Re: ARLA/CLUSTER: STEVE: Um novo tipo de aurora, mas que afinal não é uma aurora geomagnetica

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Sexta-Feira, 24 de Agosto de 2018 - 00:08:27 WEST


<http://spacetoday.com.br/IMG_APPYET///http://spacetoday.com.br/wp-content/uploads/2018/08/newkindofaur.jpg>

Finas faixas de luz roxa e branca que algumas vezes aparecem no céu noturno
foram denominadas como um novo tipo de aurora quando chamaram a atenção dos
cientistas em 2016. Mas uma nova pesquisa sugere que essas misteriosas
faixas de luz não são auroras, mas sim um fenômeno celeste completamente
novo.

Fotógrafos amadores têm capturado o novo fenômeno, chamado STEVE, em filme
por décadas. Mas a comunidade científica só se importou com o STEVE em
2016. Quando os cientistas olharam pela primeira vez as imagens do STEVE,
eles perceberam que as luzes eram ligeiramente diferentes das luzes de
auroras típicas mas não sabiam ao certo qual o mecanismo que o causava.

Em um novo estudo, os pesquisadores analisaram um evento de STEVE de Março
de 2008, para ver se ele era produzido de maneira similar que uma aurora,
que acontece quando chuveiros de partículas carregadas caem na atmosfera
superior da Terra. O resultado do estudo sugere que o STEVE é produzido por
um processo atmosférico diferente da aurora, fazendo com que ele seja um
fenômeno óptico totalmente novo.

“A nossa principal conclusão é que o STEVE não é uma auroraâ€, disse Bea
Gallardo-Lacourt, uma física espacial da Universidade de Calgary no Canadá
e principal autora de um novo estudo publicado na revista Geophysical
Research Letters. “Agora, nós sabemos pouco sobre ele. E isso é uma coisa
legal, pois ele é conhecido dos fotógrafos por décadas, mas para os
cientistas é um fenômeno completamente desconhecidoâ€.

Os autores do estudo falaram que o STEVE é um tipo de brilho celeste, ou
uma luz brilhante no céu noturno que é diferente de uma aurora.

Estudar o STEVE pode ajudar os cientistas a entenderem melhor a atmosfera
superior e os processos pelos quais a luz é gerada no céu.

“Isso é realmente interessante pois nós não sabemos o que é, e quando temos
um novo problema, isso é animadorâ€, disse Joe Borovsky, um físico espacial
no Space Science Institute, em Los Alamos, no Novo México, que não estava
envolvido nesse novo estudo. “É como você pensar que você sabia tudo, mas
na verdade, você não sabeâ€.

As auroras são produzidas quando os elétrons e prótons da magnetosfera da
Terra, a região ao redor da Terra, dominada pelo seu campo magnético, “caíâ€
sobre a ionosfera, uma região de partículas carregadas na atmosfera
superior do nosso planeta. Quando esses elétrons e esses prótons tornam-se
excitados, eles emitem luz em várias cores, na maior parte das vezes,
verde, vermelha e azul.

Um grupo de fotógrafos de auroras, colocaram o STEVE na mira dos cientistas
em 2016. Um grupo no Facebook, chamado de Alberta Aurora Chasers notava
ocasionalmente, finas correntes de uma luz branca e roxa passando de leste
para oeste no céu noturno canadense quando eles fotografavam as auroras.

As auroras são visíveis toda as noites se as condições estiverem certas,
mas esses feixes finos de luz do STEVE só eram visíveis poucas vezes por
ano. A luz do STEVE era também vista mais perto do equador do que as
auroras, que só são observadas nas altas latitudes.

Os fotógrafos pensaram primeiro que esses feixes de luz eram criados por
prótons excitados, mas os fótons só podiam ser fotografados com
equipamentos especiais. A luz produzida pelos prótons cai fora do intervalo
de comprimentos de onda registrados pelas câmeras normais.

Os caçadores de aurora, chamaram a ocorrência desse feixe de luz, de Steve,
uma referência ao filme Os Sem Floresta. Quando os pesquisadores
apresentaram os dados sobre as luzes incomuns numa conferência científica
em 2016, um físico espacial propôs converter o nome no acrônimo STEVE, que
significa Strong Thermal Emission Velocity Enhancement, e os pesquisadores
adotaram esse nome.

Os cientistas então começaram a usar os dados de satélites e imagens feitas
com observatórios em Terra para tentar entender o que causava essa luz
estranha. O primeiro estudo científico publicado sobre o STEVE mostrou que
existia uma corrente de íons se movendo em alta velocidade e elétrons
super-quentes passando através da ionosfera bem onde o STEVE era observado.
Os pesquisadores suspeitaram que essas partículas estavam relacionadas com
o STEVE de alguma forma, mas não tinham certeza se elas é que que produziam
o STEVE.

Após esse primeiro estudo, do qual Gallardo-Lacout foi coautor, os
pesquisadores queriam descobrir se a luz do STEVE era produzida por
partículas caindo na ionosfera, o que normalmente acontece com as auroras,
ou se era causado por outro processo. No novo estudo, Gallardo-LAcout, e
seus colegas analisaram eventos de STEVE que aconteceram no leste do Canadá
em 28 de Março de 2008, usando imagens baseadas em Terra que registram
auroras sobre a América do Norte.

Eles integraram esses dados, com dados do satélites POES-17 do NOAA, que
passou diretamente sobre as câmeras em Terra durante o evento de STEVE. O
satélite é equipado com um instrumento que pode medir partículas carregadas
precipitando na ionosfera.

Os resultados do estudo sugerem que o STEVE é um fenômeno inteiramente novo
distinto das auroras típicas. O satélite POES-17 não detectou partículas
carregadas caindo na ionosfera durante o evento de STEVE, o que significa
que ele é produzido por um mecanismos inteiramente diferente, de acordo com
os autores.

Os pesquisadores disseram que o STEVE é um novo tipo de fenômeno óptico que
eles chamam de “skyglowâ€, ou traduzindo livremente, algo como “brilho do
céu, ou brilho celesteâ€. O próximo passo é ver se as correntes de íons
rápidos e de elétrons quentes na ionosfera estão criando a luz do STEVE, ou
se a luz é produzida em camadas mais altas da atmosfera.

Fonte:
https://phys.org/news/2018-08-kind-aurora.html

A ter, 21/08/2018, 17:18, João Costa > CT1FBF <ct1fbf  gmail.com> escreveu:

> A new type of aurora is not an aurora at all
>
> For decades, amateur astronomers in Canada have been photographing a
> purple ribbon of light dancing alongside auroras during some geomagnetic
> storms.
>
> Nicknamed "STEVE", the ribbon belatedly caught the attention of the
> scientific community in 2016. They thought it might be a form of aurora.
>
> However, new research published yesterday in the Geophysical Research
> Letters suggests that STEVE is not an aurora at all, but rather something
> new and mysterious.
>
> Read the full story on today's edition of Spaceweather.com
> <https://spaceweather.us11.list-manage.com/track/click?u=0c5fce34d5ca05f64a13d085d&id=4cc35b0d3c&e=f98eeb7cd6>
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