Re: ARLA/CLUSTER: As falhas no SIRESP e as três perguntas do primeiro-ministro sobre o incêndio de Pedrógão
João Costa > CT1FBF
ct1fbf gmail.com
Segunda-Feira, 26 de Junho de 2017 - 15:58:05 WEST
" Crucificados por quem ?"
Por aqueles que queriam que o SIRESP fosse um sistema "nacional, isto
é, um sistema integrado na totalidade do território" do Minho ao
Algarve, do Corvo às Selvagens.
Lembro-me na altura de ler artigos inflamados contra esses loucos
"ilhéus" que, imagina-se, renovaram uma rede de comunicações da
proteção civil obsoleta por ajuste e gestão direta, quando o SIRESP
lhes "oferecia a sua 7 maravilha" a um custo, dizia-se, irrisório.
Ainda hoje está escrito no site do SIRESP:
"Implementação
O Contrato SIRESP tem uma duração estabelecida de 15 anos e prevê que
a implementação do Sistema decorra em 7 fases, até 2013, sendo que em
Janeiro de 2010 entrou em serviço o sistema integrado na totalidade do
território continental e na Região Autónoma da Madeira.
Em Dezembro de 2013 entrará em serviço na Região Autónoma dos Açores."
João Costa (CT1FBF)
No dia 26 de junho de 2017 às 15:31, Pedro-papfc1 <papfc1 gmail.com> escreveu:
> Boa tarde João
>
>
>
> Crucificados por quem ?
>
>
>
> 73
>
>
>
> Pedro, CT1DBS/CU3HF
>
>
>
>
>
> De: cluster-bounces radio-amador.net
> [mailto:cluster-bounces radio-amador.net] Em nome de João Costa > CT1FBF
> Enviada: segunda-feira, 26 de junho de 2017 14:44
> Para: Resumo Noticioso ARLA/CLUSTER <cluster radio-amador.net>
> Assunto: Re: ARLA/CLUSTER: As falhas no SIRESP e as três perguntas do
> primeiro-ministro sobre o incêndio de Pedrógão
>
>
>
> Na altura do lançamento do SIRESP, os responsáveis nos Açores foram quase
> crucificados em praça publica por não querem aderir à "7 maravilha
> anunciada" que era esse sistema que vinha revolucionar as comunicações de
> socorro e emergência.
>
>
>
> Resistiram, estoicamente iga-se em abono da verdade, e o futuro veio-lhes
> lhe dar razão, e hoje tem um sistema instalado que tem um custo/benefício
> incomparavelmente melhor e sobre o qual tem gestão.
>
>
>
> O SIRESP é uma PPP que já foi renegociada, mas nunca efetivamente
> implementada a redução nos custos associada, e que assenta basicamente esta
> "renegociação" se assim se pode dizer, no corte na manutenção e depois
> aparecem os políticos a dizer que o sistema não funciona. Os acionistas
> continuam a ser principescamente remunerados.
>
>
>
> Por amor de Deus, desde quando se entrega uma rede de emergência e segurança
> do Estado a privados em algum país civilizado.!?
>
>
>
> João Costa (CT1FBF)
>
>
>
>
>
>
>
>
>
>
>
> No dia 26 de junho de 2017 às 13:46, Paulo Borges <pj_borges hotmail.com>
> escreveu:
>
> Desculpem meter a foice em seara alheia mas penso que já houve uma
> jornalista da TVI Ana Leal que fez uma reportagem sobre o SIRESP na altura
> em que faleceram diversos bombeiros encurralados pelo fogo, nessa altura ela
> ( Ana Leal) veio aos Açores ao Serviço Regional de Protecção Civil e
> verificou in loco a rede de comunicações que tinha sido montada e que a
> mesma era reconhecida a nível international tanto que o SRPC foi premiado,
> por isso pergunto não seria útil verem in loco como funciona a mesma antes
> de continuarem com o SIRESP?.
