ARLA/CLUSTER: Sinal rádio que intrigava astrónomos há 17 anos afinal era do micro-ondas

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Terça-Feira, 12 de Maio de 2015 - 10:33:52 WEST


*Desde 1998 que os astrónomos que operam o telescópio do observatório
Parkes, em New South Wales, na Austrália, captavam, duas ou três vezes por
ano, um misterioso sinal de radio. A sua origem deu dores de cabeça aos
cientistas durante quase 20 anos.*

O estranho sinal, cuja origem os cientistas nunca conseguiam identificar,
foi classificado como um *peryton*, e descrito como um “sinal transitório
com duração de milissegundo de origem terrestreâ€.

Os astrónomos acreditavam que os *perytons* estariam relacionados com *certos
tipos de actividade atmosférica, como os relâmpagos*, e mantiveram esta
teoria durante 17 anos.

“Perytons†are millisecond-duration transients of terrestrial origin, whose
frequency-swept emission mimics the dispersion of an astrophysical pulse
that has propagated through tenuous cold plasm.

Mas no passado dia 1 de Janeiro, o observatório instalou um novo receptor
para analisar a interferência, e a sua origem foi finalmente identificada.

O sinal radio que intriga os astrónomos há quase duas décadas* é afinal…um
micro-ondas*.

O aparelho, instalado na cozinha do próprio observatório, emitia sinais de
2.4 GHz de frequência que eram captados pelo telescópio e identificadas
como estando muito perto, “num raio de 5 km†de distância.

“A interferência apenas ocorria quando os funcionários do observatório, ao
aquecer a comida, abriam a porta do micro-ondas *quando ainda não tinha
acabado de aquecer*“, explicou
<http://www.theguardian.com/science/2015/may/05/microwave-oven-caused-mystery-signal-plaguing-radio-telescope-for-17-years>
ao The Guardian o astrofísico *Simon Johnston*, director da CSIRO, a
Agência Australiana da Ciência.

A descoberta foi publicada <http://arxiv.org/pdf/1504.02165v1.pdf> a 10 de
abril, num *paper* com o título “*Identificando a origem dos perytons do
radio-telescópio Parkes*“. Quinze cientistas assinam o estudo.
Interferência humana

Parece agora estranho que o sinal tenha levado 17 anos a ser identificado.
É um facto que a imponderabilidade de apenas ocorrer em determinadas
circunstâncias não ajudou a decifrar o seu padrão.

Mas o facto de apenas ocorrer durante o dia, normalmente à hora do almoço,
talvez pudesse ter dado mais cedo algumas pistas aos cientistas que
analisaram o mistério.

A *interferência humana* é desde sempre uma preocupação dos astrónomos –
nomeadamente, a luminosidade crescente que as cidades lançam para os céus,
ofuscando as estrelas.

Por essa razão, os observatórios astronómicos são normalmente
instalados em *montanhas
em regiões despovoadas*, onde o céu é mais límpido.

Mas não há isolamento que evite a interferência humana quando ela vem de
dentro do próprio observatório.

Fontes : AJB, ZAP
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