ARLA/CLUSTER: 72 das 231 torres de vigia das florestas fechadas a 1 de outubro reabrem esta quarta-feira

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Terça-Feira, 10 de Outubro de 2017 - 13:48:29 WEST


As temperaturas mantêm-se elevadas e só na primeira semana de outubro
deflagraram cerca de 900 fogos. Depois das notícias sobre o
encerramento dos postos, MAI anuncia que vai reabrir parte deles.

A Fase Delta tem início a 1 de outubro e prolonga-se até ao final do mês

PAULO NOVAIS/LUSA
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A partir de 15 de maio e até dia 30 de setembro, com um reforço de
pessoal durante a chamada Fase Charlie, a mais crítica dos incêndios,
que dura de 1 de julho ao fim de setembro, as 231 torres de vigilância
espalhadas pelo país são ocupadas por militares da GNR e civis
contratados para fazerem a vigilância da floresta. A 1 de outubro,
quando arranca a Fase Delta, os postos de vigia são por norma
encerrados — e foi isso que aconteceu na semana passada, ainda que as
temperaturas se mantenham idênticas às do verão e de o risco de
incêndio continuar muito elevado, noticia esta terça-feira o Jornal de
Notícias.

Apesar de só na primeira semana do mês terem sido registados cerca de
900 fogos em território nacional e de o Governo ter decidido prolongar
o período crítico do Sistema de Defesa da Floresta até ao próximo dia
15 de outubro, as torres de vigilância continuam vazias e os
operacionais da Proteção Civil foram reduzidos em 40%. Ao JN, Jorge
Gomes, secretário de Estado da Administração Interna, confirmou a
diminuição de efetivos — “Mantemos na Fase Delta 5.518 operacionais,
1.307 viaturas e 18 meios aéreos” –, garantindo que, ainda assim, há
neste momento 250 elementos extra no terreno.

À TSF, durante a manhã desta terça-feira, Capoulas Santos, ministro da
Agricultura, depositou inteira confiança na Administração Interna:
“Estou convencido que a avaliação do dispositivo para esta fase do ano
foi equacionada pelo MAI e certamente as decisões tomadas são as
decisões acertadas”.

Pouco depois, na mesma rádio, Jorge Gomes abriu pela primeira vez a
porta à possibilidade de reativação de parte da rede nacional de
postos de vigia. “Está previsto, se se mantiverem estas condições de
tempo, poder reativar a rede primária de postos de vigia e isso está a
ser tratado pela Guarda Nacional Republicana. E tem de ser brevemente,
hoje ou amanhã, não vale a pena estar a adiar muito as coisas. Já foi
uma determinação que fiz ontem”, disse o secretário de Estado da
Administração Interna. Que, logo a seguir, garantiu que tudo está a
correr bem com as operações de vigilância asseguradas pela GNR sem
recurso às torres: “A rede primária é a rede fundamental, aquela que
tem uma área de observação maior e que poderia dar alguma ajuda mas,
como digo, a forma como a Guarda Nacional Republicana está a fazer as
operações de vigilância tem sido eficiente e tem sido eficaz. Falamos
muito do incêndio da Pampilhosa, o incêndio da Pampilhosa nasceu às
11h da noite e não foi nenhum posto de vigia que o detetou, e teve
intervenção imediata”.

Horas depois, em comunicado enviado às redações, o Ministério da
Administração Interna (MAI) informa que a partir desta quarta-feira,
dia 11, e até ao final do mês de outubro, 72 dos 231 postos de vigia,
a chamada rede primária, vão voltar a funcionar.

No mesmo documento, o MAI informa ainda que o dispositivo de
bombeiros, durante a Fase Delta foi reforçado com 820 operacionais, o
que corresponde a um total de 2.763 — serão 6.400 no total os
elementos atualmente ao serviço do Dispositivo Especial de Combate a
Incêndios Florestais. Outra alteração: o número de meios aéreos
disponíveis a partir do próximo dia 15 de outubro, que segundo o JN
deveria passar a dois, com possibilidade de reforço até 8, também foi
aumentado: “Estão disponíveis dois aviões pesados, dois aviões
ligeiros e oito helicópteros médios. A este dispositivo, juntam-se os
meios próprios do Estado, frota composta por três helicópteros
ligeiros e três pesados”.



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