>
> P.Borges
>
>
>
> De: cluster-bounces radio-amador.net
> [mailto:cluster-bounces radio-amador.net] Em nome de Rui Oliveira [CS7ALW]
> Enviada: 25 de junho de 2017 20:02
> Para: Resumo Noticioso ARLA/CLUSTER
> Assunto: Re: ARLA/CLUSTER: As falhas no SIRESP e as três perguntas do
> primeiro-ministro sobre o incêndio de Pedrógão
>
>
>
> Eu não ouvi foi ninguém falar das duas estações moveis que, existindo apenas
> duas, nenhuma delas estava operacional. Isso sim foi a idiotice no meio
> disto tudo.
> E o quão ridículo é todo o sistema TETRA não suportar comunicações
> ponto-a-ponto.
>
> Num país como a Finlândia, eu tenho informação de amigos lá que o sistema
> TETRA deles é triplamente redundante no que toca à quantidade de estações
> base. Repito, TRIPLAMENTE. E é um país grande, e com uma densidade
> populacional que é a que é, com imensas áreas desertas de população.
>
> E se calhar foi mais barato. Aqui é sempre sempre sempre para o que mais
> rouba. Até morrerem 64 pessoas e haver uma "investigação". O consórcio do
> SIRESP (MEO/PT, Motorola e mais não sei quem) lavarão as mãos. E os milhões
> desaparecem para os bolsos de alguém. Que pese na consciência dos corruptos
> estas 64 mortes nesta instalação de [inserir palavrão grande aqui]. Porque
> no fim, é sempre disso que se trata. Corrupção.
>
> É a corrupção que em grande parte torna um sistema caro que nem tem links RF
> de redundância. É a corrupção que duplica o preço de instalação de uma torre
> com uma estação base.
>
>
>
> Sobre os radioamadores e emergências: Questiono-me o mesmo. A ANPC sabe que
> associações contactar? As associações tem equipas de radioamadores? Esses
> radioamadores sabem o que fazer e como fazer? Esses radioamadores tem sequer
> equipamento para o fazer? Tem baterias? Tem antenas portateis? Testam o
> equipamento de vez em quando?
> Sinceramente, eu duvido imenso da nossa capacidade de resposta enquanto
> coletivo de radioamadores.
> Se não for mais, numa situação de emergência deste tipo, em que o objetivo é
> substituir uma rede em baixo, um radioamador em primeiro lugar deve saber
> que é apenas um papagaio, um pombo correio, do que a ANPC ou outra
> autoridade lhe disser para transmitir.
> Estaremos preparados para manter a cabeça fria?
> Estamos preparados, de todo? As histórias que eu ouço...
> E nos exercícios é tudo bonito, porque o pessoal pode ir-se preparando na
> semana antes.
>
> [Pôr o dedo na ferida? Eu? Nunca fiz isso!]
>
>
>
> Rui Oliveira - CS7ALW
>
> Radioamador
>
> Amateur radio operator
>
>
>
> REP #2097
>
> Grid Square: IN51ub
>
> QRZ: https://qrz.com/db/CS7ALW
>
>
>
> Às 20:50 de 25/06/2017, João Condeço escreveu:
>
> Boa noite,
>
>
>
> O responsável não foi a TMN foi a fibra que ardeu. Como a transmissão do
> SIRESP assenta na fibra da MEO o resultado ficou à vista...
>
> Se para a maioria das situações a fibra é uma grande vantagem pelas razões
> tecnológicas que todos sabem, em caso de incêndios, se o troço que alimenta
> diversas estações for interrompido num ponto todas essas estações ficam
> isoladas da rede.
> A NOS também teve diversas estações afectadas porque estavam penduradas na
> rede da MEO.
> A Vodafone por exemplo como tem uma rede bem menor de fibra, praticamente
> grande parte das estações utilizam links para a transmissão, daí apenas ter
> tido uma única estação afectada no IC8 porque ardeu...
>
>
>
> Para um operador móvel não faz sentido existir redundância pois os custo
> disparam e não compensam. Agora para um sistema de comunicações de
> emergência é inconcebível que isso aconteça. Com transmissão por links as
> estações tinham continuado no ar por mais um bocado de tempo, porque depois
> passávamos a outro grande problema, as baterias...
>
>
>
>
>
> 73's
>
> João Condeço
>
> CT2HPM
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