ARLA/CLUSTER: Eh rapaziada, calma aí!

[José Machado]

Os colegas que me desculpem esta forma, aparentemente, abusiva mas com um
toque da familiaridade, de nos dirigirmos a alguém.

A expressão, que muito me diverte, é de um colega CT2 (que não escrevinha
neste fórum) que escuto há anos e cujo comportamento na rádio é, em minha
opinião, muito correto e cordato. Isto porque, na rádio como na vida, as
nossas atitudes estão, constantemente, a ser escrutinadas por quem nos ouve
ou lê e a serem formulados juízos que, muitas vezes, não correspondem àquilo
que somos. Tal como a flecha lançada ou a palavra escrita que não tem como
voltar atrás!

Vem isto a propósito (já perceberem...) da “brincadeira” do Luis Garcia ou
de outras coisas sérias, ou não, que por aqui passam e que, por vezes,
“merecem” comentários, escondidos pelo teclado que, à distância de um braço,
alguns não arriscavam fazer.

A internet e com ela as redes sociais vieram dar voz a qualquer um que a
elas aceda. Humberto Eco arriscou mesmo dizer, há um ano atrás, que ela deu
voz “a qualquer analfabeto”, tamanhas são as boçalidades que encontramos
escritas, mormente, nos comentários de notícias dos órgãos de comunicação
social.

Contudo, ainda acho, que os radioamadores são uma “classe à parte”, apesar
de continuar a afirmar que aquilo que nos une, o gosto pela rádio, é mais
que a diferença das nossas origens sociais e culturais, desde a profissão
mais humilde ao mais letrado. E, dum modo geral, portamo-nos bem, nas nossas
palavras e atitudes, não envergonhamos a classe! Estou certo que a
convivência com os demais, mormente os que estão cá há mais tempo (aceite-se
ou não!), condiciona os mais impetuosos. Afinal, o homem é fruto do meio em
que vive ou “diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és!”.

Outros, dirão que “já não estamos no tempo da outra senhora”, estamos em
Liberdade, em Democracia e outras expressões para justificar os nossos
excessos, (quando criticados...) esquecendo que a “liberdade” de dizer o que
nos vai na alma, sem o receio de consequências, tem limites e acaba onde
começa a “liberdade” do outro. Dizia um amigo meu: - “não confundamos a
Estrada da Beira com a beira da estrada.; liberdade não é o mesmo que
libertinagem”.

Há anos que venho dizendo ao João que, se calhar como a sociedade, este
fórum vem perdendo qualidade... em minha opinião, não por aqueles que chegam
mas, sobretudo, pelos que partem, aborrecidos por questões estéreis, por
discussões (e por vezes insultuosas) que a nada conduzem, não elucidam nem
instruem e com receio de manifestarem a sua opinião (têm todo o direito) sem
serem molestados (ou, como se diz cá na Beira, de “levarem um coice de uma
besta”).

Como diz um colega (dos tais +60...)”isto é um clube com regras e que não
gosta é livre de sair!” e, como por vezes ouvimos as regras, em especial, as
comportamentais não se transmitem por decreto, são do “uso e costume” e
transmitidas de geração em geração (ou, dito de outra forma, dos mais velhos
aos mais novos ou pela forma de estar do grupo). É o grupo ou a sociedade
que nos julga e apoia ou condena. Sempre assim foi e não há como invertê-lo.

O Luis (de quem não fui constituído “defensor”) que conheço, apenas, das
manifestações neste cluster, tem todo o direito a, brincando ou a sério de
condicionar as admissões no seu grupo real ou ficcionado. O meu direito é de
concordar ou não; de me manifestar ou não... mas, se decido fazê-lo, deve
ser de forma correta e cordata ou, até, construtiva, se a isso me achar
habilitado. Doutra forma, arriscar-me-ia a que dissessem: “até tem razão,
mas perdeu-a pela forma como disse” e, certamente, iria engrossar a lista,
daquele colega, que há dias dizia: “esse já não consta da minha lista”. 

 

Um abraço e... FAÇAM RÁDIO... e AMIGOS também!

 

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José Machado - CT1BAT

 

 

 



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