ARLA/CLUSTER: Europa deixa cair limite de tempo no roaming - mas volta a meter os pés pelas mãos

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Sexta-Feira, 23 de Setembro de 2016 - 13:49:43 WEST


<http://abertoatedemadrugada.com/2016/09/europa-deixa-cair-limite-de-tempo-no.html>

A primeira proposta sobre o fim do roaming na Europa - só por 30 dias
consecutivos
<http://abertoatedemadrugada.com/2016/09/fim-do-roaming-europeu-tera-limite.html>
-
gerou tanta polémica que foi rapidamente retirada
<http://abertoatedemadrugada.com/2016/09/proposta-do-fim-do-roaming-com-limites.html>,
e é de prever que a nova proposta siga o mesmo caminho, mesmo tendo
deixando cair os limites de tempo.

A nova proposta para abolir as taxas de roaming no espaço europeu abandona
a noção de limite de dias para a utilização do serviço, mas em sua
substituição coloca algo ainda mais ridículo: a de que os utilizadores
poderão continuar a pagar taxas de roaming caso seja detectada "utilização
anormal" <http://europa.eu/rapid/press-release_IP-16-3111_en.htm>.

Por utilização anormal a Comissão Europeia refere:

   1. utilização mais intensiva quando se está no estrangeiro do que quando
   se está no país de origem
   2. cartões SIM que não são usados no país de origem e só são usados em
   roaming
   3. utilização de múltiplos cartões SIM sequencialmente pelo mesmo
   cliente quando em roaming


O terceiro ponto é curioso, pois parece surgir directamente em resposta ao
que muitos utilizadores terão pensado quando ouviram falar do limite de 30
dias; em que bastaria utilizar diferentes cartões assim que se esgotasse o
tempo (o que não seria difícil de fazer usando tarifários pré-pagos). Mas o
ponto mais interessante, e ridículo, é precisamente o primeiro: em que a
"utilização excessiva face ao uso no país de origem será justificativo para
se continuarem a pagar taxas".


Poderei dar o meu próprio caso pessoal como exemplo. A minha utilização de
telemóvel resume-se a uns poucos minutos de chamadas por mês (viva o
email!) e o consumo de dados também é relativamente reduzido na maioria dos
meses, graças à felicidade de poder contar com WiFi tanto em casa como no
trabalho. No entanto, quando saio do país, é precisamente o momento em que
irei dar mais uso às chamadas e em que também irei precisar de usar a maior
quantidade de dados possíveis - o que, segundo esta nova proposta, se
enquadraria automaticamente no tipo de utilização abusiva.

<https://3.bp.blogspot.com/-al5MxNlP2rE/V-KniRXkcKI/AAAAAAAEHr8/rNZF97cSwA89EZ5HFW2wPqGXE9XmUSlZQCLcB/s1600/wtf2.gif>

Penso que o meu tipo de uso não será um caso isolado, e que aquela mesma
alínea se aplicará a muitas outras pessoas em circunstâncias idênticas,
deitando por terra o propósito de abolir as taxas de roaming. Isto,
independentemente do que se achar sobre as taxas adicionais propostas de
€0.04/min nas chamadas, €0.01 por SMS e €0.0085 por MB de dados (o que dá
€0.85 por 100MB e €8.5 por Gigabyte.)

Parece-me imperativo que a primeira alínea deixe de existir, e em sua
substituição se apliquem precisamente as mesmas regras "anti-abuso" que os
operadores já aplicarão no país de origem. E dito isto, interessará referir
que continuará certamente a haver quem vá encontrar formas de contornar
todas as limitações que forem impostas de modo a tirar partido do sistema.
Por isso, seria bom ver os operadores mais empenhados em disponibilizar
tarifários que fossem competitivos a nível de todo o espaço Europeu, em vez
de continuarem a colocar entraves a essa inevitabilidade.

Fonte: Aberto Até de Madrugada
-------------- próxima parte ----------
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