ARLA/CLUSTER: Radio-astronomia: Descoberta origem de ondas rádio detectadas em 2007.

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Quinta-Feira, 5 de Janeiro de 2017 - 13:39:59 WET


A rajada rápida de rádio altamente energética "ouvida" pelos
cientistas há 10 anos veio de uma galáxia anã a 3 mil milhões anos-luz
da Terra. É a revelação mais recente da Fundação de Ciência dos EUA.

Já se sabe a origem da rajada rápida de rádio detetada pela primeira
vez vinda do espaço profundo em 2007. De acordo com a Fundação
Nacional da Ciência dos Estados Unidos, estas ondas rádio pulsantes
altamente energéticas detetadas originalmente pelo Observatório Very
Large Array parecem ter vindo de uma galáxia anã muito pouco brilhante
a três mil milhões de anos-luz da Terra. Em dez anos, esta rajada só
tinha sido detetada uma vez e apenas durante alguns milissegundos.
Outras dezassete rajadas foram detetadas desde então, mas nenhuma
delas repetidamente.

FRB 121102, nome técnico com que os cientistas batizaram esta rajada,
foi alvo de muitas conspirações nos últimos dez anos. Houve quem
julgasse que tinha sido enviado pelo material expelido por um buraco
negro, houve quem defendesse que tanta energia só podia vir de uma
estrela gigante e havia ainda quem não pusesse de parte a hipótese de
esta ser uma mensagem enviada por extraterrestres. Agora há mais
informações sobre esta rajada: de acordo com Shriharsh Tendulkar,
membro da Universidade de Montréal que estudou o sinal, “todas essas
explicações foram afastadas, pelo menos para esta rajada em
particular”.

Esta rajada rápida de rádio vinha acompanhada por uma segunda emissão
de ondas rádio contínua, persistente e mais fraca. Segundo o estudo
publicado da Nature e no Astrophysical Journal Letters, observações
mais precisas feitas recentemente provaram que essa rajada deve ter
origem algures a mais de 100 anos-luz do nosso planeta. E pode até ter
a mesma energia que a rajada mais energética: “Achamos que estas
rajadas e a fonte contínua podem ter origem no mesmo objeto ou então
estar, de alguma forma, fisicamente relacionadas com ele”, explicou
Benito Marcote, cientista da Base de Interferometria Muito Longa, na
Holanda.

Embora saibamos agora que a FRB 121102 tem origem numa galáxia anã
muito distante, ainda não há certezas sobre que corpo a está a criar.
Os cientistas apostam que pode ser uma estrela de neutrões
extremamente densas, provavelmente um “magnetar”, com um campo
magnético muito forte, rodeado pelo que restou de uma explosão
estelar.

Fonte: Observador



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