ARLA/CLUSTER: CT/ES-007 - Relato de convívio/mega ativação de 16/06/2016

CS7AGH cs7agh sapo.pt
Quinta-Feira, 28 de Julho de 2016 - 20:25:14 WEST


Após o sucesso da primeira ativação SOTA no dia do SOTA Portugal, o 
bichinho ficou. Teria de conseguir realizar outra ativação similar e 
muito em breve, pautada não pela concorrência, pressa de conseguir 
números pomposos ou preocupações com rankings mas sim pelo convívio
Ficou o desafio de voltar ao Alqueidão após alguns meses, dada a 
localização e condições de acesso para fazer uma mega ativação. Queria 
fazer algo inédito no país e a sorte é que conheço quem seja quase tão 
maluco como eu. Dada a proximidade em termos de distância, um dos 
elementos da equipa acabou por sugerir o Socorro, ativando assim um 
monte diferente e com características similares ou melhores (ver nota 
sobre o almoço).

Fomos combinando as coisas com tempo e quando chegou a altura certa, 
começamos o ataque às redes sociais e listas, apelando à participação no 
local ou remota. Grupos de radioamadores, CBistas, PMRistas, de 
convívio, no cluster arla, em grupos de yahoo da REP, CT Tecnologias, 
etc. Por onde nos lembrámos espalhámos a palavra e pedimos que 
continuassem a fazê-lo aos seus conhecidos. Tivemos felizmente muito 
apoio nesse aspeto e vimos muito entusiasmo dado que, a nosso ver, 
iríamos fazer algo único nos últimos tempos: dar resposta aos constantes 
pedidos de "usem esta faixa", "usem 2m", "os 70cm?". Estávamos a 
preparar-nos para estar munidos de tudo, PMR, CB, UHF, VHF, HF, Dstar, 
DMR e até 1.2Ghz.

Nas duas semanas antes do evento começamos a recear o pior. Não tínhamos 
ninguém até ao momento, tendo em conta que o local escolhido está a 
apenas 40min do centro de Lisboa e no... centro da Oeste digamos, 
interessado em subir o monte connosco nesse Sábado. Nem o facto de lá 
estarem tantas faixas/equipamentos disponíveis ou o facto de os CRxxxx 
poderem operar o que quisessem com supervisão pareceu alterar este 
facto. Estamos a falar de um local acessível a 99% das pessoas, dadas as 
condições do piso e distância ao carro.

Nos últimos dias o receio confirmou-se. Tirando dois colegas que se 
juntaram a nós por via de convite direto, ninguém nos contactou para ir 
ao local montar a sua estação ou operar uma das nossas. Os desafios para 
outros montes ou contactos foram meia dúzia. Literalmente meia dúzia. 
Ainda nos questionámos o que estaríamos a fazer mal, dado que 
habitualmente vemos comentários em outras ativações a dizer que não 
fizeram contacto porque faltava isto ou aquilo. Esta tinha tudo...
Tínhamos pensado em fazer piquenique lá em cima, dada a adesão que 
estimávamos em relação a este tipo de convívio mas felizmente mudámos de 
ideias a tempo.
Não tínhamos ninguém interessado em lá ir quando faltavam apenas dois 
dias e os avisos de calor do IPMA, que fizeram mudar a hora da ativação 
do CT/ES-003, estavam a dar-nos que pensar.
Entre fazer um piquenique, por muitas sombras que tivéssemos por perto 
ou fazer uma quebra no evento e ir para dentro de um local fresco 
partilhar um vitaminico completo, o último acabou por vingar. A nossa 
sorte é que o colega Carlos CT1DYH tinha o contacto do restaurante que 
está dentro do próprio espaço no topo do monte e ligou. Estariam lá no 
Sábado e tínhamos vários repastos à disposição. A escolha foi unânime e 
recaiu num belo Polvo à Lagareiro. Estipulamos dois pontos intermédios 
de paragem, um deles público e siga que já estamos na véspera.

