ARLA/CLUSTER: Off Topic: Quando Alice no Pais das Maravilhas encontra Albert Einstein ou a prova de como a matéria distorce o espaço-tempo

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Terça-Feira, 24 de Novembro de 2015 - 12:07:43 WET


<http://www.nasa.gov/sites/default/files/thumbnails/image/cheshirecat.jpg>Composição
do Gato de Cheshire que engloba dados no visível pelo Hubble e dados
obtidos em raios-X pelo Observatório Chandra.
Crédito: raios-X - NASA/CXC/UA/J. Irwin et al.; ótico - NASA/STScI
(clique na imagem para ver versão maior)

Faz este mês cem anos que Albert Einstein publicou a sua teoria da
relatividade geral, uma das conquistas científicas mais importantes do
século passado.

Um resultado fundamental da teoria de Einstein é que a matéria distorce o
espaço-tempo e, portanto, um objeto massivo pode provocar uma curvatura
observável na luz de um objeto de fundo. O primeiro sucesso da teoria foi a
observação, durante um eclipse solar, de que a luz de uma estrela distante
de fundo era desviada exatamente pelo montante previsto à medida que
passava perto do Sol.

Desde aí, os astrónomos já encontraram muitos exemplos deste fenómeno,
conhecido como "efeito de lente gravitacional". Mais do que apenas uma
ilusão cósmica, o efeito de lente gravitacional dá aos astrónomos uma
maneira de examinar galáxias e grupos de galáxias extremamente distantes
que, de outra forma, seriam impossíveis mesmo com os telescópios mais
avançados.

Os últimos resultados do grupo de galáxias "Gato de Cheshire" (SDSS
J103842.59+484917.7) mostram como as manifestações da teoria de 100 anos de
Einstein podem levar a novas descobertas hoje. Algumas das características
são, na realidade, galáxias distantes cuja luz foi esticada e dobrada por
grandes quantidades de matéria, a maioria da qual sob a forma de matéria
escura, detetável apenas por meio do seu efeito gravitacional, encontrado
no sistema.

Mais especificamente, a massa que distorce a luz galáctica distante
encontra-se em torno de duas galáxias gigantes que formam os "olhos" e uma
galáxia que forma o "nariz". Os arcos múltiplos da "face" circular surgem
de lentes gravitacionais de quatro galáxias diferentes de fundo, bem atrás
das galáxias dos "olhos". As galáxias individuais do sistema, bem como os
arcos da lente gravitacional, são vistas no ótico pelo Telescópio Espacial
Hubble.

Cada galáxia "olho" é o membro mais brilhante do seu próprio grupo de
galáxias e estes dois grupos correm em direção um ao outro a mais de
480.000 km/h. Os dados do Observatório de Raios-X Chandra da NASA (em
púrpura) mostram gás quente aquecido até milhões de graus, evidência de que
os grupos galácticos estão batendo um no outro. Os dados em raios-X também
revelam que o "olho" esquerdo do grupo do Gato de Cheshire contém, no seu
centro, um buraco negro supermassivo e ativo.

Os astrónomos pensam que o grupo galáctico do Gato de Cheshire tornar-se-á
num grupo fóssil, definido como um conjunto de galáxias que contém uma
galáxia elíptica gigante e outras galáxias muito mais pequenas e ténues. Os
grupos fósseis podem representar uma fase temporária que quase todos os
grupos galácticos atravessam em algum ponto da sua evolução. Por isso, os
astrónomos estão ansiosos por compreender as propriedades e o comportamento
destes grupos.

O Gato de Cheshire representa a primeira oportunidade que os astrónomos têm
para estudar o progenitor de um grupo fóssil. Os astrónomos estimam que os
dois "olhos" do gato se fundam daqui a cerca de mil milhões de anos
deixando, num grupo combinado, uma galáxia muito grande e dúzias de
galáxias mais pequenas. Nesse ponto, tornar-se-á um grupo fóssil e um nome
mais apropriado será o grupo "Ciclopes".

O novo artigo científico sobre o Gato de Cheshire foi recentemente
publicado na revista The Astrophysical Journal e está disponível online.

*Links:*

*Notícias relacionadas:*
NASA (comunicado de imprensa)
<http://www.nasa.gov/mission_pages/chandra/where-alice-in-wonderland-meets-albert-einstein.html>
Artigo científico (arXiv.org) <http://arxiv.org/abs/1505.05501>
The Astrophysical Journal
<http://iopscience.iop.org/article/10.1088/0004-637X/806/2/268>
EarthSky <http://earthsky.org/space/the-cheshire-cat-group-of-galaxies>
Astronomy Now
<http://astronomynow.com/2015/11/23/where-alice-in-wonderland-meets-alberteinstein/>
PHYSORG
<http://phys.org/news/2015-11-alice-wonderland-albert-einestein.html>

*Lentes gravitacionais:*
Wikipedia <http://en.wikipedia.org/wiki/Gravitational_lensing>
Lente gravitacional forte (Wikipedia)
<http://en.wikipedia.org/wiki/Strong_gravitational_lensing>
Lente gravitacional fraca (Wikipedia)
<http://en.wikipedia.org/wiki/Weak_gravitational_lensing>

*Grupos fósseis:*
Wikipedia <https://en.wikipedia.org/wiki/Galaxy_group#Fossil_Groups>


*Telescópio Espacial Hubble:*Hubble, NASA
<http://www.nasa.gov/mission_pages/hubble/main/#.VJ02FAj0>
ESA <http://www.esa.int/esaSC/SEM106WO4HD_index_0_m.html>
STScI <http://www.stsci.edu/resources/>
SpaceTelescope.org <http://spacetelescope.org/>
Base de dados do Arquivo Mikulski para Telescópios Espaciais
<http://archive.stsci.edu/>

*Observatório Chandra:*
Página oficial (Harvard) <http://chandra.harvard.edu/>
Página oficial (NASA) <http://www.nasa.gov/centers/marshall/news/chandra/>
Wikipedia <http://en.wikipedia.org/wiki/Chandra_X-ray_Observatory>

Fonte: Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve.
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