ARLA/CLUSTER: Hello, hello Moonbase Alpha - POTENCIAL HABITAT HUMANO LOCALIZADO NA LUA

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Sexta-Feira, 20 de Outubro de 2017 - 10:55:13 WEST


Um estudo publicado na revista Geophysical Research Letters confirma a
existência de um grande tubo de lava aberto na região de Montes Marius na
Lua, que pode ser usado para proteger os astronautas de condições perigosas
à superfície.

Ninguém já esteve na Lua mais de três dias, em grande parte porque os fatos
espaciais por si só não conseguem proteger os astronautas dos elementos:
variações extremas de temperatura, radiação e impactos de meteoritos. Ao
contrário da Terra, a Lua não tem uma atmosfera ou um campo magnético para
proteger os seus habitantes.

De acordo com o estudo, o local mais seguro para procurar abrigo é no
interior de um tubo de lava intacto.
<https://news.uns.purdue.edu/images/2017/melosh-lava.jpg>
A "claraboia" dos Montes Hills, observada pela equipa japonesa
SELENE/Kaguya.
Crédito: NASA/Goddard/Universidade Estatal do Arizona
(clique na imagem para ver versão maior)


Os tubos de lava são canais naturais formados quando um fluxo de lava
desenvolve uma crosta dura, que ganha espessura e forma um telhado acima do
fluxo de lava que ainda flui por baixo. Assim que a lava deixa de fluir, o
túnel às vezes é drenado, formando um vazio.

"É importante saber onde estão e quão grandes são os tubos de lava lunar,
se queremos construir uma base," comenta Junichi Haruyama, investigador
sénior da JAXA, a agência espacial japonesa. "Mas conhecer estas coisas
também é importante para a ciência básica. Podemos obter novos tipos de
amostras rochosas, dados sobre fluxos de calor e dados de observação de
sismos lunares."

A JAXA analisou dados de radar da sonda SELENE para detetar os tubos de
lava subjacentes. Perto da "Claraboia" de Montes Hills, uma entrada para o
tubo, encontraram um padrão distinto de eco: uma diminuição no poder de eco
seguido por um segundo e grande pico de eco, que acreditam ser evidências
de um tubo. Os dois ecos correspondem a reflexões de radar da superfície da
Lua e do chão e teto do tubo aberto. A equipa encontrou padrões de eco
similares em vários locais em redor do buraco, indicando que pode haver
mais que um.

O sistema de radar da nave SELENE não foi desenhado para detetar tubos de
lava - foi construído para estudar as origens da Lua e a sua evolução
geológica. Por estas razões, não voou perto o suficiente da superfície da
Lua para obter informações extremamente precisas sobre o que está (ou não)
por baixo.

Quando a equipa da JAXA decidiu usar os seus dados para tentar encontrar
tubos de lava, consultaram cientistas da missão GRAIL, um esforço da NASA
para recolher dados de alta qualidade do campo gravitacional da Lua. Ao
investigar as áreas onda a GRAIL encontrou déficits de massa, ou menos
massa à superfície, reduziram os dados que precisavam analisar.

"Eles conheciam a 'claraboia' nos Montes Hills, mas não tinham ideia da
profundidade dessa cavidade subterrânea," comenta Jay Melosh,
coinvestigador da GRAIL e professor de Ciências Terrestres, Atmosféricas e
Planetárias da Universidade de Purdue. "O nosso grupo em Purdue usou dados
de gravidade dessa área para inferir que a abertura fazia parte de um
sistema maior. Ao usar esta técnica complementar de radar, conseguiram
descobrir a profundidade e altura das cavidades."
<https://news.uns.purdue.edu/images/2017/melosh-philly.jpg>
A cidade norte-americana de Filadélfia no interior de um hipotético tubo de
lava lunar.
Crédito: Universidade de Purdue/David Blair
(clique na imagem para ver versão maior)


Existem tubos de lava na Terra, mas os seus homólogos lunares são muito
maiores. Para um tubo de lava ser detetável em dados de gravidade, teria
que medir vários quilómetros em comprimento e ter pelo menos um quilómetro
de altura e largura - o que significa que o tubo de lava perto dos Montes
Hills é suficientemente espaçoso para abrigar uma grande cidade, caso os
resultados de gravidade estejam corretos.

A existência de tubos de lava na Lua já foi especulada no passado, mas esta
combinação de dados de radar e gravidade fornece a imagem mais clara do seu
aspeto e do seu tamanho. Esta informação pode ser mais útil do que o
esperado anteriormente.

*Links:*

*Notícias relacionadas:*
Universidade de Purdue (comunicado de imprensa)
<http://www.purdue.edu/newsroom/releases/2017/Q4/potential-human-habitat-located-on-the-moon.html>
Geophysical Research Letters <http://dx.doi.org/10.1002/2017GL074998>
ScienceDaily
<https://www.sciencedaily.com/releases/2017/10/171018104335.htm>
Universe Today
<https://www.universetoday.com/137550/stable-lava-tube-provide-potential-human-habitat-moon/>
Science alert
<https://www.sciencealert.com/the-perfect-real-estate-for-a-moon-base-has-just-been-confirmed>
PHYSORG <https://phys.org/news/2017-10-potential-human-habitat-moon.html>
Gizmodo
<https://gizmodo.com/scientists-just-found-the-perfect-spot-to-build-an-unde-1819658831>
ZAP.aeiou
<https://zap.aeiou.pt/sonda-japonesa-descobre-tunel-na-lua-pode-vir-abrigar-base-lunar-177303>

*Lua:*
Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve
<http://www.ccvalg.pt/astronomia/sistema_solar/lua.htm>
Wikipedia <http://en.wikipedia.org/wiki/Moon>

*Tubo de lava:*
Wikipedia <https://en.wikipedia.org/wiki/Lava_tube>
Tubo de Lava Virtual
<http://www.goodearthgraphics.com/virtual_tube/virtube.html>


*SELENE:*JAXA <http://www.selene.jaxa.jp/index_e.htm>
Wikipedia <https://en.wikipedia.org/wiki/SELENE>

*GRAIL:*
NASA <http://www.nasa.gov/mission_pages/grail/main/index.html>
Wikipedia <http://en.wikipedia.org/wiki/GRAIL>


Fonte: Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve
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