ARLA/CLUSTER: IBM anuncia circuito integrado de 7 nanômetros; entenda como isso é revolucionário
João Costa > CT1FBF
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Quinta-Feira, 9 de Julho de 2015 - 23:18:51 WEST
Por Nilton Kleina in TecMundo
A IBM pode não ser mais a gigante da informática que era há alguns
anos, mas continua surpreendendo em áreas mais científicas. Nesta
quinta-feira (9), a empresa anunciou o primeiro chip de 7 nanômetros
(nm), um novo marco para a indústria que traça novos rumos para a
fabricação de componentes internos de eletrônicos.
Ao todo, a IBM passou cinco anos e gastou cerca de US$ 3 bilhões de
dolares para descobrir, colocar na prática e aprimorar o procedimento
de fabricação para atender as demandas do mercado.
O resultado foi obtido a partir de testes em laboratório no SUNY
College of Nanoscale Science and Engineering, que fica na State
University of New York. Porém, isso não deixa de ser animador: o chip
de 7 nm permitirá a fabricação de CPUs e GPUs menores e mais rápidas
em um futuro próximo.
É muito avançado
O primeiro chip de 7 nm com transistores funcionais chega após
sucessivos erros: era possível fabricar componentes desse tamanho
antes, mas não sem perder em qualidade ou convencer o consumidor de
que a redução de poucos nanômetros valia mesmo a pena.
Alguns céticos da indústria acreditavam que o método de fabricação de
chips de 14 nm, que é o padrão comercial atual, seria o ápice da
chamada Lei de Moore. Basicamente, a previsão feita por um engenheiro
da Intel diz que a quantidade de transistores (e de processamento de
informações) em um chip dobra a cada 18 meses, mantendo o mesmo custo
e o espaço ocupado por esses componentes ou até reduzindo tais
variáveis.
Porém, a IBM garantiu que a Lei de Moore valerá ao menos por mais uma
geração. Eletrônicos melhores, dispositivos da "Internet das coisas"
mais inteligentes e processamento mais intenso em áreas como a
computação em nuvem são alguns dos avanços que essa descoberta pode
trazer.
Fabricando o monstro
O wafer que serve como base para os novos chips usa uma combinação de
silício com germânio, em vez de puro silício na fabricação. A
vantagem? Com esse método, é possível dar vida a equipamentos como
microprocessadores com até 20 bilhões de transistores, quase quatro
vezes mais do número atingido pelas técnicas atuais. Achou muita
coisa? É que os transistores resultantes são 1.400 vezes menores que
um fio de cabelo.
A área ocupada é até 50% menor do que no método de 10 nm, o que
significa que a IBM conseguiu "rechear" chips menores com muito mais
componentes. O consumo de energia também é reduzido, mas tudo isso tem
um custo: novas técnicas de fabricação devem ser necessárias para
produção em larga escala.
Esse ainda é o primeiro chip de produção viável a utilizar uma nova
técnica de fabricação, usando a fotolitografia a partir de raios
ultravioleta extremos (EUV, na sigla original). Para você ter uma
ideia do que acontece na impressão com esse método, o laser tem a
espessura que pode ser medida em átomos.
Quando veremos?
Atualmente, a indústria ainda passa pela transição da geração
anterior: os componentes de 14 nm ainda são o padrão encontrado nas
máquinas, mas o método de 10 nm está bem próximo de ser aplicado. Por
isso, não se anime tanto, pois chips comerciais com 7 nm não devem
chegar antes de 2017 — sendo bastante otimistas.
A responsável pela manufatura será a GlobalFundries, que comprou a
divisão de fabricação de chips da própria IBM em 2009. O contrato é de
exclusividade e vale por uma década e a Samsung também está envolvida
na parceria.
Fonte(s) : ArsTechnica/Sebastian Anthony VentureBeat/Dan Takahashi
Imagens : IBM
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