Re: ARLA/CLUSTER: Obsolescência programada: França quer punir criminalmente fabricantes com penas até dois anos de prisão e multas que podem chegar aos 300 mil euros

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Segunda-Feira, 19 de Janeiro de 2015 - 11:08:09 WET


Proposta francesa sobre criminalização da obsolescência programada que
pode ser punida como fraude.

Caros e arriscados. Deve ser crime, dizem eles...

Deputados franceses querem penalizar as más práticas dos fabricantes.
Os equipamentos são substituídos com maior frequência. Consideramos
crucial que o período mínimo de garantia legal seja aumentado em linha
com o tempo expectável de duração do produto.

Em França, por exemplo, já há propostas de lei para penalizar as más
práticas. As últimas notícias destacam o trabalho a fazer. Os
deputados franceses acabam de aprovar um plano onde a obsolescência
programada pode ser punida como fraude.

As más práticas poderão ser penalizadas até 2 anos de prisão e 300 mil
euros de coima. Depois de definida na lei como crime, espera-se que
esta prática seja fortemente castigada.

Para acabar com a obsolescência programada, os deputados pretendem
reforçar a informação ao consumidor.

Todos os produtos de valor equivalente a 30% do salário mínimo francês
(atualmente € 1445) devem exibir uma espécie de prazo de validade. O
objetivo é aumentar o período de utilização do equipamento e facilitar
a comparação entre marcas.

Segundo este plano de choque, o fabricante ou o importador deve
informar quem vende sobre o período de disponibilidade das peças de
substituição.

Algumas organizações exigem mesmo o aumento do período de garantia
para 10 anos, para promover a venda de bens duráveis e reparáveis.

