ARLA/CLUSTER: Israel vai tentar pousar na Lua na próxima Quinta-feira com a nave espacial Beresheet.

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Segunda-Feira, 8 de Abril de 2019 - 23:18:37 WEST


Na última quinta-feira (4), a espaçonave israelense Beresheet concluiu com
sucesso a manobra que a colocou em órbita da Lua. O sucesso deixa a missão
muito próxima de se concretizar como a primeira daquele país — e a primeira
no mundo todo a ser promovida pela iniciativa privada — a pousar em nosso
satélite natural.

Desenvolvida pela organização não governamental SpaceIL, a Beresheet tinha
por objetivo disputar o Prêmio X Lunar Google, competição que terminou sem
vencedores no começo do ano passado. O projeto prosseguiu mesmo assim e
partiu da Terra em 21 de fevereiro deste ano, embarcado num foguete Falcon
9 da empresa americana SpaceX.

O pequeno módulo de pouso que, descontado o combustível, tem apenas 180 kg
custou cerca de US$ 100 milhões, recolhidos por meio de doações. De início,
ele foi colocado numa órbita alongada ao redor da Terra e, com seus
próprios propulsores, foi paulatinamente ampliando as voltas em torno do
planeta, até atingir uma trajetória com apogeu de 400 mil km no dia 20 de
março. Com isso, em seu afastamento máximo do planeta, cruzaria a órbita da
Lua.

Na quinta, a nave se encontrou com o satélite natural e, ativando seus
propulsores por seis minutos, ajustou sua velocidade para ser capturada
pela gravidade lunar, numa órbita com perilúnio de 470 km. Perilúnio, você
já deve ter desconfiado, é termo que designa o ponto de máxima aproximação
com a superfície da Lua.

“Após seis semanas no espaço, conseguimos superar outra etapa crítica ao
entrar na gravidade lunarâ€, declarou Ido Anteby, líder da SpaceIL. “Ainda
temos um longo caminho até o pouso lunar, mas estou convencido de que nossa
equipe completará a missão para pousar a primeira espaçonave israelense na
Lua, deixando-nos todos orgulhosos.â€

Concepção artística do módulo Beresheet, que já está a caminho da Lua.
(Crédito: SpaceIL)
A nave já mandou bonitas imagens do lado afastado da Lua (onde, por sinal,
segue trabalhando o jipe robótico chinês Yutu-2, da missão Chang’e-4) e
deve realizar sua tentativa de pouso na próxima quinta-feira (11), no Mar
da Serenidade, localizado no hemisfério norte do lado próximo. O veículo
leva câmera e um medidor de campo magnético, além de uma “cápsula do tempoâ€
com arquivos digitais contendo uma Torá, desenhos de crianças, canções
israelenses, memórias de um sobrevivente do Holocausto e a bandeira
nacional.

Caso tudo dê certo, Israel deve se tornar o quarto país a realizar um pouso
lunar, depois de Rússia, Estados Unidos e China. Já há discussões para a
comercialização de versões desse módulo de pouso para outros países e
instituições, em particular a ESA (Agência Espacial Europeia).

Esta coluna é publicada às segundas-feiras, na Folha Corrida.

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