ARLA/CLUSTER: ILLW - Peniche e os amigos de lá!

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Quinta-Feira, 17 de Agosto de 2017 - 23:18:46 WEST


Estimados confrades das actividades farólicas,
Apesar de todas as indicações disponíveis apontarem para a indolência e má
vontade de propagação  em colaborar connosco, ainda assim vos hei enviado
muito recentemente um pequeno apelo à participação, uma vez que o salutar
convívio e descompressão que resulta destas actividades se revela, para
quem gosta, como uma mais valia pelo menos cultural. É nesse pressuposto
que, tendo em conta que o Farol do Cabo Carvoeiro (em Peniche) é um dos
activados para este ILLW p.f., parece oportuno lembrar a quem se esqueceu e
contar a quem não saiba, o que nos conta a história sobre os amigos de
Peniche.
Assim, de acordo com a Wikipédia...
Amigo de Peniche é uma expressão idiomática de Portugal que se refere a um
falso amigo - um parceiro desleal que não merece confiança e está apenas
interessado em receber às custas de outros sem oferecer nada em troca. É o
equivalente da expressão amigo da onça, no Brasil, também usada em Portugal.
A expressão tem origem no contexto da crise de sucessão de 1580, quando
Filipe II de Espanha obteve a coroa portuguesa em detrimento de D. António,
Prior do Crato.
Em 26 de Maio de 1589, uma força de 6500 soldados ingleses desembarcou na
praia da Consolação, próxima de Peniche, sob o comando de Robert Devereux,
2º Duque de Essex. Fazia parte de uma expedição militar de 140 navios e 27
600 homens (ou 20 000 homens e 170 navios) sob o comando de Francis Drake e
pelo almirante John Norris, com ordens de Isabel I da Inglaterra para
recolocar D. António no trono de Portugal e restaurar a soberania
portuguesa. Simultaneamente com a legitimidade de respeitar a Aliança
Luso-Inglesa, Isabel I desejava impedir os esforços espanhóis de
reconstituição do poderio naval após a derrota da Invencível Armada, e
evitar uma nova tentativa de invasão espanhola à Inglaterra.
A ação militar começou com sucesso: a Praça-forte de Peniche caiu em poder
dos homens de Essex e a guarnição portuguesa, submetida ao comando
espanhol, não opôs grande resistência. Enquanto as tropas que desembarcaram
rumavam por terra a Lisboa, o resto da frota, sob o comando de Francis
Drake, seguiu para Cascais. Os objectivos da invasão eram cercar Lisboa por
terra e por mar, e ocupar os Açores de modo a cortar a rota da prata
espanhola.
A palavra foi passando entre os portugueses: "Vem aí os nossos amigos, que
desembarcaram em Peniche…", mas no caminho para Lisboa as forças inglesas
mereceram a desconfiança portuguesa ao saquear Atouguia da Baleia,
Lourinhã, Torres Vedras, e Loures. Às portas da capital as forças
terrestres colocaram-se inicialmente no Monte Olivete (atual freguesia de
São Mamede) mas mudaram-se para a Boa Vista, o Bairro Alto e depois para a
Esperança, quando D. Gabriel Niño abriu fogo com os canhões do Castelo de
São Jorge. A artilharia prometida por Isabel I a D. António não viajara na
expedição, o que limitava a capacidade de resposta dos ingleses.
Os ingleses é que não esperavam era que Duque de Bragança, D. Teodósio II,
como grande rival político de D. António que era e como condestável de
Portugal, ao perceber que as forças que avançavam não tinha o apoio
necessário para vencer, põe-se a favor dos castelhanos. É por esta razão, à
frente de um exército de 6.000 homens e portugueses, reforça as defesas de
Lisboa.
Em Cascais, Francis Drake aguardava a entrada terrestre em Lisboa para
cercar a cidade no rio Tejo; mas os homens de John Norris foram ineficazes
no ataque à capital bem fortificada e melhor defendida, onde os espanhóis
tinham reforçado a guarnição e a repressão. As prisões estavam cheias, as
execuções de resistentes sucediam-se. Entretanto, os patriotas dentro das
muralhas que estavam prontos a combater e sabiam do desembarque inglês
interrogavam-se: "Que se passa com os nossos amigos que desembarcaram em
Peniche? Quando chegam os nossos amigos de Peniche?"
O empenho dos portugueses na ação militar também falharia. De modo a
conseguir o apoio militar de Inglaterra, D. António recorrera ao argumento
de que as populações portuguesas se sublevariam ao seu lado contra os
espanhóis, de tal modo que talvez nem fosse necessário combater. Mas a
ocupação assentava numa repressão feroz, reforçada com a ameaça da invasão,
e o levantamento popular não aconteceu.
Menos de um mês depois do desembarque, a expedição inglesa regressou à
armada ancorada em Cascais, deixando os portugueses adeptos do prior do
Crato a perguntar-se o que era feito daqueles "amigos de Peniche". Mais
atacados pela peste do que em combate, os ingleses tinham sofrido danos
importantes sem alcançar qualquer dos objectivos. Desde esse tempo, a
expressão "amigos de Peniche" passou a designar todos os falsos amigos.
Consequências culturais
Existe uma outra lenda, sem fundamento histórico, sobre a origem da
expressão: durante o cerco a Lisboa, nas invasões napoleónicas, a população
de Peniche teriam prometido transportar víveres por mar para o porto da
capital. Mas nunca teriam aparecido, nem sequer tentado, e as pessoas no
porto ficaram a desesperar pelos "amigos de Peniche".
Devido à imagem negativa que os penichenses acarretam devido à expressão, a
Câmara Municipal de Peniche divulgou e realizou uma encenação da versão
histórica dos acontecimentos, com os objectivos de repelir o anátema e
"identificar os autênticos amigos de Peniche".
indolência
Cumprimentos
António Gamito
CT1CZT
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Um anexo em HTML foi limpo...
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