ARLA/CLUSTER: Sonda File: "Está viva e funciona!", mas...

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Quinta-Feira, 13 de Novembro de 2014 - 14:57:34 WET


TERESA FIRMINO DO JORNAL PUBLICO

13/11/2014 - 13:19

O anúncio é do director do Centro Nacional de Estudos Espaciais
francês, Marc Pircher, sobre a aterragem da sonda num cometa.

“Está viva e funciona!”, acabou de anunciar esta quinta-feira o
director do Centro Nacional de Estudos Espaciais (CNES) francês, Marc
Pircher, sobre a aterragem no dia anterior da sonda File no coração de
um cometa. Em conferência de imprensa transmitida pela Internet, Marc
Pircher, cujo centro que dirige tem uma participação activa nesta
missão, disse ainda que a sonda está estabilizada, os instrumentos
começaram a funcionar durante a noite e que já se receberam na Terra
imagens da File..

A File, que se separou da sonda Roseta na quarta-feira de manhã, para
iniciar sozinha uma viagem de 20 quilómetros até ao núcleo do cometa,
chegou ao seu destino às 15h35 (hora de Lisboa). Mas houve falhas, que
pregaram um susto a todos depois da festa inicial quando tudo parecia
ter corrido bem – os arpões que a deviam prender ao cometa não
funcionaram. Corria-se assim o risco de a File voltar a fugir para o
espaço, uma vez que a gravidade do cometa, sendo um corpo muito
pequeno, é muito fraca. Na conferência de imprensa, Marc Pircher
garantiu, no entanto, que a sonda está imobilizada: “Ela pousou e não
se está a mexer mais.”

Só que, como os arpões não funcionaram, ela saltou algumas vezes. Ou,
por outras palavras, aterrou várias vezes. “Como os arpões não
funcionaram, ela ressaltou. Sabemos que se mexeu.”

Philippe Gaudon, chefe do projecto da File no CNES, acrescentou na
conferência de imprensa que, na verdade, a sonda aterrou três vezes. O
que significa que saltou duas.

Esses saltos e aterragens decorreram muito lentamente – como se fossem
em câmara lenta. E puseram a File a um quilómetro do local inicial da
primeira aterragem. Está agora num sítio muito inclinado e não recebe
muita luz solar, o que é uma dificuldade da missão. Tem 1,5 hora de
luz a cada 12 horas para carregar as baterias.

A primeira aterragem foi, no entanto, no centro do local exacto
planeado pelos engenheiros da missão – um facto que Marc Pircher
considerou impressionante. Nunca na história da exploração espacial
tinha havido uma missão deste género. “É francamente extraordinário.
Ao fim de dez anos de viagem, chegar e pousar em dezenas de metros.”

Há sempre o risco de a File voltar a subir e a descer, afinal os gases
que o cometa irá libertando à medida que se aproxima do Sol serão cada
vez mais. “[Mas] não há razão para se mexer nos próximos dias”,
assegurou o director do centro francês, acresentando que os cientistas
poderão assim fazer o seu trabalho e tirar o máximo partido dos dados
científicos que os engenheiros lhes darão.



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