No Sábado lá nos deslocamos todos para o Socorro e a atividade correu 
mais ou menos como esperado, porque para mim correu melhor que o 
esperado com exceção da adesão.
Chegámos lá acima perto da hora que estipulamos e às 10:00 já tínhamos 
estações no ar. Dado o grupo que estava na serra partilhar o mesmo 
sentimento (leia-se, gostar de andar na conversa e partilha de 
conhecimento), eram 11:00 e ainda algumas estações estavam a terminar 
ajustes, eu incluído. Alguns já tinham a essa altura o SOTA confirmado, 
outros nem tinham começado e outros iam a meio. Não interessava, não era 
para isso que ali estávamos e esta componente da pratica de 
radioamadorismo é realmente das mais interessantes. Entre os acessórios 
que um sugere e o outro não gosta porque a última vez que usou não lhe 
correu bem, entre as fotos ao local que aproveitando a proximidade das 
festas estava naquele preciso dia a sofrer um "lifting" até à paisagem 
lindíssima que se tem lá de cima a 360º, confesso que toda a gente lá em 
cima estava mais preocupada com tudo menos com o número de contactos 
realizado até então. Ainda antes do almoço, tivemos a agradável surpresa 
de ter a visita de um OM que estava parado há algum tempo, viu o evento 
no Facebook e decidiu visitar-nos (o nosso muito obrigado mais uma vez) 
e eu ainda tive a visita de um grande amigo de Torres Vedras que, 
aproveitando o bom e o mau do Facebook, viu que eu estaria na zona nesse 
Sábado, decidiu visitar-me e quebrar quase 2 anos sem nos vermos. A ele 
também o meu obrigado por perder parte da manhã para dois dedos de 
conversa e aquele forte abraço.
Vários contactos foram realizados até esta altura com a Serra da 
Arrábida, onde o Miguel CT1ETL liderava a ativação que estava proposta 
na lista de atividades da A.R.L.A. desde o início do ano.

A hora de almoço chegou rapidamente e o calor já apertava.
Entre o pão quentinho que veio para a mesa, o polvo à lagareiro e o 
pudim que veio assentar tão farta refeição, acho que falámos de quase 
tudo menos rádios. Claro que as mesas e o fresco do local permitiram 
algumas coisas, como realizar upgrades de firmware a equipamentos e 
alterações de configurações mas isso foi um curto período de tempo.
O restaurante tinha por esta altura de fechar, dado que não faz sentido 
ficar aberto fora das horas de refeições e lá voltámos para as nossas 
estações.
Uma mudança estratégica de local, para contrariar o movimento do sol e 
que bem que se estava lá em cima. Se aquilo era o pico do calor 
garanto-vos que lá em cima não se notava. Passava uma brisa que só 
faltavam os caracóis, prometidos para a próxima (ver nota de rodapé) e 
umas minis (que ninguém levou com receio que virmos cá parar abaixo a 
rebolar).

Dois colegas tiveram de se ausentar e assim se vê a grandeza de algumas 
pessoas. Foram embora sem concluir sequer a ativação e ter os quatro 
contactos, mesmo após a nossa insistência de fazer algumas chamadas e 
colocarmos alguns spots. Não é que isso nos tenha valido de muito até 
então, a cada um ou dois spots colocados e tirando raras exceções, os 
vizinhos EA/EB/ECxxxx é que apareciam na frequência indicada. Mas não, 
lá foram embora com sensação de dever cumprido: o convívio.

Depois de uma grande patuscada verbal na mesa do Carlos CT1DYH e dos 
testes de 1.2G do João CT1FBF, já eram perto de 17 (UTC) quando vimos 
uma aberta, de interesse ou de propagação e, vários colegas do país 
vizinho a subirem, tanto a responder-nos como a chamar-nos. Portugueses, 
contou-se pelos dedos das duas mãos os que falaram connosco em todo o 
dia. Pedidos via repetidor de serviço, contou-se pelos dedos de uma mão 
e sobrava.
Por esta altura temos a segunda baixa, com mais dois colegas a darem por 
terminada a sua presença neste convívio, não sem antes o colega CT1FBF 
fazer o favor de perder as folhas de log, coisa que só viria a descobrir 
obviamente quando chegou a casa. Se virem folhas de log na zona de Mafra 
ou Torres contendo registos de contactos em V e 1.2Ghz, já sabem a quem 
os podem remeter. O João dá recompensa, acho eu....
Reduzidos a três estações e com poucos QSOs a chegarem lá acima, seja em 
V ou HF, começamos lentamente a desmontar duas das estações e ficamos 
reduzidos a apenas uma. Foi mais a conversa no local do que no rádio. 
Nem passou 30 minutos e decidimos dar por terminado o dia, desmontar a 
última estação, desligar a dúzia de equipamentos móveis que estavam 
ligados em cima da mesa e descer para algo fresco numa das vilas a 
caminho de casa.
Uma nota extremamente positiva, a esta altura já se fazia perfeitamente 
o DMR da Arrábida, fruto do trabalho de todo o dia do Jorge CT1JIB e 
Carlos CT4RK.
Vamos a descer o monte e ainda temos tempo para em portátil fazer mais 
um contacto nos 2m. Mudamos para frequência direta e rumamos a casa com 
sentido de dever cumprido.

