é justamente isso o que cientistas holandeses em conjunto com a missão
chinesa Chang’e-4 acabam de anunciar!

O NCLE (Netherlands-China Low-Frequency Explorer, ou "Explorador
holandês-chinês de Baixa Frequência) é um novo experimento testado
recentemente pela missão Chang’e-4.

Ele é projetado para procurar por sinais conhecidos como "linha de
hidrogênio", que só pode ser detectado longe das interferências da
ionosfera da Terra.

A experiência é parte da missão Chang’e-4, operando a partir do satélite
que agora é usado apenas para a comunicação na triangulação entre a Terra e
a sonda na superfície da Lua.

O NCLE consiste em 3 antenas que só poderiam funcionar depois de serem
abertas, e isso levou 18 meses desde a chegada da missão na Lua.

"Nossa contribuição para a missão chinesa Chang’e-4 agora aumentou
tremendamente. Nós agora podemos fazer observações durante as 14 noites
ininterruptas na parte de trás da Lua, o que é muito mais tempo do que era
originalmente nossa ideia. Agora a noite lunar é nossa", disse em
comunicado Marc Klein Wolt, diretor gerente da Radboud Radio Lab e líder do
time holandês.

Infelizmente a abertura das antenas não aconteceu tão perfeitamente, de
forma que elas não estão completamente esticadas no momento.

A experiência deveria ter começado bem antes, mas o satélite acabou sendo
necessário para ajudar o pousador por muito mais tempo que o planejado. A
equipe suspeita que esse atraso pode ter causado algum dano, mas eles
escolheram iniciar as observações mesmo assim, tentando forçar a abertura
total no futuro.

Se as antenas estivessem totalmente abertas poderiam captar emissões de
hidrogênio dos primórdios da formação do Universo, período conhecido como
"Idade cósmica das trevas", quando as estrelas nem estavam formadas.

Mas com as antenas como estão, os cientistas esperam detectar "apenas"
emissões de hidrogênio provenientes de cerca de 800 milhões de anos após o
Big Bang.

O estudo detalhado desses sinais é considerado pelos especialistas como uma
das coisas mais importantes na cosmologia, o que pode revelar, por exemplo,
os segredos de como a matéria se distribuiu no Universo formando estrelas.

Fonte: Galeria do Meteorito
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