ARLA/CLUSTER: Rede alternativa ao SIRESP só funciona entre bombeiros e Proteção Civil e à vez
João Costa > CT1FBF
ct1fbf gmail.com
Segunda-Feira, 9 de Outubro de 2017 - 10:58:40 WEST
A rede que sempre foi referida como alternativa ao SIRESP também tem
fragilidades. Desde logo só permite que fale uma pessoa de cada vez,
assume a Proteção Civil em resposta ao Governo.
Incêndios voltam a atacar e bombeiros falam em falta de planeamento.
Proteção Civil responde que criou mais 50 equipas de reforço ao
combate
MIGUEL A. LOPES/LUSA
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Foi apresentada pela Autoridade Nacional Proteção Civil (ANPC) como
alternativa ao Sistema integrado das redes de emergência e segurança
de Portugal (SIRESP), mas afinal também tem fragilidades. A Rede
Operacional dos Bombeiros (ROB) atrasa comunicações e não pode ser
usada por todas as entidades necessárias.
As fragilidades da ROB são denunciadas pela Proteção Civil num
documento que responde a perguntas feitas pelo primeiro-ministro, por
via da ministra da Administração Interna, que é público desde agosto e
sobre o qual o Jornal de Notícias escreve(edição para assinantes) esta
segunda-feira.
“O ROB é uma rede analógica e como tal só permite uma conversação de
cada vez, isto é, quando um operacional está em conversação, os outros
só podem comunicar quando cessar a primeira conversação”, explicou a
ANPC nesse documento, acrescentando que “este fator, num teatro de
operações complexo, com muitas necessidades de transmissão de
informação/ conversação e grande número de operacionais, condiciona e
necessariamente atrasa a comunicação e transmissão de informação,
sendo necessárias várias tentativas e/ ou momentos de espera para se
conseguir entrar numa qualquer conversação“.
Ao JN, a mesma autoridade garantiu que a manutenção desta rede de 1982
é sempre feita mas que “por se tratar de uma rede analógica não
permite a interligação entre outras entidades que não apenas os corpos
de bombeiros e a estrutura operacional da ANPC“. Assim sendo, a GNR e
o INEM, por exemplo, ficam excluídos destas comunicações.
Esta notícia chega na semana em que o relatório da Comissão Técnica
Independente de análise aos incêndios na região Centro, em junho,
deverá ser entregue no Parlamento. Segundo o deputado Duarte Pacheco,
porta-voz da conferência de líderes, a informação do presidente da
Assembleia da República Ferro Rodrigues é que, “em princípio”, o
relatório será entregue a 12 de outubro.
Bombeiros falam em falta de planeamento. Proteção Civil responde que
criou mais 50 equipas
Entretanto os fogos voltaram a lavrar em Portugal. E este domingo o
presidente da Liga de Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares, veio
lamentar que não tenha havido “um planeamento como devia ser”, nem
“uma prevenção estratégica”, depois de a Liga dos Bombeiros
Portugueses ter alertado que “não pode existir uma ‘décalage’ tão
grande da fase Charlie e a fase Delta”.
Em causa está a redução de “85% dos meios [humanos e materiais] de
combate” aos incêndios na passagem da fase Charlie para a fase Delta,
determinado pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), quando
a Liga defendia somente uma redução “entre os 30% e 40%”.
A Autoridade Nacional de Proteção Civil já veio responder. À TSF a
entidade garantiu que o planeamento dos meios teve em conta as
condições meteorológicas adversas previstas e que foram criadas 50
Equipas de Combate a Incêndios dos Corpos de Bombeiros, em funções
desde o dia 1 de outubro.
Além dessas equipas é possível, como aconteceu nos últimos dois dias,
acrescentou ainda a Proteção Civil, mobilizar outros grupos de reforço
vindos de distritos com menos ocorrências, o que cria a “flexibilidade
necessária para responder a situações de maior exigência”.
A fase Charlie de combate aos fogos terminou a 30 de setembro e a fase
Delta dura o mês de outubro.
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