Obrigado CT1DYH, CT5JLD, CT1DTE, CT1FBF, CT1IDJ e CT1FCI pela companhia, 
alinharem nas minhas maluquices, apoio, ensinamentos e amizade.
Obrigado CT1DTE pela baixada que me emprestaste e que eu, tão 
amavelmente, enfiei no meu carro e não te devolvi.
Obrigado CT1FBF pelo esforço em levar o material de 1.2Ghz para o topo 
da serra, respondendo aos pedidos de alguns colegas. Tinhamos um 
portátil do colega Gonçalo Springer mas acabou por não ser necessário. 
Homem prevenido vale por dois.
Obrigado, sem qualquer ordem específica, a CS7AHW, CS7AJM, CS7AJF, 
CT1DBS, CT1DL (sempre presente nas nossas ativações!), CT1ETL, CT1EUW 
(idem), CT1HIX, CT1HZ, CT5GOQ, CT7AHQ pelos vários contactos e vários 
testes.
Obrigado a EA1CVZ, EA2CKX e EA2JU pela subida após alguns spots.
Obrigado a EC2AG pelo Sota2Sota para o norte de Espanha (IN83RG).

Por curiosidade, algumas das quadriculas ativadas:



Em tom de resumo, espero não ver daqui em diante comentários que não 
ativam referências SOTA por falta de tempo, banda ou outra razão nem 
acusar colegas de só usarem este ou aquele modo.
Estivemos na serra ativos desde as 09 (UTC) e as 18 (UTC) praticamente. 
Se não tentaram o contacto, nem sequer chamaram via repetidor ou por 
outra via (até ao email estávamos atentos), é porque não quiseram e a 
partir desse momento deixa de existir desculpas. Tivemos colegas que o 
fizeram e depois não conseguimos o contacto na direta, mas tentaram!
Temos contactos registados entre as 09:45 (UTC) a 17:33 (UTC), lançamos 
dezenas de spots durante o dia, o alerta estava no SotaWatch semanas 
antes, foi divulgado em todos os meios que conseguimos e mais alguns, 
tanto nacionais ou internacionais.
23 contactos entre tantos ativadores que lá estavam e em que dos quais 4 
foram realizados com Espanha, para nós é muito pouco para a nossa 
localização, por muito más que fossem as condições de propagação e só 
nos parece resultado de um problema, falta de interesse.

Mas não nos esmorecem! Havemos de voltar a subir aos montes em outras 
atividades similares nem que seja pela palavra que mais repeti neste 
texto: convívio.
Agora, quero ver as desculpas que veremos nos próximos tempos, que o 
colega não levou nem um portátil de 2m para cima ou algo similar. Pensem 
nisto quando respondem a alguns colegas coisas como "vá fazer rádio", 
"ninguém fala no rádio", etc. Se nós não chamarmos, é possível que 
ninguém adivinhe que lá estamos, só fazer escuta não resulta e 
provavelmente deveriam aproveitar mais este tipo de atividades para 
servir de exemplos a terceiros, fazendo com que as mesmas aumentem em 
frequência e número.
Mas isto é a minha opinião pessoal, que ando nisto há meia dúzia de 
anos, cada um pode tirar a sua própria conclusão destes valores obtidos 
em tanta hora de atividade e enviar-nos por email direto, terei todo o 
gosto em conhecer o que acham deste resultado. Por nós, pessoal do polvo 
à lagareiro e como já referi, valeu a pena e é para repetir. E para 
vocês? Vale a pena fazer este tipo de convívio, com todo os gastos 
inerentes, para prol de todos vós? O melhor feedback que nos podem dar 
em troca é o vosso contacto, nem que seja do conforto de vossa casa. 
Veremos se o próximo corre melhor e até onde vai a nossa 
persistência/paciência. Bem, pelo menos os caracóis estão garantidos.

*Fotos em:**
**https://www.dropbox.com/sh/d2w5gxv9bjzzbrn/AACzcipElt2t52uB3JZFM9d_a?dl=0*

73,
Paulo
CS7AGH

A.R.L.A. #100 / DMC #08386 / EPC #25379 / Field Radio Operator #IFR212 / Portuguese QRP Radio Club #079 / QRP Respect #295 / SKCC #12615

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