ARLA/CLUSTER: Segundo o CALTECH, se os modelos matemáticos tiverem correcto há um nono planeta no nosso sistema solar
João Costa > CT1FBF
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Quinta-Feira, 21 de Janeiro de 2016 - 13:01:13 WET
Anunciado Nono Planeta para lá de Plutão
TERESA FIRMINO In Público
Equipa que identificou o planeta com modelos teóricos espera agora que
ele seja observado com telescópios.
Chamaram-lhe informalmente Nono Planeta e anunciaram esta quarta-feira
a sua possível existência no nosso sistema solar, muito para lá de
Plutão (que em 2006 foi despromovido do estatuto de planeta e passou a
planeta-anão). O Nono Planeta, segundo a equipa de astrónomos do
Instituto de Tecnologia da Califórnia (nos EUA) que fez o anúncio, tem
dez vezes a massa da Terra e está tão longe do Sol que demora 10.000 a
20.000 anos a completar uma órbita à nossa estrela.
Por agora, a descoberta deste planeta é teórica, obtida graças a
modelos matemáticos e muitas simulações de computador, explica um
comunicado de imprensa do Instituto de Tecnologia da Califórnia. Falta
agora comprovar a sua existência em observações directas com
telescópios, o que dependerá muito se o planeta estiver mais perto ou
mais longe do Sol na sua longa órbita à volta dele.
O astrónomo Mike Brown estuda objectos gelados que se encontram para
lá de Neptuno, numa região chamada Cintura de Kuiper. O primeiro
desses mundos gelados só foi descoberto em 1992 e levou à despromoção
de Plutão, que agora é considerado o primeiro desses objectos. No caso
da investigação que culminou com o anúncio do possível Nono Planeta,
Mike Brown começou a trabalhar nela há um ano e meio com Konstantin
Batygin, depois de outra equipa ter anunciado que em 13 dos objectos
de Kuiper mais distantes de nós se observavam certas semelhanças
invulgares nas suas órbitas e atribuíram-nas à presença (e influência
gravitacional) de um pequeno planeta nessa zona.
Inicialmente, Mike Brown até pensava que não havia ali nenhum planeta,
refere o comunicado, mas ele e Konstantin Batygin deitaram mãos ao
trabalho e fizeram muitas simulações que pudessem explicar as
características invulgares das órbitas dos 13 objectos de Kuiper. Até
que se aperceberam de que se as simulações “incluíssem” um planeta com
bastante massa numa determinada órbita, os objectos de Kuiper passavam
a ter o alinhamento que de facto se observa.
“Este deverá ser um nono planeta real. É um pedaço substancial do
nosso sistema solar que está por aí à espera de ser descoberto, o que
é muito entusiasmante”, considera Mike Brown. “Pela primeira vez em
150 anos, há provas sólidas de que o censo planetário do sistema solar
está incompleto”, acrescenta Konstantin Batygin.
Provas mais definitivas poderão surgir se o Nono Planeta for
localizado pelos telescópios, e foi para isso que a equipa decidiu
publicar já a sua descoberta teórica na revista Astronomical Journal.
“Adorava encontrá-lo”, diz Mike Brown. “Mas ficaria muito feliz se
outra pessoa o encontrar. É por isso que estamos a publicar o artigo,
para que outros fiquem inspirados e comecem a procurá-lo.”
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