Fonte: Revista DECO  PROTESTE


Em 18 de janeiro de 2015 16:21, João Costa > CT1FBF <ct1fbf  gmail.com> escreveu:
> França quer punir criminalmente fabricantes de produtos eletrónicos
>
> Por Sérgio Meireles in PTJornal
>
> Os deputados franceses querem punir criminalmente os fabricantes de
> produtos eletrónicos pela sua cada vez mais curta durabilidade.
> Segundo um artigo publicado na revista Proteste, a França quer que as
> fabricantes de produtos eletrónicos aumentem a garantia dos produtos,
> de acordo com o tempo de durabilidade estimado pelas marcas.
>
> Algumas organizações vão mais longe, afirmando mesmo, que alguns
> equipamentos deviam ter uma garantia de 10 anos.
>
> Os deputados franceses acabam de aprovar um plano, segundo a proteste,
> para punir criminalmente as fabricantes com penas até dois anos de
> prisão e multas que podem chegar aos 300 mil euros pela obsolescência
> programada dos equipamentos eletrónicos.
>
> Para além desta medida, a França quer ainda que os produtos mencionem
> o prazo estimado de durabilidade, bem como, o período de
> disponibilidade de peças para substituição, para os casos de avarias.
>
> Os produtos eletrónicos, como sabemos, duram cada vez menos tempo.
> Isto levanta várias questões, além das comerciais adotadas pelas
> marcas.
>
> A problemática da poluição, quer por via do aumento da produção, quer
> por via da reciclagem destes equipamentos que, como sabemos, nem
> sempre é feita nas melhores condições.
>
> Adotar uma lei destas, parece um ato de coragem por parte da França,
> veremos agora, se isto passa a lei ou se fica apenas pelo papel.
>
> *****************************************************************************
> Obsolescência programada: eletrodomésticos com data de validade
>
> Telemóveis, impressoras e máquinas de lavar roupa são substituídos com
> mais frequência. Será uma atração irresistível pelo novo modelo ou
> pura estratégia dos fabricantes?
>
>
> Início
>
> "A minha primeira máquina da roupa durou 20 anos. A nova avariou ao
> fim de 5 ". "Pedi para reparar o televisor, apenas com 4 anos, e o
> arranjo é mais caro do que comprar novo". Já todos ouvimos o desabafo.
> E há duas novas tendências: a perceção sobre a durabilidade mais
> reduzida dos produtos e a cada vez maior rotatividade de produtos com
> vantagens de valor duvidoso. O tempo de vida útil dos equipamentos
> parece ter os dias contados. Os bens, sobretudo elétricos e
> eletrónicos, são substituídos antes do esperado. Será uma estratégia
> intencional ou uma consequência dos tempos modernos? O tema é polémico
> e as organizações de consumidores europeias começam a atacar a
> "obsolescência programada", depois de já terem abordado a durabilidade
> dos produtos, o ecodesign e a reparação.
>
> Cada vez mais vozes acusam os fabricantes de conceber os produtos para
> que se tornem rapidamente obsoletos, fora de moda ou impossíveis de
> reparar, com o objetivo de levar os clientes a comprar novos
> equipamentos. Automóveis, eletrodomésticos e produtos eletrónicos,
> como tablets, telemóveis e consolas de jogos, são os casos mais
> flagrantes daquilo a que se chama obsolescência programada. O fenómeno
> não é recente. Consumir e consumir está na ordem do dia, sem olhar
> para os efeitos, quer no meio ambiente, quer na carteira.
>
> Mitos ou factos
>
> Apesar dos inúmeros exemplos que mostram que os equipamentos não duram
> hoje o mesmo que no tempo dos nossos avós, não é claro quais serão as
> razões. Nalguns casos, pode ser apenas pela atual tendência da redução
> de custos. Noutros, o fabricante acredita que o consumidor prefere
> comprar novo, em vez de reparar. Engenheiros e designers conseguem
> prever com alguma precisão a durabilidade de um equipamento. E apesar
> de os fabricantes não admitirem que os produtos possam ser feitos para
> durar menos, esta é uma realidade. E merece a nossa atenção. Com as
> baterias integradas, a Apple começou a fazer depender a duração de
> vida dos telemóveis da componente menos durável. Se não podemos
> substituir a bateria, o equipamento deixa de servir. Os restantes
> fabricantes seguiram esta corrente e os maus hábitos espalharam-se.
> Nos tablets, os fabricantes seguem esta política.
>
> Há várias técnicas para reduzir a duração de vida dos produtos.
> Destacamos três categorias: técnica e tecnológica, ecológica e
> psicológica.
>
> Reduzir a duração técnica e tecnológica
>
> Foca a qualidade inferior dos materiais e o modo como são montados os
> componentes. Por exemplo, 80% dos tambores das máquinas de lavar roupa
> são em plástico, em vez de metal, tornando os modelos menos
> resistentes e de reparação cara. Também o enrolamento do cabo dos
> aspiradores é o ponto fraco de muitos.
>
> Nos televisores, a má qualidade dos condensadores elétricos reduz o
> ciclo de vida em 10 anos. A conceção pode influenciar a durabilidade.
> Esta questão leva à cada vez menor possibilidade de reparar. Nos
> Estados Unidos, a Apple foi até julgada pelo facto de a bateria do
> iPod não poder ser substituída. No iPhone, a marca adotou soluções que
> dificultam muito a substituição.
>
> A incompatibilidade entre produtos protege o negócio. Os videojogos
> apenas compatíveis com um modelo de consola e as impressoras que não
> funcionam sem tinteiros originais são alguns casos. Para fechar esta
> categoria, temos a obsolescência por notificação. O equipamento alerta
> para substituir peças. É o caso das impressoras que alertam para
> trocar os tinteiros, antes do fim real, potenciando a perda de
> dinheiro. Algumas marcas não deixam utilizar outra cor até aquela em
> falta ser substituída.
>
> Argumento ecológico
>
> Os fabricantes usam e abusam do aumento da eficiência para justificar
> a troca. Mas, na última década, os eletrodomésticos reduziram de modo
> significativo o consumo, na maioria, por imposições legais. Há também
> um ganho ecológico. Se olharmos para o consumo de energia apenas no
> uso do equipamento, a questão tem um forte impacto ambiental. Já se
> tivermos em conta o ciclo de vida, os processos produtivos e o
> tratamento adequado dos equipamentos em fim de vida contribuem para
> uma realidade muito diferente. Em geral, os pequenos eletrodomésticos
> atingiram uma tal maturidade energética que o argumento ecológico para
> a substituição já não faz sentido.
>
> Pense antes de se desfazer do eletrodoméstico ou comprar o novo
> telemóvel. Qual a mais-valia da troca? Por exemplo, o iPad 4 foi
> lançado apenas 7 meses depois do 3. Outra questão é a redução do
> tamanho dos componentes. O primeiro telemóvel, em 1983, pesava meio
> quilo. Em 2005, estes equipamentos pesavam, em média, 110 gramas. Mas
> há consequências: se a redução do tamanho das peças diminui o uso de
> matéria-prima, a miniaturização excessiva limita a possibilidade de
> reparar.
>
> Técnicas psicológicas
>
> Quando, nos Estados Unidos, houve uma saturação do mercado automóvel,
> nos anos 20, a General Motors passou a mudar todos os anos o design
> dos modelos. Pretendia convencer os clientes de que era fundamental
> trocar de carro. Os fabricantes mais pequenos, sem capacidade para
> seguir a tendência, viram-se em dificuldades. Esta tendência aplica-se
> ao vestuário, ao calçado, e sobretudo aos equipamentos eletrónicos e
> até pequenos eletrodomésticos. Atrai os consumidores motivados pela
> novidade e estimulados pelo marketing.
>
> Fonte : Revista DecoProteste
>
>
> _______________________________________________
> CLUSTER mailing list
> CLUSTER  radio-amador.net
> http://radio-amador.net/cgi-bin/mailman/listinfo/cluster
>



Mais informações acerca da lista CLUSTER