ARLA/CLUSTER: Vazio de Boötes: Só 60 galáxias num misterioso vazio de 250 milhões de anos-luz de diâmetro

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Segunda-Feira, 19 de Agosto de 2019 - 13:14:04 WEST


Vazio de Boötes: um dos lugares mais misteriosos do Universo

Embora o universo ainda seja um grande desconhecido — e o homem tenha
explorado muito pouco desse gigante infinito —, sabemos que ele contém
um número incalculável de objectos, formando galáxias e outras regiões
repletas de corpos celestes. Inclusive, conhecemos e observamos
atentamente diversas delas.

Porém, de acordo com o pessoal do io9, existe uma região muito
intrigante no espaço, conhecida como Vazio de Boötes, que não se
parece com nenhuma outra região que já tenha sido observada. Trata-se
de uma gigantesca área esférica praticamente vazia, contendo apenas
algumas poucas galáxias perdidas.

Descoberto em 1981 pelo astrónomo Robert Kirshner e sua equipe, o
vazio se encontra próximo à constelação de Boötes, medindo
aproximadamente 250 milhões de anos-luz de diâmetro, sendo o maior
vazio conhecido do universo.

Tem alguém aí?

Menos de 60 galáxias foram encontradas no Vazio de Boötes, e pela sua
proporção os astrónomos estimam que deveriam existir pelo menos 10 mil
delas, considerando a média de distância mínima entre outras galáxias
do universo.

Depois ter sido mapeada, os cientistas ficaram intrigados pela esparsa
quantidade de estrelas na região. Tão esparsa que, se a Via Láctea
fosse localizada lá, provavelmente acreditaríamos estar sozinhos no
Universo por muito e muito tempo.

Por que o vazio existe?

Na verdade, ninguém sabe explicar como o vazio se formou, mas os
astrónomos acreditam que essa região anómala pode ter sido formada por
uma combinação de muitos outros vazios menores, que se uniram como se
fossem bolhas de sabão, formando uma única bolha maior. As poucas
galáxias que permaneceram por lá provavelmente são as que existiam nas
fronteiras desses vazios menores.

Além disso, a falta de objectos nessa região do espaço torna a
interacção entre partículas muito, muito rara. Quem sabe um dia o
Vazio de Boötes não se transforme em uma pista de testes para veículos
de corrida interestelar que viajam à velocidade da luz, já que não
existe muito risco de bater em nada?

Fontes: io9, Web Archive e Accelerating Future



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