ARLA/CLUSTER: Lançamento do primeiro satélite angolano foi reagendado para dezembro

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Quinta-Feira, 2 de Novembro de 2017 - 13:33:44 WET


O ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação de Angola
confirmou que o primeiro satélite angolano será lançado em dezembro,
no Cazaquistão. O lançamento tem sido sucessivamente adiado.

O projeto estava avaliado, em 2013, em 37 mil milhões de kwanzas
(cerca de 190 milhões de euros, à taxa de câmbio atual)

Autor Agência Lusa


O ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação de Angola,
José Carvalho da Rocha, confirmou, esta quarta-feira, que o Angosat-1,
o primeiro satélite angolano, será lançado em dezembro, no
Cazaquistão.

“Faremos, de facto, o lançamento do Angosat no mês de dezembro.
Estamos a fazer tudo para que isto aconteça com as datas indicativas.
Vamos fazer o lançamento do Cazaquistão, onde se encontra a base de
lançamento da empresa que tem estado a trabalhar connosco”, anunciou o
ministro.

José Carvalho da Rocha falava à imprensa no final da reunião que
manteve esta quarta-feira, em Luanda, com os operadores públicos e
privados do setor.

A Lusa noticiou a 3 de outubro, citando informação das autoridades
espaciais russas que o lançamento do AngoSat-1 está previsto para 7 de
dezembro, no cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão.

De acordo com a mesma informação, o lançamento do satélite, construído
por um consórcio estatal russo, será feito com recurso ao foguete
ucraniano Zenit-3SLB, envolvendo ainda a Roscosmos, empresa estatal
espacial da Rússia.

O lançamento tem sido sucessivamente adiado e chegou a estar previsto
para setembro último, sendo um projeto que estava avaliado, em 2013,
em 37 mil milhões de kwanzas (cerca de 190 milhões de euros, à taxa de
câmbio atual).

A construção do satélite, que vai reforçar as comunicações nacionais e
internacionais, arrancou a 19 de novembro de 2013, cerca de 12 anos
depois de iniciado o processo. Essa construção deveria prolongar-se
por 36 meses, calendário que o Governo angolano garantiu anteriormente
estar a ser cumprido integralmente.

O AngoSat-1 vai disponibilizar serviços de telecomunicações,
televisão, internet e governo eletrónico, devendo permanecer em órbita
“na melhor das hipóteses” durante 18 anos.

No âmbito da reunião de hoje, o ministro das Telecomunicações e
Tecnologias de Informação de Angola, José Carvalho da Rocha, assegurou
ainda que o setor que dirige está aberto a receber propostas de novas
operadoras, “porque queremos serviços de qualidade e preço acessível”.

“Nós recebemos, no dia-a-dia, numerosas propostas, de novos
operadores, mas num setor como as telecomunicações temos sempre que
avaliar o estado em que estamos e o que nós queremos, olhando sempre o
consumidor final e para estabilidade do mercado”, observou.

O ministro, reconduzido no cargo pelo novo Presidente angolano, João
Lourenço, admitiu ainda o objetivo de levar a cabo ações com vista a
garantir fidelidade e qualidade dos serviços das operadoras de
telecomunicações às populações.

José Carvalho da Rocha apontou ainda a necessidade da revisão e
atualização do “Livro Branco” das Tecnologias de Informação e
Comunicação de Angola, que traça as medidas de políticas e ações para
o desenvolvimento do setor, com vista a adequá-lo ao novo contexto.

“Todas nossas ações assentam nesse livro, por essa razão o livro
branco é estabelecido de cinco em cinco anos, estamos no limite do
quinquénio e o que vamos fazer é atualizar as políticas continente
nesse livro branco”, explicou.

Na ocasião, o presidente do Conselho de Administração do Instituto
Angolano das Comunicações (INACOM), Leonel Augusto, fez saber que
aquele departamento começou já a licenciar novas operadoras para
prestação de serviço quer de telefonia fixa, serviço de internet.

“Na verdade, nós temos vindo a receber muitas propostas de novas
operadoras que querem prestar serviço no âmbito do novo paradigma de
licenciamento, as licenças multi-serviços, no entanto algumas delas
têm tido a necessidade de adequar e conformar alguns documentos”,
referiu.

Ainda segundo o presidente do INACOM, com o lançamento do Angosat-1 o
país terá mais infraestruturas de telecomunicações, o que vai
facilitar o trabalho das próprias operadoras”.

“As operadoras vão pagar com a moeda nacional o segmento espacial,
isto em termos de custos operacionais tem um grande impacto para as
próprias operadoras e um grande benefício para os utilizadores”,
concluiu.

O primeiro satélite angolano deverá cobrir todo o continente africano
e uma parte da Europa, tendo o principal centro de controlo em
Korolev, na Rússia, e outro em Luanda.



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