ARLA/CLUSTER: SpaceX lança numa só missão 64 satélites, dentre eles o brasileiro Itasat-1

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Segunda-Feira, 3 de Dezembro de 2018 - 22:53:40 WET


Salvador Nogueira

Após uma série de atrasos, partiu nesta segunda-feira (3) a missão SSO-A
Smallsat Express, impulsionada pelo foguete Falcon 9, da SpaceX. A
decolagem aconteceu às 16h32 (de Brasília), na Base Vandenberg da Força
Aérea americana, na Califórnia, e levou 64 pequenos satélites à órbita
terrestre — dentre eles o Itasat-1, desenvolvido pelo ITA (Instituto
Tecnológico de Aeronáutica).

Foi a primeira vez que um primeiro estágio do Falcon 9 realizou três voos
espaciais, em mais um grande feito da empresa de Elon Musk para amadurecer
a tecnologia dos foguetes reutilizáveis. Após a separação, o primeiro
estágio retornou à Terra e pousou numa balsa no oceano Pacífico. Segundo a
companhia, os atuais primeiros estágios do Falcon 9 foram projetados para
realizar pelo menos dez voos com pouca manutenção a cada reuso.
Foguete Falcon 9 sobe com a missão SSO-A SmallSat Express. (Crédito: SpaceX)

O Itasat-1 tem o tamanho de uma caixa de sapato e leva diversos
instrumentos desenvolvidos no Brasil, como um transponder de coleta de
dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e um receptor GPS
criado pela UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) em parceria
com o IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço), além de uma câmera comercial
e um transmissor para radioamadores. Sua arquitetura é basicamente a mesma
adotada pela futura missão lunar brasileira, a Garatéa-L.

Ao todo, a missão SSO-A levou ao espaço cargas úteis de 17 países, dentre
elas o satélite alemão Eu:CROPIS. Um dos maiores da leva, ele vai plantar
tomates em órbita, num ambiente de microgravidade. Mas não é só isso. Por
meio de rotação, ele vai gerar uma módica quantidade de gravidade
artificial a bordo e aí testar também como crescem os tomates sob uma força
gravitacional equivalente à da Lua (16% da terrestre) e à de Marte (38% da
terrestre).

Embarcado nesse mesmo satélite está um experimento do Centro Ames de
Pesquisa, da Nasa. É o PowerCell, que testará a sobrevivência e a saúde de
um miniecossistema baseado em resíduos de cianobactérias e uma cultura da
bactéria *Bacillus subtilis*. O experimento, que tem por objetivo
desenvolver aplicações úteis para a futura colonização de outros corpos
celestes, tem como coinvestigador principal o biólogo brasileiro Ivan
Gláucio Paulino Lima, ligado ao Ames.
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